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Alunos de jornalismo divulgam suas produções em canal pós-TV

O primeiro semestre de 2016 foi de muitas produções no curso de Jornalismo da Unifap. As turmas 2013 e 2014 realizaram nas disciplinas Laboratório de Produção em TV e Produção em TV, sob orientação da professora Isabel Augusto, a produção de 13 trabalhos nos gêneros reportagem e documentário. E para facilitar a divulgação desses trabalhos, foi criado no YouTube o canal batizado de “Pos-TV UNIFAP”.

Veja as produções:

 

Leia o que a professora Isabel falou sobre o objetivo do canal: 

Prof. Isabel Augusto: O canal foi uma ideia que nasceu das disciplinas de TV que ministro há dois anos, desde 2014, no curso de Jornalismo da UNIFAP. Já sentíamos há tempos a necessidade de um meio de exibição e divulgação dos trabalhos de TV dos nossos alunos. Pois temos a Rádio Universitária que é um excelente espaço de prática laboratorial dessa mídia. Para a televisão não havia. Desde 2014 que vinha matutando uma solução pra esta situação. E esta veio inclusive no bojo dos debates da bibliografia discutida acerca do jornalismo audiovisual em sala de aula. A criação do mesmo contempla inclusive o que tem alimentado os debates em torno dessa mídia, afinal a “pós-TV” é uma realidade cada vez mais potente. O objetivo do canal é justamente escoar e divulgar as produções em jornalismo audiovisual dos alunos do curso de Jornalismo da nossa Universidade.

 

 


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Juventude e Religiosidades do Amapá: Jovens de Terreiros

O documentário sobre Jovens de Terreiros foi mais uma das produções da disciplina de Comunicação Comunitária deste semestre, sob orientação da professora Lylian Rodrigues. Assista o documentário no link a seguir:

 

Realização Curso de Jornalismo UNIFAP

Supervisão Professora Lylian Rodrigues

Disciplina Comunicação Comunitária – 2016.01
Turma 2014

Equipe de Produção
Aline Paiva – Roteiro/Imagens

Anne Guimarães – Pesquisas

Alano Dias – Imagens

Cliver Campos – Direção

Edinalva Monteiro – Reportagens

Ivaniel Flexa – Edição/Sonoplastia

Jamylle Nogueira – Pesquisas

Jéssica Marinho – Narração/Pesquisas

 

 

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Cotas Raciais – O que cotistas pensam sobre cotas?

Alunxs do curso de Jornalismo, em atividade da disciplina Comunicação Comunitária, orientadxs pela professora Lylian Rodrigues, organizaram uma roda de conversa para debater as cotas raciais na Universidade Federal do Amapá. Houve falas de cotistas, movimento social negro e administrativo. Acompanhe em vídeo a ação.

 

Realização Curso de Jornalismo UNIFAP

Supervisão Professora Lylian Rodrigues

Disciplina Comunicação Comunitária – 2016.01
Turma 2014

Equipe de Produção
Abinoan Santiago
André Campos
Alena Tavares
Cássia Lima
Emerson Real
Jaqueline Ferreira
Leandra Rodrigues
Valdeí Balieiro

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Resistência negra no meio do mundo: encontro de culturas africanas como transformador social no combate às violências urbanas

O que pensam e como vivem os sonhadores que, irmanados por um ideal de vida, compartilham histórias, desenvolvem projetos e constroem um “mundo alternativo” na Amazônia

 

(Em ação conjunta do Neab/UNIFAP, do Políticas do Corpo/UNIFAP e do bar Sankofa, foram trazidos para a Unifap moradores do quilombola urbano de Belém, Casa Preta. Na ocasião, foi organizado um debate sobre o filme “Preto sai, Branco fica” e uma oficina de batuque com alfaias, xequerês e tambores. Alunos e alunas do curso de Jornalismo da Unifap estiveram presentes na cobertura e produziram uma ampla reportagem sobre a temática da juventude negra, seus riscos e suas resistências; este é o resultado da disciplina Comunicação Comunitária, sob orientação da professora Lylian Rodrigues.)

O regime escravocrata no Brasil imprimiu severos abusos à população negra. A imposição de longas e forçadas jornadas de trabalho em consórcio com a realização de tarefas que exigiam esforços físicos descomunais; precárias condições alimentares, de higiene e habitação; tratamento venal, como se humanos não fossem, mas “coisas” que se podiam comprar, vender, trocar.

Qualquer resistência às condições desumanas impostas, os negros eram severamente punidos por feitores e capatazes que “gerenciavam” o trabalho escravo, reprimiam as fugas e simbolizavam a onipresença e onipotência dos “senhores” do regime.

Troncos, chicotes, açoites, chagas abertas, cicatrizes no corpo e na alma! Sob o “manto sagrado” da lei e da tradição social mais “nobre”, a desumanidade alçava voos inimagináveis incluindo a mutilação, a castração, a amputação de partes do corpo. A morte, talvez, representasse mais dignidade para homens, mulheres, crianças, adolescentes e idosos que viviam nessas condições.

