Grupos e Projetos de Pesquisa
Grupos de Pesquisa:
G.E.D.A. – Grupo de Estudos Dramáticos na Amazônia
Prof. Dr. Marco Aurélio Rodrigues
Literatura e Mídia
Profa. Dra. Joelma Santana Siqueira
NECID – Núcleo de Estudos em espaços culturais, inclusivos e deliberativos
Prof. Dr. Emerson de Paula Silva e José Flávio Gonçalves da Fonseca
NUPEL – Núcleo de Pesquisas em Estudos Literários
Profa. Dra. Fernanda Cristina da Encarnação dos Santos
Projetos de Pesquisa:
Linha: Diversidade Linguística na Amazônia
Coordenador: Prof. Dr. Antonio Almir Silva Gomes
Resumo: O estado do Amapá, localizado na região norte do Brasil, fronteiras com os estados do Pará, com o Suriname e com Guiana Francesa, possui uma diversidade de povos indígenas que, dentre outros aspectos, em virtude do reduzido número de pesquisadores das diversas áreas do conhecimento, ainda é pouco conhecida. Tal diversidade constitui-se pelos povos Wajãpi (região oeste do estado, Terra Indígena Wajãpi), Apalai, Wajana, Tiriyó e Kaxuyana (Complexo do Tumuqumaque, fronteira entre os estados do Pará e Amapá), Galibi do Oiapoque, Galibi-Marworno, Karipuna e Palikur (Baixo Rio Oiapoque, Terras Indígenas Uaçá, Juminã e Galibi do Oiapoque). A todos estes povos (e diversidade) um ponto comum: a presença da instituição escola. Aquilo que se tem denominado oficialmente de Educação Escolar Indígena (EEI) é, portanto, realidade entre os mesmos povos. O projeto de pesquisa que apresentamos pretende, deste modo, inserir-se neste contexto educacional, mais precisamente relacionado aos processos de ensinar e de aprender línguas entre os povos Karipuna e Galibi-Marworno. Seu escopo incide, portanto, sobre a escola destes povos. Como as escolas destes povos constituem suas práticas voltadas ao ensino de línguas? Qual o conjunto de possibilidades é destinado aos professores das mesmas escolas? Qual o nível de compreensão teórica dos professores acerca de temas importantes derivados desta realidade, tais como ensino bilíngue, abordagens de ensino, lugar do texto e do contexto nas práticas de ensino, atendimento aos anseios das próprias sociedades indígenas? Qual o impacto de tudo isso sobre a aprendizagem discente?
Equipe: Antonio Almir Silva Gomes (Coordenador), Cilene Campetela (Docente/Letras), Iohana Victoria Barbosa Ferreira (Mestranda/PPGLET), Maria Sônia Aniká (Mestranda/PPGLET), Maxwara dos Santos Cardoso (Mestranda/PPGLET), Ana Clara Melo (Graduanda/Letras), André Henrique Cardoso Favacho (Graduando/Letras).
Financiadores: CNPq e PAPESQ/2019
Coordenadora: Profa. Dra. Celeste Maria da Rocha Ribeiro
Resumo: O projeto de pesquisa sociolinguística educacional: o atlas linguístico do Amapá – ALAP – como ferramenta de ensino-aprendizagem da língua portuguesa tem por propósito central apresentar e desenvolver técnicas e estratégias para se trabalhar a variação linguística do português brasileiro no contexto da sala de aula. Julgamos fundamental que a língua portuguesa, pelo viés das variedades que essa língua apresenta no país, seja trabalhada considerando os usos reais em que ela se manifesta pelos falantes. Trabalhando a realidade da língua em seu contexto sócio-regional, certamente tem-se maior possibilidade de aprendizado mais eficiente, visto que o aprendiz passa a olhar e conceber a língua a partir de suas variadas formas de manifestações, ou seja, apreende que ocorrem, por exemplo, variedades cultas e variedades populares no uso linguístico pelo falante, mas que ambas são concretizações da língua que por sua vez, é um organismo vivo, dinâmico e passível de variação e mudança. Como suporte para se desenvolver esse trabalho nas aulas de língua portuguesa, sugerimos os atlas linguísticos que apresentam um perfil dos diversos falares existentes no país, haja vista que a maioria dos estados brasileiros possui seu atlas. Entre esses, temos o ALAP (Razky; Ribeiro; Sanches, 2017) que retrata os falares amapaenses, sob os aspectos fonético-fonológicos e semântico-lexicais. Por meio desse atlas é possível conhecer melhor o léxico amapaense e suas caracterizações fônicas, o que pode facilitar, por exemplo, o trabalho com a ortografia, com a transposição do texto oral para o escrito, além do conhecimento e ampliação do vocabulário amapaense, pelo aluno. Desse modo, busca-se, por meio desse projeto levar o atlas linguístico do Amapá – ALAP para dentro da sala de aula de português, nas escolas públicas de Macapá, a fim de não apenas divulgar nossos falares, mas também e principalmente, apresentar e desenvolver estratégias de ensino, através das cartas fonéticas e lexicais do atlas linguístico do Amapá.
