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EXPEDIÇÃO PEDAGÓGICA

Nos dias 06 e 07/10 aconteceu a primeira expedição pedagógica do curso de licenciatura em Pedagogia – Campus Binacional, com o objetivo de efetivar o encaminhamento de acadêmicos indígenas, da turma 2018.2, para a atividade de Prática Pedagógica I. São 11 acadêmicos de diferentes comunidades indígenas, a saber: Manga; Santa Isabel; Espírito Santo e Açaizal. A prof. Me. Doralice Veiga, acompanhada da monitora da disciplina Raiane Diniz e do acadêmico Rafael Rocha, visitaram a Escola Indígena Estadual Jorge Iaparrá, a Escola Indígena Estadual Manoel Primo dos Santos, a Escola Indígena Estadual João Teodoro Forte e a Escola Indígena Estadual São Sebastião do Açaizal procedendo a entrega da documentação pertinente ao acompanhamento institucional diretamente à equipe técnica responsável de cada escola.

 

     

 

A expedição resultou numa parceria que visa assegurar aos acadêmicos indígenas, durante sua formação acadêmica, desenvolver as atividades de Prática Pedagógica e Estágio Supervisionado em suas próprias aldeias.

A equipe técnica do curso de licenciatura em Pedagogia, Unifap – Campus Binacional, agradece a acolhida carinhosa nas aldeias. E, especialmente, a receptividade e o cuidado do acadêmico José Damasceno Forte Caripuna, nosso guia durante a expedição, que nos nutriu com informações relevantes acerca da geografia, das histórias locais, de personalidades influentes e sábias das diversas etnias. Nos ofereceu o melhor de sua hospitalidade e comensalidade. Salve Damasceno!!! Você e sua família merecem nossa admiração e respeito.

 

    

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AULA DE CAMPO – ANTROPOLOGIA E EDUCAÇÃO

No dia 06 de setembro, acadêmicos das turmas 2019-2, 2018-2, reminiscentes da turma 2014-1, de Pedagogia, e, também, dois acadêmicos de Ciências Biológicas, do Campus Binacional, visitaram a Tenda São Benedito, localizada na comunidade quilombola – Terreiro de Candomblé do Pai Bené, em Oiapoque. A proposta da disciplina de Antropologia e Educação, ministrada pela professora Me. Doralice Veiga, teve por objetivo aproximar os acadêmicos da matriz Afro, pesquisada e sistematizada, em O Povo Brasileiro, por Darcy Ribeiro, conteúdo teórico ministrado e estudado em sala de aula.

Os discentes foram acolhidos pelo Pai Bené e demais membros da comunidade, com manifesta alegria. Foi realizada uma roda de conversa, entre acadêmicos e o Pai Bené, que discorreu sobre as raízes da Umbanda e do Candomblé, com propriedade. As perguntas traduziram a curiosidade dos discentes acerca das religiões afro. A conversa foi reigada de sabedoria. Pai Bene estava especialmente inspirado. Suas palavras refletiram acerca da escravidão, das amarras culturais preconceituosas e excludentes, existentes ainda hoje na sociedade brasileira, ignorantes aos aspectos históricos da formação antropológica.

Após a entrevista teve inicio o ritual em homenagem a São Sebastião, com cantoria, dança e muito batuque. Foi bonita a festa. Os depoimentos dos discentes relatam o choque cultural, não tanto como problema, mas, sobretudo, pela possibilidade de humanização e de aprendizagem. Que a experiência seja, sobretudo, propulsora de nova visão de mundo, livre de preconceitos e discriminações.

Agradecemos à comunidade quilombola a acolhida, as informações, e, sobretudo, o carinho.

 

                      

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Licenciatura em pedagogia Vivência interdisciplinar – Turma 2015.2

Turma 2015.2

No semestre 2017-2, a professora Doralice Veiga, responsável pela disciplina intitulada Educação de Jovens e Adultos, propôs uma vivência aos acadêmicos (as) da turma 2015-2,  observação e participação nas aulas ministradas pelos (as) professores (as) das diversas etapas da modalidade da Educação de Jovens e Adultos (EJA), na Escola Municipal de Ensino Fundamental Onédia Pais Bentes e na Escola Municipal de Ensino Fundamental Prof.ª Maria Leopoldina do Amaral Rodrigues, parceiras do SESC-LER, que cede a infraestrutura física e o acompanhamento pedagógico.

A metodologia adotada previa que os (as) acadêmicos (as) se apresentassem, observassem as aulas e interagissem com os (as) alunos (as), sobretudo colaborando com o (a) professor (a) nas dinâmicas e motivação das aulas.

A vivência suscitou uma experiência inédita, pois os discentes puderam interagir com alunos e alunos das diversas etapas da modalidade Educação de Jovens e Adultos, vivenciando a metodologia dos professores (as) nas salas de aula, com participação ativa na dinâmica educacional. A prática proposta se apoia nos pilares da educação para o século XXI, propostos pela UNESCO: aprender a conhecer: no sentido de aprender a pensar, ou seja, tornar prazeroso e alegre o ato de conhecer. Construir o próprio conhecimento e desenvolver a autonomia intelectual. Criar o novo não destruindo o conhecimento construído anteriormente pelos pesquisadores da educação, mas conhecer e construir o novo com a tranquilidade de adequação do conhecimento ao Século XXI; aprender a fazer: não basta conhecer teoricamente, é imprescindível praticar a teoria, aprender a aplicar as técnicas aprendidas. Desenvolver iniciativa e intuição, espírito cooperativo e humildade nas propostas de inovação e adequação do conhecimento ao cotidiano profissional; aprender a conviver: é importantíssimo o aprendizado de viver com os outros, aprender a compreendê-los, a desenvolver a independência, a administrar conflitos e participar de projetos comuns na direção de construir um novo mundo possível;               aprender a ser: é importante desenvolver a sensibilidade, no sentido ético e estético, responsabilidade pessoal, pensamento autônomo e crítico, imaginação, criatividade, iniciativa e crescimento integral da pessoa em relação à inteligência.

