A graduação em Secretariado Executivo teve sua implantação coincidente com a própria implantação da Fundação Universidade Federal do Amapá em 1990, compondo o rol de Cursos ofertado no primeiro vestibular desta IFES.

Quando da criação do Curso, na Unifap, a comissão encarregada da elaboração do Projeto Pedagógico optou por construir uma graduação a partir de uma breve análise de alguns cursos de Secretariado Executivo já em funcionamento no País, dentre os quais o da Universidade Federal da Bahia – desde 1969, e o da Universidade Federal de Pernambuco – desde 1972, os mais antigos em IES públicas, e o Instituto Newton Paiva (MG), instituição privada. Antes, porém, faz-se o percurso pelo qual trilhou a profissão de Secretário Executivo.

Nas décadas de 50 e 60 do século XX, o perfil da secretária no Brasil caracterizava-se como uma profissional tipicamente servente, limitando-se a executar as técnicas secretariais básicas, como: datilografia, taquigrafia, arquivo, anotação em agenda e, em raríssimos casos, pois era mera tomadora de ditados, redação. Na década de 70, a secretária ganha certo status com o aumento da complexidade das organizações empresariais e passa a ser um membro de assessoria gerencial. O que caracteriza essa década é a expressão: cada chefe tem a sua secretária. Assume novos papéis, participando de reuniões (para redigir atas). Isso significa que passa a haver o domínio da redação. Supervisiona agora o trabalho de equipes de apoio administrativo e, portanto, começa a ter papel de destaque na administração do tempo do gerente. O treinamento da secretária passa a abranger o seu comportamento, o relacionamento interpessoal, a administração do tempo e os princípios fundamentais de gerência.

Nas décadas de 80 e 90, a secretária passa a executar o papel de gerente e o cargo começa a ser exercido também por colaboradores do sexo masculino, que voltam ao mercado, já que a profissão foi, originariamente, dos homens. Os tempos agora exigem um desempenho polivalente, com atuação dinâmica envolvendo planos de ação. Isto significa que o secretário‚ um dos mais eficientes canais de comunicação dentro das organizações, exerce papel de ajustamento intersetares. Suas funções são de gerenciamento e assessoramento com poder decisório. O trabalho agora é de equipe.

O conceito vigente na atualidade é a pessoa que assessora o executivo, lhe transmite informações e executa as tarefas que lhe são confiadas, como organização do setor, classificação de documentos, estenografia, datilografia, arquivamento de dados, emissão de planilhas, redação de documentos e anúncios publicitários e, sobretudo, ela guarda segredos. Hoje, se espera do Secretário Executivo criatividade na execução das tarefas, bem como capacidade para dar assistência ao executivo e ao time que a ele se reporta. O secretário é a ponte entre aqueles que tomam decisões em nível gerencial e aqueles que as executarão. Ele não lida somente com coisas, mas sobretudo com pessoas. O Secretário Executivo executa suas tarefas a partir de iniciativa pessoal, ao contrário do secretário júnior que recebe ordens, pois necessita de direção para executar as tarefas. O treinamento do secretário agora exige direcionamento e segmentação de atividades múltiplas em que qualidade e criatividade são os conceitos básicos e também a mola propulsora de toda atividade que ele desenvolve na empresa. Assim, ele passa a ter uma formação de nível superior com plano de carreira mais definido e profissão regulamentada.
Com a promulgação da nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) e a desregulamentação da educação superior, facilitando a abertura de novas instituições de ensino e cursos de graduação, os cursos de Secretariado Executivo foram significativamente ampliados em todo o País. Atualmente, são ofertados cerca de 151 cursos de graduação em Secretariado.

Também, com a nova LDB, novas modalidades de cursos foram introduzidas na educação superior, como: cursos Seqüenciais e cursos de Tecnologia; o que permitiu a oferta de cursos com denominações diversas, como é o caso do curso de Tecnologia em Secretariado, ofertado pela Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc) e Centro Federal de Educação Tecnológica do Piauí (Cefet-PI).
Tem-se ainda o curso de Automação de Escritório e Secretariado, ofertado pela
Universidade Santa Cruz do Sul e Universidade do Vale do Itajaí.Considerando a inexistência de currículo mínimo fixado pelo Ministério da Educação, à época da implantação do Curso, foi efetuada uma análise das estruturas curriculares dos cursos já ofertados nas IFES e IES privada, já supramencionadas), o que revelou a linha da proposta pedagógica dessas Instituições.

Hoje, são várias as linhas pedagógicas dos Cursos de Secretariado Executivo espalhados pelo Brasil. Por exemplo, duas Universidades Católicas (PR e SP), em suas propostas curriculares, contemplam as questões sociais, filosóficas e teológicas do Homem contemporâneo. As do nordeste do Brasil contemplam as Relações Públicas nas empresas. A Universidade Estadual de Londrina (PR) contempla as Regras Protocolares com a disciplina Cerimonial e as técnicas audiovisuais com a disciplina Técnicas de Recursos Audiovisuais. A Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste – Toledo/PR) contempla as disciplinas de Metodologia da Pesquisa e Monografia, seguindo a linha de cursos acadêmicos voltados para a pesquisa.
Além dessas questões, a análise dos currículos em vigor revela, também, uma carga horária saturada com disciplinas de formação geral alocadas nos primeiros anos dos cursos. É justamente isso que não pode ocorrer com um curso de Secretariado Executivo, seja qual for sua concentração formacional (Bilíngue ou Trilíngue), pois, conforme pesquisa realizada pela PUC-PR e Unioeste, cujos resultados subsidiam a reformulação desses cursos a partir de 1993 e 1994, o aluno do curso de Secretariado Executivo tem perspectivas imediatas de trabalho. Tendo em vista esse quadro e o perfil profissiográfico para a Região, item exigido pelo MEC, o grupo de trabalho proponente desta reformulação optou por uma proposta mais sintética que atenda ao mercado de trabalho, contribuindo para a formação de novos profissionais capazes de atuar com competência, nesse mercado, desde os primeiros anos de estudos.

Especificamente no caso da Unifap, por recomendação de uma comissão consultora do MEC que visitou a IFES em 1993, o Curso teve suspendido a oferta de vagas no vestibular a partir de 1994, sendo, entretanto, garantida a formação dos alunos a ele vinculados. Esse compromisso foi honrado com a expedição dos Diplomas para os egressos como conseqüência da assinatura, em 22 de fevereiro de 1996, pelo então Ministro Paulo Renato Souza, da Portaria nº. 162 que reconheceu o Curso Bacharelado em Secretariado Executivo ofertado pela Unifap.

Esta medida do MEC serviu como mola propulsora para um grupo de ex-egressos, servidores técnicos-administrativos e docentes da Unifap reivindicarem, em 1997,  junto ao Conselho Universitário a re-abertura da Graduação em Secretariado Executivo. A luta foi recompensada com decisão em favor das expectativas da sociedade amapaense e, em 1998, as vagas no vestibular foram disponibilizadas.

Essa medida mostrou-se acertada quando, por vários processos seletivos que se seguiram, o Curso Bacharelado em Secretariado Executivo da Unifap vem se mantendo entre os mais concorridos dos certames. E é para honrar com essa clientela em potencial, que vê no Curso da Universidade Federal uma perspectiva profissional que não seja vinculada com licenciatura, é que se propõe agora uma nova concepção do Curso Bacharelado em Secretariado Executivo da Fundação Universidade Federal do Amapá, a partir deste novo modelo Curricular proposto.

Fonte: PPC – Secretariado Executivo UNIFAP, 2008.

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