Quadro de Horários

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A Coordenação do Curso de Bacharelado em Ciências Ambientais informa que o *período de matrícula para o semestre letivo 2022.2 será entre os dias 12 e 18/12/2022, via SIGAA*, conforme calendário acadêmico aprovado pelo CONSU/UNIFAP e publicado por meio da RESOLUÇÃO N. 14, DE 16 SETEMBRO DE 2022 (RESOLUÇÃO). Os *ajustes de matrículas serão feitos, SOMENTE, entre os dias 21 e 23/12/2022*, mediante requerimento discente encaminhado à coordenação do curso. O semestre letivo 2022.1 iniciará no dia *09/01/2023*, com término previsto para o dia *13/05/2023*. Para acessar o quadro de horários e disciplinas ofertadas no semestre letivo 2022.2, *acesse aqui*(Horário 2022.2).

Boa matrícula!

Desmatamento não constrói prosperidade na Amazônia.


Enquanto o desmatamento da Amazônia atingiu níveis recordes (1.455 km² em setembro de 2022: http://terrabrasilis.dpi.inpe.br/app/dashboard/alerts/legal/amazon/aggregated/), um grupo internacional de pesquisadores constatou que o desmatamento no Amazônia não leva necessariamente a sistemas justos de produção de alimentos ou a redução da pobreza. As descobertas, publicadas “on-line” na revista científica Tropical Conservation Science (https://journals.sagepub.com/home/TRC), minam um argumento-chave adotado pelos defensores do desmatamento no Brasil. “O desmatamento na Amazônia nas últimas décadas não construiu prosperidade para muitas pessoas locais”, disse o autor principal Dr. Darren Norris, da Universidade Federal do Amapá.


Diagrama

Descrição gerada automaticamente


Avaliando alegações de que o desmatamento alivia a pobreza

É amplamente entendido que a floresta Amazônica preserva não apenas uma biodiversidade imensurável, mas também mantém os serviços ecossistêmicos e a clima necessário para a produção agrícola. Mas os defensores do desmatamento no Brasil, incluindo o lobby do agronegócio, argumentam que derrubando as florestas Amazônicas é uma maneira eficaz de aliviar a pobreza. Emblemático dessa posição foi a declaração oficial do Brasil à Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2021, que afirmou que “onde há muita floresta também há muita pobreza”, implicando que a cobertura florestal está inversamente correlacionada com o bem-estar humano. Ou, seja, que a destruição ambiental é um “custo necessário” do desenvolvimento.

Aproveitando os dados econômicos oficiais mais recentes, pesquisadores do Brasil, Austrália e os Estados Unidos queriam ver se os argumentos econômicos apresentados pelos defensores do desmatamento suportariam ao escrutínio científico. Para isso, eles analisaram padrões anuais de mudança da cobertura florestal e indicadores econômicos para cerca de 800 municípios na Amazônia brasileira, cobrindo quase cinco milhões de quilômetros quadrados de 2006 a 2019.


A perda florestal não está associada a indicadores econômicos

O estudo da Tropical Conservation Science mostrou que, de 2006 a 2019, os indicadores econômicos para municípios com média de 74% de cobertura florestal não diferiram dos municípios com menos de 50% de cobertura florestal em 2019. Com salários médios estagnados nas últimas décadas, os resultados do estudo sugerem, portanto, que “o desmatamento não necessariamente gera sistemas de produção de alimentos transformadores e equitativos ou leva ao alívio da pobreza”, como afirmam os autores no seu estudo.

Os resultados vêm de uma série detalhada de comparações feitas usando Produto Interno Bruto, salário médio, existência de planos de saneamento básico e conectividade com a internet como indicadores econômicos para avaliar as questões do estudo. “Pela primeira vez, fomos capazes de executar análises controlando a autocorrelação temporal e espacial, que demonstraram gerar viés e incerteza consideráveis em análises anteriores”, explicou Darren Norris. “Embora os indicadores que escolhemos não sejam totalmente abrangentes em comparação com os disponíveis nos dados do censo nacional, eles representam uma proxy útil para o desenvolvimento econômico em toda a Amazônia brasileira nos intervalos anuais que examinamos”, ele esclareceu.