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Seguem alguns depoimentos de acadêmicos (as) sobre a vivência na Educação de Jovens e Adultos:

Acadêmicas: Diene da Costa Farias; Francilene Rigor de Freitas e Nábia da Silva Lira

A experiência que tivemos na Educação de Jovens e Adultos foi fundamental para o nosso aprendizado. Observamos o que acontece naquele ambiente, qual o público, as suas dificuldades, o que eles esperam daquilo e tudo mais. Está ali, vivendo de perto a EJA, foi de fato enriquecedor para o nosso crescimento pessoal e profissional.

A turma observada foi do 1º ciclo sob a responsabilidade do professor Darlon. Apenas 9 alunos frequentavam, pois muitos haviam desistido por motivos diversos. O professor nos relatou que o cansaço do trabalho e o desânimo, foram as principais causas do abandono. No primeiro dia em que estivemos na sala, tinha apenas 6 alunos, entre jovens e adultos, todos mostrando vontade de aprender, de buscar algo novo para sua vida, uns mais tímidos e outros mais falantes e bem participativos na aula. Foi muito bom perceber a dedicação do professor na hora de explicar o conteúdo, sempre atencioso e paciente, pois ele mais do que ninguém, sabia a dificuldade de cada um naquela sala. Uma atitude que faz diferença no Sesc Ler, é o fato de os professores irem em busca de seus alunos quando estes estão faltando muito, procurando saber o que está acontecendo; é também uma forma de tentar trazê-los de volta para a sala de aula e isso com certeza faz uma diferença enorme na vida do aluno, pois ele se sente valorizado.

Com a certeza de que o conhecimento liberta, saímos do Sesc-Ler, mais maduros e seguros de que a educação é a base de tudo, que precisamos valorizar mais as pessoas que por algum motivo não tiveram a oportunidade de estudar e aprender na idade certa, mas nem por isso são menos importantes. Aprendemos a valorizar as coisas simples da vida, pois eles só querem aprender.

Acadêmicas: Aline Roberta, Jéssica Mendes e Núbia Novaes.

Na disciplina de Educação de Jovens e Adultos, ministrada pela docente Doralice Veiga, vivenciamos experiências enriquecedoras tanto em relação a metodologia de ensino quanto em relação a valores humanos como empatia e respeito. Isto gerou um aprendizado continuado.

A vivência foi ótima para nosso conhecimento prático do dia-a-dia no ensino de jovens e adultos. O ambiente mostrou-se aprazível, acolhedor e favoreceu nosso aprendizado. Observamos o compromisso por parte dos funcionários da instituição, sempre cordiais e atenciosos.

Nossa vivencia foi com a turma do primeiro ciclo, 15 alunos no total. Perguntamos ao professor se havia mais alunos no começo do ano, e ele confirmou. E explicou que a evasão reflete a fadiga, devido à intensa carga horária de trabalho ao longo do dia e a distância da escola até suas casas. O maior desafio encontrado por eles é vencer o cansaço diário. De certa forma as dificuldades citadas atingem a maioria dos jovens e adultos, não somente em âmbito local, mas também em âmbito nacional.

A metodologia aplicada em sala revelou-se eficaz, pois os alunos conseguem acompanhar os conteúdos apresentados pelo professor, evidenciando aulas dinâmicas e produtivas.

Sentimos grande reciprocidade nesta turma, pois nos trataram com muito carinho, admiração e respeito. E nós também os tratamos com respeito e agradecemos a oportunidade de aprendizagem obtida nesta vivência.

Acadêmicos (as): Alexara Andrade Pantoja; Alex da Silva Oliveira; Edna Maria Barros Pimentel; Elidriane dos Santos Brito; Fabiele Pimentel Pessoa       

Nos dias 16/11/17, 23/11/17, 07/12/2017 e 12/12/2017 fizemos uma prática de observação e participação na Educação de Jovens e Adultos, na sala da professora Elizabeth, segunda etapa.

Percebemos que a maioria dos (as) alunos (as) demonstra muita vontade de aprender e se empolgam com o conhecimento. Demonstram concentração e atenção nas explicações da professora. E participam com questionamentos. Isto torna as aulas dinâmicas, com intervenção constante da professora para realização das atividades propostas em sala de aula. Nós, acadêmicos (as) interagimos com a mesmo dinamismo com os alunos (as) e a professora. Os estágios de leitura e escrita são bem distintos nesta turma. Alguns dominam mais a leitura e a escrita do que outros.

A professora regente nos informou que muitos alunos deixam de frequentar a EJA por motivos de cansaço cotidiano em função do trabalho, práticas de ensino inadequadas etc. Portanto, a evasão é grande.

 A vivência na educação de jovens e adultos nos despertou a sensibilidade para a problemática vivenciada por esses jovens e adultos na busca de conhecimento e formação para a melhoria de sua condição de vida. E refletimos sobre a nossa colaboração num futuro próximo, na condição de educadores. Como poderemos colaborar com o trabalho educativo para mudar essa realidade.

Paulo Freire destaca que atividade de leitura e escrita deve ter como base a leitura de mundo, portanto é extremante necessário que os (as) alunos (as) se sintam integrados ao seu mundo cotidiano.

ACADÊMICAS: Anadera Nobre Nery, Cecília Maria Carvalho Rodrigues e Francilene Hortência da Silva

Quando nos foi proposta a vivência em uma sala de aula da EJA, com o objetivo de observação, participar e intervir nas dinâmicas com os professores (as), nossa expectativa era de vivenciar aulas monótonas, sem participação dos (as) alunos (os) por serem pessoas de mais idade, porém participamos de aulas dinâmicas e prazerosas. Os alunos participavam ativamente das aulas, pois os temas abordados não fugiam do seu cotidiano.