Equipe: Celeste Maria da Rocha Ribeiro (Coordenadora), Michele Carvalho (Mestranda/PPGLET), Gabriel Nunes Yared Lima (Graduando/Letras), Sindell Graziela Bueno de Andrade (Graduanda/Letras).
Finaciadores: PAPESQ/2019.
Coordenadora: Ednaldo Tartaglia Santos
RESUMO: O presente Projeto de Pesquisa intitulado “Negritude amazônica: os sujeitos negros em discurso” procura fomentar e subsidiar pesquisas que tratam da questão do sujeito negro amazônico e amazônido. Ele tem como problema central investigar as linguagens (discursos) que constroem e constituem os sujeitos negros no âmbito da Região Amazônica, considerando os contextos histórico-culturais, políticos, religiosos, midiáticos etc. Este projeto de pesquisa se justifica pelas escassas produções científicas sob o viés discursivo que tocam a questão da negritude da Região Amazônica, especialmente, do estado do Amapá. O objetivo geral consiste em construir um “arquivo” e investigar um conjunto de enunciados ditos e escritos acerca dos negros da Amazônia. Elegem-se, como campos teóricos e metodológicos, três vertentes dos estudos discursivos: i) a Análise do Discurso (AD) de linha pecheutiana; ii) AD de linha foucaultiana; iii) a Análise Crítica do Discurso (ACD), desenvolvida por Fairclough. As ações desse projeto de pesquisa possibilitarão compreender o funcionamento de discursos na produção de sentido para e sobre os sujeitos, além do mais, permitirá verificar as relações de saber e de poder na produção de discursos que desenham os sujeitos negros nas mais variadas formas de manifestações, como nas práticas de Marabaixo, de Batuque, de Candomblé, de Umbanda, de ribeirinhos, de quilombolas, de migrantes, entre outras. Além disso, possibilitará pensar nas lutas por emancipação, por reconhecimento e por representação social através das ações e dos discursos dos atores sociais negros amazônicos e amazônidos perante o poder atuante e hegemônico de sujeitos e de Instituições.
Integrantes: Coordenador: Ednaldo Tartaglia Santos; Estudante de Mestrado: Benesaide da Silva Silva; Estudante de Graduação: Êmile Melo de Freias.
Coordenador: Prof. Dr. Ednaldo Tartaglia Santos
Resumo: O Projeto Estudos do Texto e do Discurso da/na Amazônia procura fomentar pesquisas que tratem do texto e do discurso oriundos da Região Amazônica, bem como aqueles que circulam nas demais regiões brasileiras e são objetos de estudo de pesquisadores na Amazônia. Ele se constitui como um projeto interdisciplinar o qual procura analisar como os sujeitos (amazônicos e/ou não amazônicos) se interagem, se constituem e se representam, além de observar como os sujeitos representam o Outro por meio de textos e de discursos. Para isso, abarca planos de trabalhos que se fundamentam em diversas correntes teóricas da Linguística, como a Análise do Discurso (AD) de linha pecheutiana e foucaultiana, a Análise Crítica do Discurso (ACD), empreendida por Fairclough, a Pragmática, a Semântica, a Linguística Textual, entre outras.