Os cientistas enfatizam que a suas descobertas vieram de uma avaliação das associações diretas entre perda florestal e indicadores econômicos – mas os pesquisadores não avaliaram, por exemplo, os efeitos através e/ou entre as cadeias produtivas que podem contribuir para a variação dos indicadores econômicos. “As associações diretas são importantes, mas não são os únicos efeitos que ocorrem em toda a diversidade de culturas e ambientes encontrados na Amazônia brasileira. De fato, muito poderia ser acrescentado por estudos futuros que examinem com mais detalhes os padrões de desenvolvimento localizados”, reforçou Norris.

“Pesquisas como essa são importantes porque podem informar diretamente a formulação de políticas”, disse o coautor Rhett Ayers Butler, fundador e CEO da plataforma de mídia ambiental Mongabay. “Esperamos que isso encoraje um exame mais profundo de algumas das alegações apresentadas por políticos”.


Implicações para a conservação

Os resultados apoiam evidências de todos os trópicos que mostram que o desmatamento pode ser um benefício de curto prazo para as economias agrícolas, mas não necessariamente gera sistemas de produção transformadores e equitativos ou alívio da pobreza. “Embora os defensores do desmatamento mantenham o foco no corte de árvores, parece muito mais provável que o alívio da pobreza possa ser alcançado em toda a Amazônia brasileira sem perda de floresta por meio de medidas que melhorem diretamente o saneamento e a educação, facilitem maior acesso aos recursos e criem oportunidades para aproveitar das tecnologias e políticas disponíveis”, conclui Norris.


CITAÇÃO:

Darren Norris, Terciane Sabadini Carvalho, Angela M. Guerrero, Maria Isabel Sobral Escada, Ane Alencar, Liz Kimbrough, and Rhett A. Butler. Cutting down trees does not build prosperity: On the continued decoupling of Amazon deforestation and economic development in 21st century Brazil. Tropical Conservation Science. 2022. https://doi.org/10.1177/19400829221132193 

Versão portuguesa do artigo: https://www.researchgate.net/publication/364123197_Norris2022_CuttingDownTrees_Ptpdf 


Nota de pesar

O Colegiado do Curso de Bacharelado em Ciências Ambientais/UNIFAP, manifesta o mais profundo pesar pelo falecimento de Ailton Gomes da Costa, aluno egresso da turma de 2015. Ailton sempre nos cativou com sua serenidade, bondade e compromisso. Neste momento de extrema dor, nos solidarizamos com familiares e amigos por esta perda irreparável.

I Virada Científica das Ciências Ambientais

Aconteceu entre os dias 19 e 23 de setembro a I Virada Científica das Ciências Ambientais. O evento contou com a participação de discentes, docentes e técnicos do curso de Ciências Ambientais/UNIFAP, além da participação de empreendedores sustentáveis locais e movimentos sociais. O evento buscou integrar discentes, técnicos e professores, visando apresentar projetos de iniciação científica, pesquisa, extensão e o trabalho desenvolvido pelos movimentos socioambientais e empreendedores da bioeconomia no Amapá. O evento fortaleceu o conhecimento sobre as Ciências Ambientais, despertando o interesse da comunidade acadêmica pela pesquisa, garantindo um intercâmbio de experiências e possibilidades enriquecedoras.

Informe

À comunidade Acadêmica CCAMB

Considerando o Memorando Nº 250/2022 – PROGRAD, *informamos que partir do dia 30/09/2022 até o dia 02/10/2022 estarão suspensas as atividades acadêmicas e administrativas no Campus Marco Zero do Equador e no Bloco do Curso de Ciências Ambientais*, pois a UNIFAP ficará à disposição da Justiça Eleitoral para instalação e funcionamento dos equipamentos utilizados nos preparativos das seções eleitorais e execução das Eleições 2022. *A partir do dia 03/10/2022, as atividades acadêmicas e administrativas funcionarão normalmente.*

Agradecemos a compreensão de todos.

Coordenação do Curso de Ciências Ambientais.