Dia 16/11/2017 – acompanhamos a aula na sala do professor Darlon, com o tema: Trânsito – organização, sinalização, respeito entre motoristas e pedestres, a função do guarda de trânsito, vias asfaltadas, carteira de habilitação, entre outras temáticas relacionadas ao tema. A aula foi dialogada e a participação foi espontânea, apesar de nossa presença.

Dia 23/11 – a aula sobre língua portuguesa onde o professor Darlon trouxe um poema intitulado: Sonho Longe. Após a leitura do poema, ele explicou a estrutura de um poema, em seguida os alunos iniciaram a confecção de um caderno de poesias. Os poemas elaborados foram lidos em sala de aula.

Dia 07/12 – a aula aconteceu na biblioteca e observamos como os alunos interagiam na escolha de um livro para leitura, após a escolha dos livros foram lidos pequenos textos.

Dia 14/12 – participamos da confecção dos cartões natalinos auxiliando os (as) alunos (as) na elaboração dos mesmos.

A escola é um ambiente agradável, acolhedor e de pessoas atenciosas, que nos receberam de braços abertos.

Acadêmicos (as): Erinalda da Conceição Almeida; Nivea Maria Pimentel Quaresma e Rafael dos Santos Rocha.

Sabemos que a educação de jovens e adultos-EJA é uma modalidade de ensino que beneficia um grande número de estudantes. No Amapá e aqui no Oiapoque não é diferente.

Enquanto acadêmicos da Universidade Federal do Amapá-UNIFAP, estivemos na instituição Sesc-Ler, para observarmos e entendermos é desenvolvida as práticas de leitura e escrita com jovens e adultos desse município.

O primeiro encontro aconteceu no dia 16 de novembro de 2017. Fomos recebidos pela professora da disciplina EJA, Doralice Veiga. Na sequência nos dirigimos para as salas, juntamente com o professor responsável pela turma da primeira etapa, Evandro Santos.

Já em sala de aula o professor nos relatou algumas de suas experiências com a turma; falou da gratidão de trabalhar na EJA; das dificuldades com relação a evasão escolar e a falta de recursos materiais para um melhor desempenho com os educandos, principalmente em relação ao trabalho com o aluno especial.

Pudemos presenciar o interesse dos alunos em aprender; mães acompanhadas de seus filhos, por não ter com quem deixá-los, e mesmo com os filhos presentes participavam ativamente da aula. Os empecilhos existem, mas existem estímulos que os levam a dar sequência aos estudos. Isto nos chamou a atenção, nos encantou e nos motivou enquanto futuros professores/ pedagogos.

O professor Evandro Santos é ativo, animado e é visível a sua dedicação aos seus alunos da Educação de Jovens e Adultos-EJA.

O espaço Sesc-Ler é um lugar organizado, os professores planejam suas aulas com respeito, compromisso e responsabilidade. Sentíamos que os alunos mesmo depois de um dia exaustivo de trabalho tinham estímulo para assistir as aulas, pois ali se encontrava bem mais que o conhecimento, se encontrava a fé em dias melhores e na realização de seus sonhos.

Percebemos ainda que a linguagem do professor é diferenciada e para um público diferenciado, um público adulto, com experiência de vida, conhecimento e leitura de mundo. Como Paulo Freire enfatizou na primeira campanha de erradicação do analfabetismo, em Recife: a educação de jovens e adultos deve ser trabalhada com uma didática diversificada. E de fato observamos esse cuidado na sala da primeira etapa, no Sesc-Ler.

Acadêmico (a): Maílson Pinheiro Campos e Naianne Martins da Costa Campos

Nos meses de novembro e dezembro tivemos a oportunidade de observar e intervir na Educação de Jovens e Adultos – EJA, na unidade SESC LER – OIAPOQUE como acadêmicos do curso de Licenciatura em Pedagogia do Campus Binacional.

Foi uma experiência motivadora e nova que nos fez refletir sobre a prática docente e nos leva a entender como a educação transforma a realidade que nos cerca. Tivemos a oportunidade de ver a diferença entre os alunos dessa modalidade e das já experimentadas e vivenciadas anteriormente por nós em outras disciplinas. Os alunos da EJA, na maioria das vezes, se interessam mais pelas aulas, demonstram maior compromisso e absorvem melhor o conteúdo estudado. Foi possível também observar que nesta modalidade o professor é mais um facilitador da aprendizagem do que um transmissor de conhecimentos, pois existe uma constante troca de experiências com os alunos.

Nossa experiência na EJA como acadêmicos e futuros professores foi enriquecedora, nos mais amplos sentidos, tanto profissional quanto como ser humano, pois nos possibilitou conhecer e aprender conceitos, conteúdos primordiais para nossa futura prática profissional.

Acadêmica: Raiane Diniz Santos

Os dias que passamos no SESC de Oiapoque foram de grande importância para o meu crescimento como acadêmica e futura pedagoga, os profissionais desse ambiente foram bem receptivos e através desses dias foi possível aprender muito sobre a EJA.

Na sala do professor Evandro Santos, observamos o compromisso e a cumplicidade que o mesmo tem com seus alunos em sua aula o dinamismo está sempre presente, todos os alunos interagem uns com os outros e com o professor também. Observei a preocupação que o professor tem com o ensino, pois muitos alunos vão estudar com muito esforço. Sobretudo porque trabalham fora ou possuem seus compromissos diários, têm filhos ou moram bem distante, porém os alunos têm um ônibus disponível para levá-los até a escola. Através de alguns relatos fiquei sabendo o porquê que alguns pararam de estudar e também o que os fez voltar às salas de aula.