Equipe: Ednaldo Tartaglia Santos (Coordenador), Benesaide da Silva Silva (Mestranda PPGLET) e Êmile Melo de Freitas (Graduanda/Letras-Santana)
Financiadores: PAPESQ 2019
Coordenador: Eduardo Alves Vasconcelos
Resumo: Este projeto dar continuidade às investigações fonético-fonológicas em quatros línguas indígenas brasileiras: Panará (Jê), Xetá (Tupi-Guarani), Ikpeng (Karib) e registros linguísticos do Galibi da região do Oiapoque (Karib). Além dessas línguas, acresce-se, nessa segunda fase, estudos de línguas indígenas falada no Amapá e norte do Pará. Essas investigações buscam, por um lado, aumentar o conhecimento científico sobre as línguas indígenas brasileiras, em especial, as línguas supracitadas e, por outro, dar contribuições ao uso da escrita entre esses povos. As análises partem dos pressupostos teóricos da fonologia desenvolvida pelo Círculo Linguístico de Praga, que tem em Trubetzkoy (1939) e Jakobson (1949) seus principais expoentes. Assume-se também, quando se mostrar relevante, as análises e representações autossegmentais, segundo a vertente das geometrias de traços.
Equipe: Eduardo Alves Vasconcelos (Coordenador), Angela Fabiola Alves Chagas (Docente/UFPA), Amiakare (Mestrando PPGLET), Uisllei Uillem Costa Rodrigues (Externo).
Coordenador: Eduardo Alves Vasconcelos
Resumo: Com uma diversidade sociocultural e linguística expressiva, o Estado do Amapá, nomeado, no período colonial, como Terras do Cabo Norte, apresenta-se como um campo fértil para pesquisas em diferentes áreas, sobretudo na área da Linguagem, cerne do propósito deste projeto. Assume-se a hipótese que essa diversidade, eminentemente multilíngue, é resultante de intrincadas e instigantes relações de migrações, ou seja, de um intenso trânsito de povos desde a foz do Amazonas até ao denominado platô das Guianas. O ponto de partida é buscar nos estudos históricos e socioculturais elementos que permitam compreender a ecologia linguística da região, para que, em seguida, possamos analisar amostras do português falados na região, principalmente, de comunidades afrodescendentes, quilombolas, indígenas e ribeirinhas. Nesse sentido, interessa-nos observar aspectos culturais que identificam as populações, bem como as tradições e manifestações que constituem as identidades culturais, observando as situações e eventos realizados em ritual ou em situações informais e de caráter comuns indicativas da tradição oral. A perspectiva teórico-metodológica que assumimos é, assim, a da sociolinguística, não enquanto método de investigação de campo, mas sim enquanto a importância que damos às informações sócio-históricas para compreensão do fenômeno linguístico. As discussões sobre contato permeiam essa proposta, uma vez que nosso olhar é para populações e suas línguas que se fundiram ou se dispersaram por diferentes razões.
Equipe: Eduardo Alves Vasconcelos (Coordenador), Edna dos Santos Oliveira (Coordenadora), Gisélia Gabriel (Mestranda PPGLET), Thais Ferreira Rodrigues (Graduando Letras/Santana).
Financiadores: PAPESQ/2019
Coordenador: Prof. Dr. Fernando Orphão de Carvalho
Resumo: O presente projeto possui um objetivo duplo: Em primeiro lugar, sob uma perspectiva sincrônica, buscará produzir conhecimento acerca da estruturação fonológica e gramatical de um conjunto de línguas indígenas faladas no continente Sul-Americano através da investigação de dados primários coletados em pesquisa de campo. Em segundo lugar, e com base nestes dados e também em dados secundários advindos da pesquisa de outros investigadores, o projeto buscará elucidar as características e a natureza do desenvolvimento histórico destas línguas e dos grupos linguísticos aos quais elas pertencem, dando especial ênfase, mas não exclusividade, às línguas das famílias Arawak, Carib, Jê e Tupi-Guarani. Insere-se, neste segundo objetivo, o intento de utilizar as informações resultantes da investigação em linguística histórica com o objetivo de contribuir para o estudo da história, e da pré-história, dos seus falantes, através da produção de modelos de diferenciação dos grupos linguísticos e do descobrimento de padrões de contato linguístico. Os métodos utilizados são os métodos tradicionais de análise linguística sincrônica, além do método histórico-comparativo, o instrumental central da linguística histórica.
