Histórico dos Programas Institucionais de Iniciação Científica e Tecnológica

A Universidade Federal do Amapá (UNIFAP) tem demonstrado, ao longo das últimas décadas, um compromisso inabalável com a promoção da iniciação científica e tecnológica como eixo estruturante de sua missão acadêmica. Mesmo situada em uma região de fronteira geopolítica e marcada por assimetrias históricas de acesso à educação superior e à produção do conhecimento, a UNIFAP tem conseguido se destacar no cenário regional e nacional como uma instituição que investe de forma estratégica na formação de novos pesquisadores, na valorização da ciência como instrumento de transformação social e na construção de uma base sólida para o desenvolvimento científico e tecnológico da Amazônia.

Em relação ao volume de bolsas concedidas, os indicadores institucionais revelam um crescimento consistente e diversificado, fruto de ações articuladas entre a Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (PROPESPG), os Departamentos de Pesquisa e Inovação e os grupos de pesquisa certificados pelo CNPq. Um dos marcos desse avanço é a performance da UNIFAP no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (PIBITI/CNPq), na qual obteve 19 bolsas aprovadas para o ciclo 2024–2027, configurando-se como a segunda instituição com maior número de concessões da Região Norte, ficando atrás apenas da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), conforme demonstra a Tabela 1.

Tabela 1 – Distribuição de bolsas PIBITI/CNPq entre instituições da Região Norte (2018–2024).
Fonte: Autoria própria

Esse resultado reflete o amadurecimento institucional da UNIFAP em relação à pesquisa aplicada, inovação e transferência de tecnologia, aspectos prioritários para a superação de desafios locais e a consolidação de um ecossistema científico regional. Além disso, foram contemplados na Chamada CNPq N° 05/2024 – Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) 2024-2027 um total de 51 bolsas, na Chamada CNPq N° 11/2024 (PIBIC-Af) 40 bolsas, e na Chamada CNPq N° 07/2024 (PIBIC-EM) 17 bolsas. Esses números revelam a amplitude e capilaridade do sistema de iniciação científica da instituição.

A trajetória histórica da Universidade Federal do Amapá (UNIFAP) nos programas de iniciação científica e tecnológica — como o PIBIC, PROBIC, PIBITI e outras modalidades de bolsas — evidencia o compromisso institucional com a formação de pesquisadores e o fortalecimento da cultura científica na região amazônica., ver Figuras 1 e 2.

No Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC/CNPq e PROBIC/UNIFAP), mantém uma média de 129 bolsas (2018/2024 nos últimos sete anos), distribuídas entre todas as grandes áreas do conhecimento, com forte presença nos campos das ciências ambientais, saúde pública, biodiversidade, educação, engenharia, biotecnologia, linguística e tecnologias sociais, ver Figura 1.

Figura 1 – Evolução do número de bolsas PIBIC/CNPq e PROBIC/UNIFAP (2018–2024).
Fonte: Autoria própria

O PIBIC-Af/CNPq, voltado a estudantes que ingressaram na universidade por meio de políticas de ações afirmativas, apresenta uma média de 23 bolsas (2020/2024 nos últimos anos), sendo considerado um importante mecanismo de promoção da equidade racial, de gênero e territorial no acesso à produção científica, ver quadro resumo abaixo:

Figura 2 – Evolução bolsas de Iniciação Científica (2018–2024).
Fonte: Autoria própria

Já o PIBIC-EM/CNPq, voltado a estudantes do ensino médio da rede pública, concede cerca de 15 bolsas por ano, com alto impacto na motivação e orientação vocacional de jovens pesquisadores em formação precoce, estabelecendo pontes entre a educação básica e o ensino superior.

A Figura 3 mostra a progressão do número de bolsas concedidas pelo CNPq à UNIFAP ao longo dos últimos anos, indicando um crescimento significativo, sobretudo a partir de 2018. Enquanto em 2015 e 2016 a universidade obteve poucas bolsas (3 e 5, respectivamente), e chegou a zerar em 2017 e 2018, a partir de 2019 retomou uma curva ascendente, alcançando a marca expressiva de 6 bolsas institucionais em 2023 e 2024. Isso reflete não apenas maior competitividade nos editais, mas também a consolidação dos grupos de pesquisa e da política de incentivo à pesquisa aplicada.

Figura 3 – Evolução do número de bolsas PIBITI da UNIFAP e do CNPq (2015–2024).
Fonte: Autoria própria

No âmbito do financiamento interno, o Programa de Bolsas de Iniciação Científica com recursos próprios da universidade (PROBIC/UNIFAP) distribui entre 30 a 40 bolsas por ano, de acordo com a disponibilidade orçamentária, garantindo a continuidade de projetos com alto potencial de impacto regional que, por vezes, não encontram espaço nos editais nacionais. A existência do Programa Voluntário de Iniciação Científica (PROVIC/UNIFAP) também merece destaque, pois amplia o acesso à iniciação científica para estudantes não contemplados com bolsa, mas que, sob orientação docente, seguem desenvolvendo atividades relevantes no âmbito dos grupos de pesquisa.

Complementarmente, a UNIFAP também tem ampliado suas ações no campo da iniciação científica voltada à saúde, com a destinação de 10 bolsas específicas para o Hospital Universitário (HU-UNIFAP/EBSERH), voltadas a pesquisas aplicadas em saúde pública, biotecnologia, práticas clínicas e gestão hospitalar. Essas bolsas contribuem para fortalecer a integração entre ensino, pesquisa e assistência, qualificar a formação profissional em saúde e fomentar a produção de conhecimento voltado às necessidades do Sistema Único de Saúde (SUS) no contexto amazônico.

A captação de bolsas por meio de parcerias institucionais e editais externos, como os promovidos pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amapá (FAPEAP) e pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), também compõe o ecossistema de fomento à pesquisa da UNIFAP. Tais bolsas, obtidas por meio de editais de ampla concorrência, têm contribuído para diversificar as fontes de financiamento, garantir a sustentabilidade das atividades de pesquisa e ampliar as oportunidades para discentes e docentes em todas as áreas do conhecimento.

Importa ressaltar que, mesmo diante de um cenário nacional de instabilidade econômica e contingenciamentos orçamentários sucessivos, a UNIFAP tem conseguido manter, e em alguns casos expandir, sua capacidade de fomento à iniciação científica e tecnológica. Isso se deve a uma gestão comprometida com a interiorização e a inclusão, que prioriza estudantes da primeira geração universitária, povos indígenas, comunidades quilombolas, populações ribeirinhas e oriundos de contextos de vulnerabilidade social, garantindo o acesso à ciência como direito e estratégia de emancipação.

Dessa forma, os programas de iniciação científica e tecnológica da UNIFAP não apenas formam novos pesquisadores e promovem a cultura científica, como também se constituem em mecanismos potentes de desenvolvimento local, de inovação cidadã e de fortalecimento da identidade amazônica por meio da ciência comprometida com as transformações sociais, ambientais e econômicas da região.

Departamento de Pesquisa (DPq) – Universidade Federal do Amapá (UNIFAP).                                    Campus Marco Zero, situado na Rodovia Josmar Chaves Pinto, KM 02, bairro Jardim Marco Zero, Macapá, Amapá, CEP 68903-419

Departamento de Pesquisa (DPq) – Universidade Federal do Amapá (UNIFAP).  Campus Marco Zero, situado na Rodovia Josmar Chaves Pinto, KM 02, bairro Jardim Marco Zero, Macapá, Amapá, CEP 68903-419

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