A resistência ao sistema escravocrata, porém, sempre acompanhou a população negra! A forma podia se manifestar nos episódios de sabotagem, que atrapalhavam a produção de alguma fazenda, gerando prejuízo financeiro temporário. Podia ser traduzida no mbanza – a melancolia, a saudade da pátria-mãe originária, a aversão à privação da liberdade, resultante em greves de fome e até suicídios. A resistência também podia ser percebida nas fugas individuais e coletivas, sendo a formação do quilombo o símbolo maior dessa resistência.

A abolição de 1888 pôs fim ao regime escravocrata, mas não significou o fim das desigualdades entre brancos e negros, nem a cessação de atos desumanos contra a população negra e mestiça. O espírito escravocrata sobrevive, às vezes de forma brutal e visível, como nos altos índice de violência urbana que recai sobre a população negra jovem; outras vezes de maneira sutil, quase polida, como nas regras sociais de comportamento e padrões estéticos europeizados impostos indistintamente.

A resistência negra ganha formas diferentes nos dias de hoje e reedita antigas maneiras de se opor ao sistema opressor racista. Como no último dia 09 de agosto, quando aconteceu o Encontro de Culturas Africanas como Transformador Social no Combate às Violências Urbanas, nas dependências da UNIFAP. Estiveram presentes integrantes da Casa Preta de Belém, do Fórum da Juventude Negra, além de estudantes, pesquisadores e professores.

Coletivo Casa Preta: a experiência de um quilombo urbano

O Coletivo Casa Preta surgiu do encontro de quatro jovens negros no estado do Pará, no ano de 2008. Rafael Gomes e Anderson de Sousa (Don Perna), Lourenço Ribeiro (Negro Guinê) e Lamartine Silva (Negro Lamar).

DON PERNA (CASA PRETA)

DON PERNA (CASA PRETA)

Vanessa, faz parte do coletivo a 2 anos e explicou um pouco mais sobre o objetivo das atividades realizadas. “Eu faço parte de um coletivo, uma casa de Cultura, chamada Casa Preta, que fica em Canudos, fronteira com Terra Firme, um bairro periférico de Belém-PA.

A casa Preta nada mais é que um quilombo urbano, onde a gente trabalha na comunidade com a galera da periferia, levando o bloco firme que é um projeto da casa preta de percussão, também temos a roda de conversa das mulheres negras, e tem vários outros projetos que rolam, como exemplo: aulas de violão, aulas de yoga, capoeira, tudo nessa linguagem ancestral, da galera se reconhecer como negra”.

VANESSA (CASA PRETA)

VANESSA (CASA PRETA)

Além disso, Vanessa, também contou que há 2 anos, não se reconhecia como uma mulher negra, pois não conhecia sua ancestralidade, não sabia da onde eu vinha. “Hoje em dia, eu já sei e eu tô muito feliz por isso, por fazer parte de um coletivo aonde eu posso saber quem foi Malcolm X, Lélia Gonzales, Nina Simone, Angela Davis, enfim, vários heróis negros que fazem a nossa história e eu acredito que é esse o objetivo, de conseguir mais pessoas, de entrar na periferia, e falar pra pessoa que ela é capaz, que ela pode, e é isso, porque hoje em dia o extermínio da juventude negra no bairro de canudos, no bairro da terra firme, que é um dos bairros mais populosos de Belém, é um dos bairros mais perigosos também, ainda é muito grande, então, o nosso objetivo é esse: de quilombo urbano”, finalizou.

Do Perna: a convivência na Casa Preta (Vídeo)

Do Perna: a convivência na Casa Preta (Vídeo)

Link da entrevista: https://www.youtube.com/watch?v=JRZgbF6WTHE

Entre os projetos desenvolvidos, destaca-se o de laboratório artístico fundamentado no Afrobeat, que é uma combinação de música yorubá, jazz, highlife, funk e outros ritmos africanos. Filmes que abordam a cultura e a identidade negra ensejam conversas, workshops e oficinas. O Baobá das Letras usa a tecnologia social para a resolução problemas comunitários, como a falta d`água, atendimento à saúde e educação. O Coletivo Casa Preta desenvolve ações e estimula a comunidade escolar a observar o cumprimento da Lei 10.639 de 2003, que determina a obrigatoriedade do ensino de história e cultura afro-brasileira por meio de temas como história da África e dos africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional.

A maior parte da mobilização de novas pessoas é feita pela internet, como na página do Facebook – link:https://www.facebook.com/coletivocasapreta/

Juventude negra amapaense: resistência e empoderamento

A história de luta do jovem negro amapaense não difere muito do cenário nacional, mas o pouco que o difere também o empodera. O estado do Amapá é conhecido como uma das regiões que aglomera grandes quilombos, e possui uma cultura negra mais presente e mais valorizada nos dias de hoje.