Equipe: Fernando Orphão de Carvalho (Coordenador), Angela Fabiola Alves Chagas (Docente/UFPA), Cilene Campetela (Docente/UNIFAP), Gélsama Mara dos Santos (Docente/PPGLET), Diana Pantoja Zavodny (Mestranda PPGLET), Makaratu Waiãpi (Mestrando PPGLET), Ereu Apalai (Mestrando PPGLET), Josinete Barbosa (Graduanda Letras).
Coordenadora: Profa. Dra. Gélsama Mara dos Santos
Resumo: O projeto visa documentar e revitalizar a língua Galibi Kalinã do Oiapoque falada pelo povo com o mesmo nome, que vive na terra indígena Galibi, no município do Oiapoque. Pretendemos criar uma base de dados linguísticos para fins de produção de material didático que serão utilizados nas escolas Kalinã. Todo o trabalho será desenvolvido juntamente com a comunidade.
Equipe: Gélsama Mara dos Santos (Coordenadora), Cilene Campetela (Docente/UNIFAP), Davi Castro Gabriel (Graduando/Intercultural), Fernando Orphão de Carvalho (Docente/PPGLET), Glauber Romling da Sailva (Docente/PPGLET), Janina dos Santos Forte (Mestranda/PPGLET), Arawaje Apalaí (Mestranda/PPGLET).
Coordenador: Prof. Dr. Glauber Romling da Silva
Resumo: Este projeto tem por objetivo adaptar a Base de Dados Linguísticos da Língua Kheuól do Uaçá (doravante, BASE), e suas variantes dialetais Karipuna e Galibi-Marworno. A BASE foi construída com o programa de documentação linguística Fieldwork’s Language Explorer (FLEx) e apresenta atualmente 2000 entradas lexicais em Kheuól e Português. A BASE foi construída através da inserção de dados secundários escritos, e manteve todas as variações de escrita encontradas. Ou seja, este projeto não pretende fazer coleta de novos dados. Atualmente, os professores Karipuna e Galibi-Marworno estão discutindo e atualizando convenções ortográficas que sanem problemas de letramento e, sobretudo, de representatividade étnico-cultural. A escrita, como reificação da língua, tem esse poder. Algumas decisões ortográficas já foram tomadas (acento, til, hífen, etc.) através de oficinas do projeto “Valorização das Línguas Crioulas do Amapá e do Norte do Pará” e servirão de pontapé inicial para a adaptação da BASE com uma abordagem bidialetal. O projeto, como resultado final, poderá disponibilizar material Kheuól já publicado e de circulação livre com as devidas atualizações ortográficas.
Equipe: Glauber Romling da Silva (Coordenador), Jaciara Santos (Mestranda/PPGLET), João Alexandre Charles (Mestrando/PPGLET) e Isa dos Santos (Mestranda/PPGLET).
Coordenadora: Profa. Dra. Kelly Cristina Nascimento Day
Resumo: O projeto guarda–chuva Estudos da Paisagem Linguística Amazônica Amapá-Guiana Francesa: contato, ecologias, políticas e semióticas linguísticas da fronteira Franco-Brasileira, tangenciado por aspectos sociolinguísticos, ecolinguísticos e político-linguísticos das línguas e sociedades do contínuo Amazônico Amapá-Guiana Francesa se vincula à área da linguística e subárea da Sociolinguística. As pesquisas vinculadas a este projeto de natureza descritiva, qualitativa ou interpretativa, se debruçam sobre fenômenos existentes nessa fronteira decorrentes do contato linguístico, dentre os quais, aspectos relativos à mistura de línguas, práticas translingues e interferências, ao falar bilíngue, ao uso das línguas nos espaços públicos, às políticas linguísticas (menos ou mais explícitas), em diferentes contextos de aplicação. Nesse âmbito inserem-se abordagens puras ou aplicadas dos fenômenos emergentes do contato entre as línguas oficiais, minoritárias, indígenas e crioulas e do papel social destas na região fronteiriça. Discussão e estudos analítico-comparativos com aqueles produzidos nas demais zonas fronteiriças brasileiras.