Sabemos o quanto um espaço escolar de qualidade influência o desempenho na sala de aula e o espaço do SESC de Oiapoque é bastante aconchegante, ter feito parte desse momento, estando fora dos ambientes da universidade teve total contribuição para o meu crescimento como acadêmica.

Trocamos experiências e mais aprendemos do que ensinamos, a Educação de Jovens e Adultos me trouxe uma espécie de curiosidade, onde eu vejo que ainda posso me aprofundar mais e mais dentro dessa modalidade. Diante disso em vejo o quanto é importante adentrarmos espaços como esse do Sesc-Ler para aprender na prática o dia a dia dos alunos dessa modalidade que é a EJA.

Acadêmicas: Jéssica Pinheiro de Almeida e Jucineide R. Lima Aguiar

 

Nossa experiência foi vivida na Escola M. E. F. Onédia Pais Bentes em parceria com a Instituição Sesc-Ler – OIAPOQUE, localizado na BR 156, no município de Oiapoque/AP, interagimos com a turma de 1º etapa, com alunos na idade entre 20 a 60 anos, do professor Darlon. Atuar com a Educação de Jovens e Adultos-EJA foi uma experiência única, pois a cada momento vivido em sala, chamou nossa atenção, principalmente pela força de vontade de cada um, alunos de mais idade, trabalhadores que tem uma rotina o dia todo, e que ainda tem animo para estarem à noite em sala de aula.

Observamos que como nas turmas de educação básica alguns alunos se expressam mais e são mais esforçados que os outros, por exemplo, a aluna Maria Dinorá, sempre se destacava na sala. As aulas do professor eram sempre produtivas, a metodologia utilizada, estimulava a participação. Em sala existe uma constante troca de experiência entre eles, cada conteúdo ministrado torna-se um novo aprendizado para o professor e para o aluno.

Essa vivência foi enriquecedora e de suma importância para nossa futura atuação profissional. Essa pequena aproximação da modalidade de jovens e adultos contribuiu bastante para o nosso crescimento pessoal e profissional.

 

Acadêmicos: Edimara Cristina Brito e Sousa; Eliton Pinheiro dos Santos e Lindáurea Siqueira Ribeiro

 

Conviver com alunos da Educação de jovens e adultos foi algo agradável e gratificante. Fomos muito bem recepcionados tanto pelo corpo docente quanto pelos discentes que nos acolheram.

Na maioria dos alunos percebemos o interesse em aprender mesmo com as dificuldades, muitas vezes encontradas nos exercícios propostos pela professora.

Verificamos também a ausência da maioria dos alunos por conta da evasão escolar. Segundo relato da própria professora a evasão se dá por motivos pessoais como trabalho, família, cansaço por idade entre outros. Mesmo sendo poucos alunos frequentes notamos a disposição deles em aprender. Eles sempre queriam saber o porquê? e faziam relação do que estavam aprendendo com suas vidas pessoais. Geralmente os temas abordados em sala de aula estavam relacionados com o cotidiano, como por exemplo: o feriado de 15 de novembro, energia alternativa, matemática etc. Na metodologia aplicada para o 2º ciclo da EJA, observamos que as atividades eram iniciadas com cabeçalho e sua escrita era em letra de forma. Ao ser questionada sobre o início das aulas com o cabeçalho, a professora respondeu ser a recomendação da instituição, pois facilita a identificação do assunto e a escrita.

Para nós acadêmicos a observação foi de suma importância, pois vivenciamos uma experiência única para nosso currículo, além de conhecer a realidade da EJA foi possível sermos protagonistas e coadjuvantes.

Acadêmicas: Lívia Fernanda Vieira Souza, Nanci Leon, Neide Lane Soares da Silva e Nívia Maria Vieira Silva.

No dia 16 de novembro a turma de pedagogia 2015.2 iniciou a vivência na Escola Municipal de Ensino Fundamental Onédia Paes Bentes, em parceria com a instituição Sesc-Ler/Oiapoque, com 04 (quatro) encontros semanais, orientada pela docente Doralice Veiga do curso de pedagogia. O primeiro contato com os alunos do EJA foi uma experiência enriquecedora, pois nos permitiu o contato direto com pessoas, alunos comprometidos com a aprendizagem. E foram muito atenciosos conosco e isso foi primordial para o nosso crescimento pessoal e profissional, pois a vivência nos possibilitou ver a teoria e prática juntas no mesmo espaço, dando ênfase para que possamos desenvolver uma postura de professor diretamente com a educação de jovens e adultos (EJA).

Nestes dias vivenciamos várias situações da relação professor e aluno, e um pouco da realidade das salas de aulas e de todo espaço físico da escola. Um local organizado e limpo, concretizando um padrão de escola que nosso município de Oiapoque/AP merece. As aulas do professor Evandro Santos ampliaram nossos conhecimentos. Ele é um professor dedicado e compromissado com o aprendizado dos alunos. As observações em sala de aula nos deram base para criar maneiras e técnicas para uma aula divertida e prazerosa.

Levando-se em consideração nosso aprendizado na instituição Sesc-Ler Oiapoque, agradecemos a Prof. Doralice Veiga pela oportunidade de vivenciar momentos enriquecedores para o nosso crescimento acadêmico.

Acadêmicos (as): Gessica do Nascimento Silva, Katia Inês da Silva Pinho e Manoel Bento Carvalho Filho.

 

A educação de jovens e adultos é uma modalidade do ensino fundamental e médio, que visa dar oportunidade a jovens e adultos para iniciar ou continuar seus estudos. E foi na observação em sala de aula que vimos e ouvimos relatos dos próprios alunos sobre as dificuldades e o prazer de poder concluir seus estudos e que não basta apenas ofertar vagas, mas sobretudo oferecer um ensino de qualidade que represente uma promessa de efetivar um caminho de desenvolvimento de todas as pessoas, de todas as idades. A experiência vivida na instituição com a turma do EJA foi de suma importância para nós acadêmicos de pedagogia, que após o contato com os alunos dessa modalidade nossa visão modificou.

