Principais Resultados dos Programas de Iniciação Científica e Tecnológica

Os programas institucionais de iniciação científica e tecnológica da Universidade Federal do Amapá (UNIFAP) têm se consolidado como pilares estratégicos para o fortalecimento da pesquisa, da inovação e da formação de capital humano qualificado na Amazônia. Com base em uma política de fomento estruturada e inclusiva, essas ações têm gerado impactos significativos nas dimensões acadêmica, científica, tecnológica, social e territorial.

Nos últimos dez anos, mais de 2.800 estudantes participaram dos programas de Iniciação Científica (IC) e Iniciação Tecnológica (IT) da instituição, engajando-se em projetos de pesquisa básica, aplicada e de inovação. Um aspecto de destaque é o perfil dos bolsistas, predominantemente composto por estudantes da primeira geração universitária em suas famílias, oriundos de escolas públicas e de comunidades tradicionais como indígenas, quilombolas e ribeirinhas. Esse recorte evidencia o papel transformador da ciência enquanto instrumento de ascensão social, democratização do conhecimento e interiorização do ensino superior. A inserção nos programas de iniciação tem favorecido a permanência estudantil, reduzido índices de evasão e promovido o engajamento acadêmico, além de estimular a continuidade da trajetória acadêmica, com crescente ingresso dos egressos em programas de pós-graduação da própria UNIFAP e de outras instituições nacionais e internacionais.

Do ponto de vista da produção científica, a universidade tem registrado uma expansão significativa. Entre 2019 e 2024, foram contabilizados mais de 950 resumos e comunicações apresentadas em eventos científicos e mais de 230 artigos completos publicados em periódicos qualificados, muitos com fator de impacto relevante nas respectivas áreas. Essa produção decorre do amadurecimento dos grupos de pesquisa e do fortalecimento da cultura científica entre os estudantes de graduação. Além disso, diversos projetos oriundos dos programas de iniciação resultaram no desenvolvimento de soluções aplicadas, com forte viés de inovação e impacto regional. Entre os exemplos mais representativos, destacam-se a Plataforma TUCUJUS, voltada à valorização da literatura urbana e do multiculturalismo amazônico; o Painel Molecular para diagnóstico de doenças tropicais, com potencial de aplicação nos serviços de saúde pública; um aplicativo para rastreio nutricional infantil em comunidades ribeirinhas; um sistema inteligente com sensores ambientais voltado à agricultura familiar; e um catálogo botânico-digital de espécies medicinais do cerrado amapaense, que contribui para o resgate e valorização de saberes tradicionais e biodiversidade local.

Essas iniciativas extrapolam o ambiente universitário e alcançam comunidades em mais de 12 municípios do Estado do Amapá, promovendo uma inserção territorial efetiva da pesquisa científica. Projetos de pesquisa/ação têm sido desenvolvidos em parceria com comunidades quilombolas, escolas públicas, organizações indígenas e populações em situação de vulnerabilidade social, reforçando o compromisso da universidade com a promoção da equidade e da justiça social. Também se destacam ações voltadas à juventude negra e encarcerada, projetos de educação científica em regiões de fronteira como Oiapoque e Laranjal do Jari, e experiências de extensão científica com impacto socioeducativo direto.

Outro resultado expressivo está relacionado à consolidação de redes de pesquisa e inovação. A UNIFAP tem fortalecido sua inserção em colaborações interinstitucionais, com destaque para a parceria com a Universidad del Magdalena (Colômbia), que contempla projetos conjuntos nas áreas de bioquímica, cultivo e extração de compostos bioativos. Também merece destaque a criação da Intrarede UNIFAP IA, que integra pesquisadores de diferentes áreas em torno de projetos aplicados em inteligência artificial e tecnologias emergentes, com resultados oriundos de experiências de iniciação científica. A crescente submissão de projetos a chamadas públicas, especialmente em editais das agências nacionais de fomento e da FAPEAP, evidencia que a iniciação científica e tecnológica tem se constituído como uma base sólida para o avanço da pesquisa na universidade, contribuindo para a geração de conhecimento comprometido com o desenvolvimento sustentável da Amazônia.

A trajetória de sucesso do PIBITI na instituição é vislumbrada por meio do Prêmio Destaque na Iniciação Científica e Tecnológica concedido pelo CNPq, onde pode-se destacar sua premiação por 02 (duas) vezes. Em 2016, o bolsista de iniciação tecnológica Ícaro Rodrigues Sarquis venceu o 14º Prêmio, na área de Ciências da Vida, com o trabalho intitulado “Desenvolvimento de nanodispersões Iarvicidas com frações obtidas do óleo de Sucupira (Pterodon emarginatus V)” e em 2020 a bolsista Vanessa Helena Pires da Costa do Nascimento venceu o 18º Prêmio na área de Ciências Humanas e Sociais, Letras e Artes com o trabalho intitulado “Tecnologia, inovação e transferência de conhecimento aplicadas à habitação em área úmida de Macapá: diálogo em arquitetura e urbanismo e o saber dos povos Amazônidas”.

No âmbito do PIBIC na UNIFAP pode ser visualizado de diversas formas, entretanto, a contemplação de bolsistas da instituição durante três anos consecutivos (2016, 2017, 2018) no Prêmio Destaque na Iniciação Científica e Tecnológica concedido pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) é um instrumento primordial de apresentação da qualidade das pesquisas desenvolvidas.

Os excelentes resultados oriundos do Programa de iniciação Científica da UNIFAP, são frutos de um investimento baseado na ampliação do número de bolsas PIBIC pelo CNPq, aumento do número de bolsas financiadas pela UNIFAP como contrapartida, apoio institucional aos projetos desenvolvidos pelos docentes orientadores e bolsistas, incentivo a publicações científicas e a qualificação do corpo docente.