Equipe: Kelly Day (Coordenadora)
Coordenador: Prof. Dr. Rosivaldo Gomes
Resumo: O objetivo deste projeto de pesquisa é abarcar estudos que focalizem o ensino e a aprendizagem de português como língua materna e/ou adicional/estrangeria, bem como a formação de professores e a elaboração de materiais didáticos a partir dos seguintes eixos: a) políticas e práticas linguísticas e ensino de Português; b) agir e trabalho professoral/docente no ensino de línguas em documentos oficiais; b) representações identitárias de raça e gênero na formação de professores e no ensino. Para tanto, propõe-se desenvolver estudos que possam contribuir com esses temas e fortalecer discussões a respeito da importância que a Língua Portuguesa, a formação de professores e a constituição de políticas linguísticas tanto para o ensino quanto para a elaboração de materiais didáticos têm ganhado nos últimos anos. Para sustentação teórica e metodológica o projeto respalda-se nos pressupostos da Linguística Aplicada Crítica que trata sobre questões referentes aos usos da língua/linguagem/discurso, pondo em relevo o que concentra poder e privilégio; nossos estudos em Linguística Aplicada Crítica, atualmente, faz-se uma revisão acerca de aspectos linguísticos, políticos, identitários e (trans)culturais que sustentam as relações de poder, de ensino, de políticas linguísticas e de identidades. Assim, em um intersecção transdisciplinar este projeto, teoricamente, sustenta-se em: i) Estudos Críticos do Discurso/Análise Crítica do Discurso e Enunciativos/dialógicos; ii) Políticas linguísticas (críticas), práticas e políticas identitárias/culturais em contextos de superdiversidade/diferença e de grupos minorizados; iii) Letramento Racial Crítico e multimodalidade; iv) Teorias dos Novos Letramentos e (Multi)letramentos; v) Formação de professores, Agir/trabalho docente, Teorias/ Pedagogias Decoloniais e Estudos Inter/multiculturais. Espera-se, desse modo, contribuir para/com prática pedagógicas e sociais sobre questões envolvendo o ensino língua portuguesa (materna e/ou adicional/estrangeira), questões identitárias e culturais, assim como auxiliar na elaboração de materiais didáticos específicos, procurando-se sob essas perspectivas fortalecer e ampliar o vínculo entre professor, aluno, língua, cultura e estabelecer uma reflexão a respeito da qualidade, desafios e possibilidades de ensino e de aprendizagem de português para alunos em diversos contextos e especificidades.
Equipe: Rosivaldo Gomes (Coordenador), Heloane Baia Nogueira (pesquisadora), Henan dos Santos Nery (bosista de IC), Natália Almeida Braga Vasconcelos (Mestranda-PPGLET, Aldiere Orlando (Mestrando-PPGLET), Edielson Monteiro da Silva (Mestrando-PPGLET), Marilene Almeida (Mestranda – PPGLET).
Financiadores: PAPESQ/2019
Coordenadora: Profa. Dra. Sâmela Ramos da Silva Meirelles
Resumo: Este projeto se insere na área de estudos linguísticos críticos e na teoria da decolonialidade para discutir a invisibilização de línguas minorizadas, principalmente as línguas indígenas, e o apagamento dos contatos linguísticos no Estado do Amapá. O Brasil é um país multilíngue, multicultural, no qual podemos observar uma política linguística que contribui para uma imagem homogeneizada das práticas linguísticas e culturais, que oblitera os contatos linguísticos e os continnum linguístico e cultural entre povos, grupos e identidades. O Amapá é marcado por uma diversidade de línguas constituídas por comunidades quilombolas, afrodescendentes, rurais, ribeirinhas e indígenas que resultam numa grande heterogeneidade sociocultural. No entanto, mesmo diante de tamanha diversidade, pouco sabemos sobre as práticas linguísticas desses povos, o que evidencia um histórico processo de invisibilização, silenciamento e tentativa de homogeneização desse espaço multiétnico e multicultural. Diante desse quadro, apresentamos uma proposta de pesquisa em fontes históricas, oficiais e não-oficiais, sobre essa diversidade para compreendermos as dinâmicas linguístico-culturais que emergiram e ainda continuam emergindo nas práticas linguísticas nesse estado.