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Licenciatura em pedagogia Vivência interdisciplinar

Aldeni Araújo, Aline Bastos, Cleide do Socorro e Cristiane Silva Pereira

Uma vivência educacional inusitada surgiu com a proposta interdisciplinar entre duas disciplinas do sétimo período de Pedagogia, turma 2014.1, da Universidade Federal do Amapá/Campus Binacional/Oiapoque/AP. As duas disciplinas intituladas Concepção Freiriana de Educação e Educação, Trabalho e Movimentos Sociais resolveram conversar e o resultado foi muito interessante. A realização de um trabalho prático de alfabetização utilizando o método de Paulo Freire aliado a um movimento social intitulado Alfabetiza Oiapoque foi a proposta inicial das duas professoras. Em busca de parceria a gerente Ana Luísa Oliveira e a pedagoga Liliam Mesquita, ambas do SESC, em convênio com Prefeitura Municipal de Oiapoque /Secretaria Municipal de Educação, aceitaram o desafio de receber 34 acadêmicas para praticar com a turma da primeira etapa da Educação de Jovens e Adultos, o método de alfabetização Paulo Freire.

A professora da turma, Valciene Garcia, absorveu a ideia e incorporou a prática, duas vezes por semana, juntávamos acadêmicos de Pedagogia, alunos da Educação de Jovens e Adultos e professoras. Nenhum dos envolvidos no processo teve, a princípio, noção da dimensão e do entrosamento entre os alunos, acadêmicos e professores. Vivenciamos momentos de puro deleite. Momentos de muita emoção e crescimento humano, em todos os sentidos. E no “Círculo de Cultura”, proposto por Paulo Freire, que substitui a ideia de “sala de aula”, porque todos estão à volta de uma equipe de trabalho que tem um animador de debates, um companheiro alfabetizado, que participa de uma atividade comum, onde todos ensinam e todos aprendem. Trata-se de um modo diferenciado de saber ler e escrever, o Círculo de Leitura produz uma maneira solidária e coletiva de pensar o cotidiano. Juntos, de palavra em palavra, constroem a própria história – homens, sujeitos, seres de história – na concepção freiriana.

Iniciamos o Círculo de Cultura com um tema em evidência no município do Oiapoque: o lixão a céu aberto, causador de muitos problemas para os munícipes. As palavras geradoras foram escritas a cada encontro, com entusiasmo. O diálogo era constante, entre os participantes do Círculo de Cultura. Muita informação e aprendizado. Os alunos da EJA, foram acompanhados, individualmente, por acadêmicos, sentados lado a lado, que orientavam a escrita e a leitura.

 Após várias semanas de encontro uma carta foi escrita pelos alunos para o secretário municipal de meio ambiente, Oscar Gislael. Que prontamente aceitou o convite e veio até o SESC para receber a carta e conversar com o grupo de alunos e professores. A conversa foi esclarecedora, os alunos demonstraram domínio do tema. Perguntaram, questionaram e propuseram ações para a solucionar o grave problema do lixo em Oiapoque.

 A conversa entusiasmada gerou a possibilidade de novos encontros para se pensar ações conjuntas, de proteção ambiental entre sociedade civil, gestão municipal, Unifap e SESC.

Entrega da carta escrita pelos alunos da EJA ao Secretário Municipal de Meio Ambiente.

Entrega da carta escrita pelos alunos da EJA ao Secretário Municipal de Meio Ambiente.

DEPOIMENTOS DOS DISCENTES 

 “No primeiro encontro os depoimentos sobre as trajetórias de vida, as dificuldades e a superação em voltar para a sala de aula foram emocionantes. Os alunos compartilharam os motivos pelos quais voltaram a estudar, mesmo com certa timidez. Contudo, no decorrer dos nossos encontros, todos já se acostumaram e gostavam de nossa presença em sala de aula.

 Os momentos vividos foram de suma importância para contribuir no entendimento da aplicabilidade do método de alfabetização de Paulo Freire, onde ficou visível a prática educativa e a mediação da aprendizagem, fator necessário para o método dialógico aplicado em sala de aula.

A aproximação afetiva com esses alunos no ambiente escolar trouxe em questão a discussão, a análise e a reflexão da teoria e prática, tornando a experiência ainda mais enriquecedora e cheia de novos significados para futuros profissionais da Educação. ”

Aldeni Araújo, Aline Bastos, Cleide do Socorro e Cristiane Silva Pereira

 “A vivência com o método de alfabetização de Paulo Freire, no SESC, nos proporcionou momentos prazerosos, uma experiência gratificante. Os relatos dos alunos, as dificuldades enfrentadas para seguir nos estudos, o cansaço do trabalho, os problemas de visão, a falta de tempo, a família, o choque de gerações, os problemas de saúde, enfim toda trajetória de vida desses alunos da EJA e sua visão de educação, de cidadania e de mundo. Depoimentos espontâneos e cheios de emoção que integram os conhecimentos adquiridos ao longo da vida, o contexto sócio econômico e político do país.

Nosso interesse é percebermos quais aspectos da vida escolar destes alunos os levaram a não estudarem quando crianças; por que motivo buscam o ensino agora? Por que não frequentaram a escola quando crianças?

Conversamos com um aluno que é morador deste município há mais de trinta anos. É paraense, sessenta e sete anos, casado, pai, avô…. Sente-se muito feliz por ser aluno do SESC e de pertencer a sua turma. Gosta muito da professora, Valeiene.  Relatou que se acostumou a vir para a escola, todos os dias, apesar do cansaço do trabalho diário.  É proprietário de um ponto de venda de açaí e outros gêneros alimentícios. Quando não tem aula, fica em casa sentindo falta de algo, faltam os colegas, a professora e as lições.