Mas nem sempre foi assim e isso também não quer dizer muita coisa, mesmo com a população amapaense sendo 73,9% negra ou parda. O número de jovens brancos nas universidades chega a ser quatro vezes maior que a de negros, mesmo com as cotas. Isso evidencia a falta de oportunidades de acesso ao ensino público, agravada pela ausência nos espaços de circulação social.

A juventude negra ainda é vista com o estereótipo marginalizado em Macapá, espalhada nas áreas periféricas – pontes, invasões. Sofre diariamente com o abuso da autoridade policial, com a intolerância preconceituosa dos olhares alheios atentos à cor da pele. Essa é a mesma polícia que, no mês de novembro, promove a segurança em um dos maiores eventos da cultura negra no estado, a Semana da Consciência Negra do Amapá, realizado pela União dos Negro do Amapá, a UNA, que tem sua sede no bairro do Laguinho, que ainda é marcado por iniciar a trajetória do Ciclo do Marabaixo, a maior manifestação cultural, religiosa e histórica da cultura negra no estado.

Nem tudo isso é capaz de tornar o direito de ir e vir, do jovem negro amapaense, algo seguro. O medo se resume aos feitos e desfeitos da polícia do estado, que justifica os índices alarmantes de violência contra a juventude como legítima defesa.

O jovem negro é silenciado por quem deveria proteger e servir. Desempoderam o que é direito na constituição para todos os cidadãos e os segrega do direito de ter seus direitos. As abordagens policiais têm sido cada vez mais violentas e temerosas. Quando chegam a virar denúncias de abuso são simplesmente arquivadas ou somem do sistema, há inclusive casos de mortes não relatadas.

Fórum da Juventude Negra do Amapá surgiu em 2016, a partir do Encontro Amapaense da Juventude Negra. Trata-se de uma iniciativa que procura dar voz e visibilidade às ações, ideias e ideais da juventude negra amapaense.

Fórum representa resistência e empoderamento, diante das tentativas de silenciamento e ocultação da história, memória, direitos e luta da juventude negra local.

“Branco sai, preto fica”: ficção estimulando o debate sobre a violência real contra jovens negros

A juventude negra busca o reconhecimento do seu direito de ocupar diferentes espaços sociais. Luta para que seus espaços habituais de pertença sejam respeitados, sem discriminações e preconceitos.

Exibição do filme "Branco sai, preto fica"

Exibição do filme “Branco sai, preto fica”

Com uma mistura de ficção e realidade, o filme “Branco sai, preto fica” busca discutir, a partir de um acontecimento real, a violência policial cotidiana, a segregação da periferia e o racismo. No ano de 1986, em um baile de black music de Brasília, policiais militares invadiram a festa abordando inúmeros cidadãos e disparando vários tiros. Após o tiroteio, dois homens tiveram sequelas: um ficou paraplégico e o outro com a perna amputada. O próprio nome do filme remete, factualmente, a uma fala de um dos policiais durante a invasão ao baile.

Além do longa mostrar a realidade dos dois homens afetados pela violência policial desnecessária, o espectador é desafiado a compreender até que ponto as cenas são realmente realistas ou ficcionais. É o caso do terceiro personagem.  Dimas Cravalanças é enviado do futuro para investigar o que aconteceu na noite da invasão. Para isso ele “viaja” na sua máquina do tempo colhendo provas contra o estado brasileiro. Porém, essa máquina nada mais é do que uma caçamba de metal que simplesmente não sai de um terreno baldio. Metáfora das dificuldades encontradas pela juventude negra para sair do lugar comum socialmente imposto?

De acordo com o relatório da Anistia Internacional, o Brasil é o país que mais mata no mundo, em relação à força policial. No Rio de Janeiro, na Favela do Acari, por exemplo, entre os anos de 2010 e 2013, as vítimas geralmente eram homens (99,5%); negros (80%); e tinham idades entre 15 e 29 anos (75%). Em 2014, 15,6% dos homicídios possuía um militar como praticante. Segundo o documento, os policiais cometem os crimes em cidadãos que já se renderam ou que já estão feridos.

O Fórum da Juventude Negra no Amapá, FOJUNE-AP, também tenta, assim como o filme, desconstruir as questões do racismo e da violência contra os jovens, de forma a mobilizar toda a sociedade que se sinta sensibilizada com os diálogos e as articulações do espaço.

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O filme estimulou o debate no Encontro de Culturas Africanas como Transformador Social no Combate às Violências Urbanas.

CRÉDITOS

ROTEIRO

Gleidson Salheb

PRODUÇÃO

Alexandre Evangelista

Gabriel Marti

Camille Camilze

Gleidson Salheb

EDIÇÃO

Gleidson Salheb

FILMAGEM & FOTOGRAFIA

Gleidson Salheb

Amanda Paiva

Cindy Pantoja

REPORTAGEM

Amanda Paiva

Nicole Lemos

Cindy Pantoja

Igor Tiago