Equipe: Sâmela Ramos da Silva Meirelles (Coordenadora)
Linha: Literatura, Cultura e Memória
Coordenador: Prof. Dr. Emerson de Paula Silva
Resumo: O espaço na linguagem teatral é algo amplo entendendo o corpo como primeiro espaço a ser habitado e o diálogo do corpo nos diferentes estados e espaços que este ocupa. Portanto, este Projeto de Pesquisa pretende agregar os múltiplos olhares que o Teatro pode proporcionar em contato com os diferentes sujeitos e ações que estes mesmos sujeitos desenvolvem a partir da ampliação da geografia do olhar, no que tange entender as potencialidades do fazer teatral para além do espaço da Arte.
Equipe: Emerson de Paula Silva (Coordenador), José Helder de Sousa Brandão (Mestrando/PPGLET).
Coordenador: Profa. Dra. Fernanda Cristina Encarnação dos Santos
Resumo: A necessidade de se criar uma historiografia literária para a Amazônia (e suas diversas regiões) levou-nos a refletir sobre a possibilidade de trabalhar com diversas narrativas, que ajudam a compreender o espaço amazônico, em todas as suas abordagens específicas. Da epistolografia do século XVII às narrativas indígenas, a Amazônia foi sendo criada e mitificada entre pólos opostos, ora observada como lugar inóspito e selvagem, ora observada como lugar paradisíaco. No século XVII, trabalharemos, especificamente, com o espaço Grão-Pará e Maranhão (assim designado pelos colonizadores portugueses) e com questões epistolográficas, sobretudo as cartas produzidas pelos missionários das Ordens religiosas. Assim, os viajantes que, ao longo dos séculos, analisaram a Amazônia em seus escritos serão contemplados. Por outro lado, trabalharemos também com as narrativas gestadas no espaço amazônico, tais como as dos povos indígenas Galibi-Marworno e Karipuna. Neste último caso, as fontes para estas narrativas são orais e a forma como as histórias são contadas, ao longo dos tempos, permite reconstruir a memória e a cultura destes povos.
Equipe: Fernanda Cristina da Encarnação dos Santos (Coordenadora), Gelson Pastana Maciel (Mestrando/PPGLET), Nordevaldo dos Santos (Mestrando/PPGLET) e Lana Moura Miranda (Graduanda/Letras-Português/2016).
Coordenador: Profa. Dra. Germana Sales
Resumo: Durante o período áureo da extração da borracha na Amazônia, na segunda metade do século XIX, muitas são as referências ao crescimento das duas maiores cidades da região: Manaus e Belém. Entretanto, são recentes os trabalhos que nomeiam a história cultural desses locais, com a ocorrência de espaços que favoreceram as práticas de leitura, como a fundação dos gabinetes de leitura, a criação de tipografias e livrarias e a presença dos jornais como veículos propagadores da leitura. Dessa forma, é notável que a Amazônia não abriga somente a maior biodiversidade do nosso planeta. Nela, de forma ímpar existe uma história cultural significativa, que registra uma ampla circulação de materiais impressos. Desde 2003, o Grupo de Estudos História da Literatura ? GEHIL, realiza pesquisas dedicadas à recuperação da história cultural em Belém, durante o século XIX. Esses trabalhos deram visibilidade e demonstraram que as informações acerca da construção da história da leitura e da história cultural não estão restritas à cidade do Rio de Janeiro, geralmente identificada como único sinônimo de vida intelectual no Brasil, durante os anos oitocentos. Ambientada na Amazônia brasileira, mas especificamente em Belém, capital do Pará, esta pesquisa apresenta como problema a recuperação de obras em prosa, veiculadas em diferentes suportes e disponíveis nos acervos que conservam esse material até o presente século. Trata-se de uma pesquisa em fontes primárias, que toma como objeto os jornais e as obras raras, bem como a análise dessas fontes e suas especialidades de circulação e movimentação cultural. O interesse da pesquisa está debruçado tanto no reconhecimento dos impressos em periódicos, como no estudo e análise do acervo de obras portuguesas presentes na Biblioteca Fran Pacheco, no Grêmio Literário Português. A recuperação desse material dá conta de ampliar estudos em torno da história cultural local, observando suas particularidades e influência, prioritariamente, lusitana.