Ele confessa que não ia a escola quando criança porque trabalhava com seu pai, na roça, no interior do Pará. Sua vida sempre foi de muita luta, criança com responsabilidade de gente adulta trabalhando na roça.

Há pouco tempo, um grupo de professores e funcionários do SESC, foram no seu bairro convidar e matricular pessoas adultas e jovens para estudarem no período da noite. Ele sentiu o desejo, conversou com sua esposa e resolveu encarar o desafio. A escola não fica longe de sua casa, basta atravessar a BR 156. Ele tem apoio da família, e, hoje sente-se realizando um sonho: de aprender a ler e escrever. Relata que no seu comércio, ficava muito triste por não conseguir ler os nomes que estavam escritos nas embalagens dos produtos. Sabia o que era, mas tinha a dificuldade da leitura. Há pouco tempo ficou emocionado quando recebeu um bilhete com nomes de alguns produtos, uma criança trouxe para comprar. Daí ele conseguiu ler o que a mãe do garoto queria comprar. Atendeu com alegria. Finalmente, ele realizou seu sonho: aprendeu a ler. Ele é grato a sua professora pelo aprendizado da leitura e da escrita.

Conhecer a história deste aluno e de outros que integram a turma da 1ª etapa da EJA/SESC, foi uma experiência muito gratificante e interessante, pois valorizou a nossa prática pedagógica, uma vivência que nos permitiu conhecer histórias de vida de brasileiros e brasileiras, agora valorizados como cidadãos em fase de alfabetização. ”

Anderson Forte, Benervaldo Marques, Elizete Pinheiro e Romenson Vilhena.

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“O foco principal desta experiência foi aprender a trabalhar com o Método de alfabetização de Paulo Freire. Os acadêmicos, após leituras, pesquisas, debates e reflexões sobre o trabalho do autor, tiveram a oportunidade de aliar os conhecimentos teóricos a vivência prática do método de alfabetização, sob a orientação das professoras.

No dia 06 de junho/2017, realizou-se o primeiro encontro entre os acadêmicos de Pedagogia, os alunos da EJA e as professoras. O encontro ocorreu de maneira acolhedora, amorosa e divertida. As professoras explicaram a proposta do trabalho interdisciplinar. A necessidade de os acadêmicos praticarem o método de alfabetização Paulo Freire. E agradeceram a colaboração e confiança da turma em estudar através do método de Paulo Freire. Os acadêmicos se apresentaram, contaram um pouco da sua história de vida, alguns provenientes da modalidade EJA e atualmente acadêmicos da UNIFAP. Os alunos da EJA, com sinceridade e espontaneidade, contaram suas vidas e suas dificuldades, mas com otimismo, o que nos proporcionou momentos emocionantes, histórias de vida belíssimas e experiências sensacionais.

Daí os demais encontros foram realizados com o que Paulo freire denominava de “Círculo de Cultura”. Ficou decidido que iriamos trabalhar com a palavra “meio ambiente”, neste dia cada acadêmico ficou responsável por acompanhar/auxiliar um aluno nas tarefas que seriam aplicadas.

 Essa experiência nos proporcionou uma gama de conhecimentos acerca do método de alfabetização freiriano, fundamentais para nós enquanto futuros professores. Constatamos que não basta termos apenas conhecimentos teóricos, mas é essencial que sejamos mais humanos e conscientes de nossa influência na vida de cada aluno, assumindo a real função do educador que é ser mediador da aprendizagem, trabalhando sempre de forma afetiva e dialógica, valorizando os conhecimentos empíricos e as especificidades de cada educando.”

Francisco de Lima Pereira, Simião Mendes Carneiro e Bhaiam Andrey dos Santos Alves.

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“Pensar em Educação de Jovens e Adultos (EJA) é pensar em Paulo Freire e em sua amorosidade com a educação. Quando as professoras nos comunicaram que iríamos fazer uma aproximação com uma turma da EJA, e aprender a trabalhar com o método de alfabetização de Paulo Freire, ficamos muito entusiasmados, pois seria uma experiência nova, e, também, uma troca de conhecimentos, integrada a uma construção de conhecimentos. Após a apresentação perante a turma de alunos, pudemos refletir sobre as práticas docentes, e diagnosticar como a educação é uma grande ferramenta para mudar o mundo e a realidade na qual estamos inseridos.

Aprendemos que nunca é tarde para estudar, e seguir em busca dos sonhos, e a cada dia um desafio é enfrentado. Todos foram muito receptivos, ficaram felizes com a presença dos acadêmicos. No decorrer das aulas auxiliamos nas dificuldades, foi uma troca de experiência importante. Paulo Freire, em Pedagogia do Oprimido diz:  não há saber mais nem menos; há saberes diferentes.

Nesse sentido as contribuições de Paulo Freire, foram de grande importância para a educação, em especial para a Educação de Jovens e Adultos. O seu método, proporcionou aos alunos trazer suas experiências, seus valores, sua cultura para dentro da sala de aula, cada um no seu ritmo de aprendizagem, dando mais significado ao que se aprende.”

Gizelda Ribeiro Evangelista, Daniele S. Guimarães, Flaviany da Silva Lima, Zenita da Paixão.

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“O grande educador Paulo Freire desenvolveu um método de ensino que proporciona aos indivíduos, aprender a partir de seu cotidiano. A refletir sobre sua vida e a ser o transformador de sua realidade a partir de uma ‘educação libertadora’. O educador tornou-se um ícone de luta pela libertação das classes oprimidas, pois compreendia que a dominação e a opressão acontecem devida à educação bancária e pela falta de uma educação crítica e libertadora.

Para desenvolver o método Paulo Freire os acadêmicos orientados pelas professoras das disciplinas Doralice e Rita, que realizaram aulas teóricas e simulação passo a passo das etapas do método para garantir sua eficácia.

