Apresentação

SOBRE O CURSO

O Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade Tropical (PPGBIO) é um esforço conjunto da UNIFAP, do Instituto Estadual de Pesquisas Científicas e Tecnológicas (IEPA), da Embrapa-Amapá e da Conservação Internacional. Ele tem como objetivo principal formar mestres e doutores com uma forte base científica para colaborar no grande esforço de promover a conservação e o uso sustentável da extraordinária biodiversidade existente no Amapá e na Amazônia. A criação de um Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade Tropical foi apontada como prioridade máxima em várias das reuniões interinstitucionais realizadas no Amapá durante os últimos três anos e a sua criação representa um passo importante para dotar a sociedade amapaense com um centro de excelência sobre pesquisa, gestão e uso sustentável de sua extraordinária biodiversidade.

O Amapá é o Estado mais preservado do Brasil, contando ainda com mais de 90% dos seus ecossistemas naturais intactos, e considera a sua biodiversidade como um dos seus mais importantes recursos naturais para a promoção do desenvolvimento social e econômico. O Amapá possui 143.537 km2 e possui uma biodiversidade extraordinária, estimada em mais de 400.000 espécies, muitas das quais endêmicas. O Amapá possui quase todos os mais importantes ecossistemas brasileiros: mangues, campos, campinas, cerrado, florestas de terra firme, florestas de várzea e florestas de igapó. A biodiversidade do Amapá é bem protegida, pois 55% do Estado é coberto por unidades de conservação federais e estaduais ou terras indígenas. Estas áreas protegidas são gerenciadas de forma integrada com as áreas não-protegidas, formando o Corredor de Biodiversidade do Amapá, uma das mais inovadoras propostas de conservação da biodiversidade no mundo, com um total de 11 milhões de hectares, ou cerca de 70% do Estado. O coração deste corredor é formado pelo maior parque de florestas tropicais do planeta, o Parque Nacional Montanhas de Tumucumaque, com mais de 3,8 milhões de hectares. Além disso, o Corredor de Biodiversidade do Amapá inclui os últimos grandes trechos protegidos de manguezais das Américas, um dos ecossistemas mais destruídos e pouco conhecidos no Brasil.

O PPGBIO foi aprovado pela CAPES em julho de 2006 e já recebeu um conceito 4, uma nota excelente para um programa que foi recentemente criado. Basta ver que o Programa de Ecologia do INPA, Manaus, um dos mais tradicionais da região, também recebeu o conceito 4 na última avaliação da CAPES. Em termos nacionais, por exemplo, o Programa de Pós-Graduação de Ecologia da Universidade de São Paulo, recebeu o conceito 3. A meta do PPGBIO é tornar-se um programa de excelência internacional em ecologia, conservação e uso sustentável da biodiversidade no prazo de seis anos. Para atingir esta meta, o Colegiado do Programa trabalha em um conjunto de metas bastante ambiciosas e um processo de avaliação rigoroso.

A criação do PPGBIO é consistente com vários planos e políticas do Governo Federal, tal como a Política Nacional de Biodiversidade, o Plano Nacional de Áreas Protegidas, o Plano Estratégico do Ministério de Ciência e Tecnologia para a Amazônia, que, com algumas variações, visam estimular a formação e a fixação de recursos humanos qualificados nos Estados mais distantes do centro de decisão política do Brasil, tal como o Amapá. O PPGBIO também contribui com as obrigações que o governo brasileiro assumiu com a Convenção da Diversidade Biológica, pois visa, através de pesquisas e ações concretas de conservação, reduzir significativamente as pressões sobre as espécies e ecossistemas amapaenses, além de promover o uso sustentável dos recursos biológicos do país. Por fim, o PPGBIO é totalmente consistente com o novo Plano Nacional de Pós-Graduação (2005-2010) que visa corrigir as assimetrias existentes na distribuição geográfica e qualificação dos programas de pós-graduação no Brasil, testar novos modelos de associação entre instituições para a criação e implantação de programas de pós-graduação e formar profissionais altamente qualificados em áreas estratégicas, tal como ecologia e biodiversidade, para atuar em todos os setores da sociedade.