Equipe: Germana Sales (Coordenadora)
Financiadores: CNPq
Coordenador: Prof. Dr. Marcelo Lachat
Resumo: Sobre a história da América Portuguesa, é preciso lembrar que a região norte não foi imediatamente explorada e colonizada após a chegada dos portugueses, em 1500, à “Terra de Vera Cruz”. Apenas em 1621, durante a chamada “União Ibérica”, é que se criou uma unidade administrativa responsável pelo Norte, o então denominado “Estado do Maranhão”, com sede em São Luís e que se distinguia administrativamente do Estado do Brasil. Em 1654, essa nova unidade da América Portuguesa foi renomeada “Estado do Maranhão e Grão-Pará” e, em 1751, “Estado do Grão-Pará e Maranhão”, transferindo-se sua sede para Belém. São ainda incipientes os estudos sobre a produção letrada dos séculos XVI a XVIII no (ou acerca do) Grão-Pará. Há importantes documentos que atestam a disputa pelo Norte do Brasil entre portugueses e espanhóis nos anos quinhentos e seiscentos, como as “relações” dos religiosos espanhóis Gaspar de Carvajal e Cristóbal de Acuña. Além disso, como se sabe, o padre Antônio Vieira foi o “superior” das missões jesuíticas no Estado do Maranhão e Grão-Pará, de 1653 a 1661, produzindo nesse período cartas, sermões e documentos administrativos. Conhecem-se ainda duas epopeias setecentistas que hoje são consideradas “amazônicas”: Viagem (1746), de Pedro de Santo Eliseu, e a Muharaida (1785), de Henrique João Wilkens. Assim, este projeto de pesquisa visa discutir as letras produzidas na ou referentes à região norte da “terra do Brasil” entre os séculos XVI e XVIII.
Equipe: Marcelo Lachat (Coordenador), Kerllyo Maciel (Mestrando/PPGLET) e Rosana Mendes (Mestranda/PPGLET)
Coordenador: Prof. Dr. Marco Aurélio Rodrigues
Resumo: O presente projeto dá continuidade à pesquisa realizada anteriormente (2018-2021), cuja vigência se finda em setembro de 2021, na qual foram elencadas diversas produções realizadas na região nordeste e norte do país, Guianas e Suriname, cujo diálogo se vincule diretamente à performance e recepção dos estudos clássicos. Com os resultados colhidos no período, tem-se como proposta atual, a busca mais ampla, embora apenas direcionada ao Estado do Amapá, das peças apresentadas no estado, que dialoguem com o teatro clássico, não apenas em relação à temática abordada, mas, também, com base nos elementos teóricos e estruturais das encenações. Para isso, o projeto de pesquisa pauta-se na teoria da Recepção da Performance, de Edith Hall (2007), bem como da análise pós-colonialista, realizada por Pratice Rankine (2006), na qual o autor trata da questão “europeizante” dos textos clássicos. Assim, para além de apenas analisar as representações do estado, o presente projeto procura entender, também, alguns movimentos das montagens que rompam com a ideia vigente de um teatro clássico estritamente vinculado aos estudos advindos das grandes metrópoles, focando no olhar das colônias para o que Hall chamará de “Potencial político” do espetáculo.
Equipe: Camila Figueiredo da Costa (Graduanda/Letras-Português/ 2017), Géssica do Nascimento Parente (Graduanda/Letras-Português/ 2018), Túlio Pereira Barbosa (Graduando/Letras-Português/2017), Franck Wirlen Quadros dos Santos (Mestrando/PPGLET) e Márcio da Paixão Barros (Mestrando/PPGLET).