O primeiro encontro com a turma foi destinado a apresentação entre a turma de pedagogia e os alunos. O momento foi enriquecedor, pois foi possível perceber uma grande emoção nos relatos de vida, de superação e motivação. Na apresentação dos alunos não foi diferente a emoção e receptividade. Seus relatos de vida, trabalho e busca por aprendizagem foram além das expectativas, pois diferente do que lemos em teorias, os relatos foram com propriedade do que se quer, pessoas que realmente buscam o conhecimento.  Talvez seja essa força de vontade, presente, a grande diferença na educação de jovens adultos, a busca pela superação. Diferente da imposta, como percebemos em crianças que frequentam escolas por obrigação, sem motivação. Percebemos isto nos estágios, projetos e planos de ação nas escolas.

Os encontros seguintes foram todos práticos, onde acadêmicos auxiliavam os educandos ouvindo, instigando-os a refletir, a falar para que fossem ouvidos.

As palavras chaves para o trabalho com os alunos da EJA foram “Ética e Respeito”, nas orientações as professoras refletiram sobre os conceitos de Paulo Freire: para ensinar é preciso que o educador tenha ética, a ética é uma característica do homem ou da mulher, assim, “Não é possível pensar os seres humanos longe, sequer, da ética, quanto mais fora dela. Estar longe ou pior, fora da ética, entre nós, mulheres e homens, é uma transgressão”.

Os encontros foram acontecendo e os laços de afetividade foram se estreitando, mais à vontade os alunos passaram a ser espontâneos e participativos.  Davam respostas e sugestões sem a necessidade do acadêmico auxiliar. Segundo Freire quando falamos e queremos que os educandos repitam nossas palavras estamos “imobilizando” o conhecimento, apenas transferindo saberes numa “espécie de narcisismo oral”. Nesses termos, é fundamental que o educador saiba escutar, refletir a fala do educando, pois para Freire (1996, p. 71) …”é escutando que aprendemos a falar com eles”.

Os alunos mostraram que traziam conhecimentos, e não houve nenhuma dificuldade ou desinteresse quanto ao método de alfabetização.

Assim, o curto, porém, enriquecedor, período de aplicação do método Paulo Freire proporcionou novas perspectivas, novos conhecimentos. E, o principal, a vivência real do contexto da educação de jovens e adultos, relacionando a teoria e a prática. Como futuros educadores participar de tais práticas pedagógicas possibilitam a apropriação da didática, essencial para o exercício da pedagogia.”

Josilene Benedito dos Santos

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“Antes de adentrarmos o ambiente da Educação de Jovens e Adultos, fomos preparadas com conteúdo teórico, tivemos aulas teóricas sobre o Método de Alfabetização de Paulo Freire. Em sala debatemos, praticamos e em seguida, com todas essas informações, iniciamos o primeiro encontro com os alunos da EJA, fomos bem recebidos e a proposta foi bem-vinda na Escola SESC.

Nosso primeiro contato foi com as professoras explanando sobre o método, a importância e nosso objetivo geral: praticar o método de alfabetização. Aprender a alfabetizar. Em seguida começaram as nossas apresentações, cada acadêmico se apresentou e falou sobre o propósito de nossa aproximação. Em seguida foi a vez dos alunos se apresentarem, apesar da timidez, nos contemplaram com suas histórias de vida, falaram sobre as dificuldades de estudar, seus objetivos e o que os levou a voltar a estudar, depois de tanto tempo fora de uma sala de aula.  Ouvindo cada relato, em particular me emocionei, e percebi, outros acadêmicos e professoras, também sensibilizados, percebendo a força de vontade e coragem daquelas pessoas ali presentes. O esforço para ir à escola depois de uma jornada de trabalho de um dia inteiro. Ouvindo os expressivos e emocionantes depoimentos e vendo o brilho no olhar deles, a esperança emanada nos semblantes, fez esse momento gratificante.

Começamos com uma proposta de algo que eles estão insatisfeitos que acontece no município de Oiapoque, o tema foi “O LIXÃO DE OIAPOQUE”, os alunos relataram, com propriedade, os prejuízos do lixão a céu aberto. Durante as aulas foram escrevendo, com a ajuda dos acadêmicos, palavras pertinentes ao tema, as palavras geradoras, segundo Paulo Freire.

Foi combinado que durante os nossos encontros, eles escreveriam uma carta, destinada ao Secretário Municipal de Meio Ambiente, para falar de sua indignação e da necessidade de transformar o modo de cuidar do lixo. Eles adoraram a proposta e a cada encontro surgiam novas palavras, ideias, reclamações e curiosidades a respeito da temática. O grupo cresceu muito com as informações e pesquisas realizadas acerca do descarte do lixo. Nós, acadêmicos, em conjunto, com as professoras, criaremos um Blog para divulgar o trabalho interdisciplinar realizado no SESC. Enfim, essa experiência foi realmente gratificante, nós acadêmicos, sobretudo, aprendemos com essas pessoas maravilhosas e com suas histórias de vida, que entre tantos altos e baixos, não desanimam, estão aí, em busca de um futuro, no mínimo, mais digno.

A carta foi entregue a dois gestores municipais, que a convite do grupo, vieram ao SESC: os secretários municipais de Meio Ambiente, Oscar Gislael, e o Antônio Lima da Costa, da Agricultura.

A conversa entusiasmada gerou a possibilidade de novos encontros para se pensar ações conjuntas, de proteção ao meio ambiente, envolvendo os alunos e professores da EJA/SESC, acadêmicos e professoras da Unifap e os gestores municipais.

A vocês estudantes da EJA, o meu muito obrigada, por nos proporcionar momentos únicos, intensos e verdadeiros. PARABÉNS!!!”

Lorena Nádia Maciel

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“À princípio, gostaríamos de agradecer as professoras pelo compromisso e determinação, ao firmar a parceria com o SESC, e nos proporcionar a oportunidade e o privilégio de termos essa vivência com uma turma da EJA. Foi grande privilégio a oportunidade de ter essa experiência em uma turma de 1ª etapa, sobretudo por ser a etapa de maiores desafios de ensino e aprendizagem da Educação de Jovens e Adultos. Não podemos deixar de mencionar a disponibilidade da professora Valeiene, responsável pela turma, que aderiu e somou conosco, em todos os momentos. Uma parceira responsável por momentos ímpares em nosso aprendizado.

O método de Paulo Freire é extraordinário, pois nos permite trabalhar a alfabetização de Jovens e Adultos, inserindo os temas de cotidiano do aluno, e, também, possibilita trabalhar os temas transversais como ambiente, política, violência nas escolas, dentre outros. É próprio da Pedagogia do Oprimido se trabalhar a conscientização.

Outra característica do método é a dimensão humana, pois esta questão é genuína da metodologia de Paulo Freire. Fomos orientados, por nossas professoras, para termos o cuidado de não causar nenhum constrangimento aos alunos, tratá-los com respeito e sem julgamentos culturais ou morais. Pudemos perceber a sabedoria advindas de suas experiências de vida, e nos divertimos com os relatos, espontâneos e engraçados.

Observamos um fato importante para nossa futura prática docente: a metodologia para escrever no quadro. O modelo da letra utilizado foi a letra bastão, em tamanho maior do que se utiliza para alfabetizar as crianças. Perfeita para a idade dos alunos, pois adultos tem uma tendência maior para redução da visão. Percebemos que vários alunos têm problemas de visão, mas alguns não tem condições financeiras para consultar um oftalmologista, nem tampouco para comprar os óculos. A saúde pública não oferece esse serviço em Oiapoque. Não temos oftalmologista.

Utilizamos como tema, no encontro inicial, a palavra “lixo”. Isto porque em nossa cidade o lixo é tratado de maneira inadequada, e isto, causa muitos problemas, tanto para a população, quanto para o meio ambiente: problemas de saúde e degradação do ambiente. O objetivo foi trabalharmos não somente a conscientização da população para os impactos causados pela inadequação do tratamento do lixo, mas a conscientização social.

É uma característica do método Paulo Freire, “Alfabetizar, conscientizar e humanizar”.  Estas categorias, devidamente trabalhadas, proporcionarão ao cidadão, além da alfabetização e uma perspectiva de vida melhor, um olhar mais crítico, reflexivo, consciente de seus direitos, e, essa visão cidadã contribuirá para o surgimento de uma sociedade mais justa e igualitária.

Segundo Carlos Brandão, o método é instrumento de preparação de pessoas para uma tarefa coletiva de reconstrução nacional. Neste sentido, “preparar” e “reconstruir” requerem o cuidado de humanizar. Neste sentido, quando o aluno da EJA, adentra o espaço escolar, traz consigo emoções advindas de sua subjetividade. Aí entra em cena, o professor extrovertido, dinâmico, com didática e reflexão apropriadas. Aquele professor que estimula o aluno a estudar, recebendo-os num ambiente acolhedor. Sobretudo, para Paulo Freire: educar é impregnar de sentidos, o que fazemos a todo instante.”

Alzira Vieira Sobrinho e Marleide Andrade

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“Os nossos encontros eram assim, ao chegarmos cada acadêmico sentava-se com um aluno para auxiliá-lo. As professoras estimulavam as conversas para surgir as palavras geradoras. De acordo com Carlos Brandão o método de alfabetização proposto por Freire é um trabalho coletivo, coparticipado, de construção de conhecimento da realidade local: o lugar imediato onde as pessoas vivem e serão alfabetizadas. Assim, que surgia a palavra geradora, a professora a escrevia na lousa, e, em seguida, apresentava-se as famílias silábicas.  E, a partir daí os alunos formavam outras palavras relacionadas, fazíamos o que Paulo Freire chamou de “Levantamento do universo vocabular”.

Enfim, vimos o quanto foi enriquecedora essa experiência, e percebemos que os alunos gostaram do método e da nossa presença, pois esperavam nossa chegada, terças-feiras e quintas-feiras, e, para nos enquanto acadêmicos e futuros profissionais da educação, a vivência foi de grande importância porque relacionamos teoria e prática, método esse que vale a pena levar para nossa vida profissional.”

Meggy Mariana Saraiva Vilela

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“Ao nos aproximarmos da turma da educação de jovens e adultos, no SESC, de Oiapoque, sentimos a real dimensão do ato de ensinar e dos cuidados que se deve ter, ao estar em sala de aula. Ensinar é um ato de amor ao próximo, porque não estamos somente para repassar conhecimentos aos alunos, mais também para absorver os conhecimentos advindos das experiências de vida, de cada um deles.

Estar com uma turma de adultos, e utilizar o método de alfabetização de Paulo Freire, além de um grande desafio, para nós acadêmicos, também nos proporciona a visão da educação contextualizada. Os elementos do cotidiano dos alunos, inserido em sala de aula, e sendo um importante recurso na alfabetização dos alunos. Esse método facilita compreensão do universo vivenciado pelos alunos e desperta o interesse dos mesmos, pois os temas são do cotidiano. Assim, o dialogo acontece de maneira espontânea, tornando a aula prazerosa.

A vivência no SESC/EJA nos engrandeceu, sobretudo com um olhar mais amoroso para a educação, para o ato de ensinar, como ensinar e aprender com os nossos alunos, portadores de seus próprios saberes. Como educadores aprendemos a valorizar o conhecimento empírico de nossos alunos. E aproveitar sua vivência cotidiano para tornar o aprendizado contextualizado.”

Sirlene Sousa Silva

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