Coordenador: Profa. Dra. Natali Fabiana da Costa e Silva
Resumo: Esta pesquisa pretende estudar a prosa romanesca da Guiana Francesa e do Suriname, destacando a memória coletiva e a diáspora enquanto elementos identitários que permeiam essa produção literária. O ponto comum entre as obras selecionadas para este estudo relaciona-se à existência, nesses romances, de um anseio de reparação histórica atrelado ao período da colonização europeia, sobretudo, durante a época da escravização de mão de obra trazida dos países africanos para o comércio do café, da cana-de-açúcar e da madeira. Nesse sentido, é profícua a publicação de romances históricos? conceito amplamente discutido por Lukàcs e Bakhtin? que mobilizam teorias acerca do deslocamento, assim como questões em torno dos conceitos de voz e local de fala. O aspecto inovador desta proposta consiste em adentrar um campo ainda pouco estudado no Brasil e alhures e, então, organizar, selecionar e, sobretudo, produzir fortuna crítica sobre uma literatura ainda pouco pesquisada. Teóricos como Stuart Hall, Edward Said, Homi Bhabha, Gayatri Spivak, Maurice Halbwachs, entre outros, serão fundamentais para o desenvolvimento do projeto de pesquisa, que contará com o apoio de pesquisadores de três instituições, a saber, Universidade Federal do Amapá (UNIFAP), Université de Guyane (UG), Universidade Estadual Paulista (UNESP), além de envolver dois grupos de pesquisa, o Núcleo de Pesquisas em Estudos Literários ? Amazônia, Guianas e Caribe (NUPEL/UNIFAP) e o Literatura e Tempo presente (UNESP/UFsCar).
Equipe: Juliana Pimenta Attie (Pe), Marcelo Lachat (D), Rosuel Domingos Lima Pereira (M).
Financiadores: CNPq
Coordenador: Profa. Dra. Natali Fabiana da Costa e Silva
Resumo: Esta pesquisa pretende estudar o lugar de fala de personagens femininas nos romances ou produções orais indígenas da região das Guianas, ou seja, do Amapá, Guiana Francesa, Suriname e República da Guiana. Esse território, embora distintos em inúmeras dimensões, congregam, todavia, diversos aspectos: a geografia, o fluxo migratório, certas influências culturais. Apresentam, ainda, uma constituição linguística e cultural múltipla na qual é possível encontrar as línguas francesa, crioula, inglesa, holandesa e indígenas, além de diversas expressões artísticas. Apesar dessa riqueza, trata-se de uma região que enfrenta sérios problemas, como a imigração ilegal, um alto índice de prostituição, a exploração ilegal do garimpo, o vilipendiamento dos povos indígenas, entre outros. A literatura não é alheia a esses aspectos e, portanto, se por um lado é permeada pelo imaginário exótico do “Eldorado”, também incorpora as contradições sociais presentes nas cidades, seus baixos níveis de desenvolvimento, as péssimas condições de trabalho no garimpo, a marginalização de uma região que ficou conhecida como “Inferno Verde”. Distante dos centros produtores de grandes obras literárias em nossa época, essa literatura que se expressa fora do cânone busca afirmar-se também enquanto representação de uma cultura não valorizada e pouco conhecida. Nessa perspectiva, se a Literatura é um produto cultural, ela pode construir e veicular discursos minoritários, buscando preencher as lacunas do paradigma literário vigente. A problematização do lugar de fala e daquilo que Morrison intitula “outremização” do sujeito serão os eixos norteadores do trabalho. Para tal, a pesquisa basear-se-á nas contribuições de Edward Said (2007), Gayatri Spivak (2010), Homi Bhabha (2013), Stuart Hall (2013), Toni Morrison (2019), entre outros.
Equipe: Bruna dos Santos Almeida (mestranda/PPGLET), Juliana Távora de Mendonça Lima (mestranda/PPGLET), Eline Samara de Souza Santos (mestranda/PPGLET), Elizabete dos Santos Pisa Waiana (mestranda/PPGLET), Malena Vidal dos Santos (mestranda/PPGLET), Bruna da Silva Alves (graduanda/Letras-Santana), Beatriz Marques das Chagas (graduanda/Letras-Santana/2020), Eloana Machado da Conceição (graduanda/Letras-Santana/2020), Jamilly da Silva Gonçalves (graduanda/Letras/2019).
Coordenador: Prof. Dr. Yurgel Pantoja Caldas
Resumo: Este projeto busca promover discussões sobre a produção literária na fronteira entre o Amapá e Guiana Francesa, a partir de formulações pós-coloniais, que ganham força com o término da Segunda Guerra Mundial.
Equipe: Ana Paula Costa Arruda (Graduanda/Letras), Carla Nobre (Mestranda/PPGLET), Jorlaíne de Almeida (Mestranda/PPGLET), Aline Monteiro dos Santos (Mestranda/PPGLET), Elane da Silva Viana (Mestranda/PPGLET), Juliana da Costa Castro (PE), Manoel Azevedo de Souza (Docente/UNIFAP).