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Coletivo “UTOPIA NEGRA AMAPAENSE” realiza fala de protesto na câmara municipal de Vereadores de Macapá

Os ativistas usaram o espaço de fala para discutir o descaso com a população negra amapaense e cobrar ações de políticas públicas para as populações mais vulneráveis de Macapá.

O coletivo amapaense “Utopia Negra Amapaense” realizou uma fala de protesto na câmara municipal de Macapá, no dia 16 de dezembro do ano passado , através de um convite feito pela Vereadora Janete Capiberibe do PSB. No qual a própria vereadora cedeu seu momento de fala para o coletivo. 

Inicialmente o convite foi proposto para a divulgação das ações do coletivo relacionadas ao novembro negro, nas quais o grupo aproveitou a oportunidade para discutir sobre o descaso com a população negra amapaense e cobrar ações de políticas públicas para as populações mais vulneráveis de Macapá. “Não reivindicar apenas a luta uma vez no mês, durante as comemorações da consciência negra, mas sim todos os anos, todos os dias. Então aproveitamos essa oportunidade para expor todas essas problemáticas envolvendo a população Macapaense e Amapaense, e todos os problemas que as pessoas negras sofrem neste Estado”. Comenta Luana Darby, uma das coordenadoras gerais do Coletivo.

“Luana Darby, ativista e coordenadora geral no coletivo Utopia Negra Amapaense”. Foto/Imagem: Ianca Moreira 

A mestranda em Ciências Sociais pela UNESP e que também é uma Graduada em Ciências Sociais pela UNIFAP, leu a carta manifesto intitulada “Por uma outra Macapá/Amapá possível” na ocasião e relatou que o conteúdo serviu justamente para impactar a casa de 24 vereadores. 

O motivo principal para a fala do conteúdo da Carta Manifesto não foi apenas para apontar as pautas envolvendo as questões voltadas para a população negra Amapaense, mas também para fazer o grupo de políticos presentes refletir sobre a importância destas pautas para a cidadania. “A gente observa que tanto na Câmara de Vereadores, quanto na Assembleia Legislativa, Governo e Municípios, essas pautas não são tratadas seriamente. Assim como pautas levando em consideração Povos Originários, populações negras e LGBTQIA+, mulheres negras e Trans, que não tratadas nas camadas das instituições de políticas públicas”, afirmou a ativista.

“Membros do coletivo Utopia Negra juntamente com a Vereadora Janete Capiberibe”. Foto/Imagem: Ianca Moreira 

Além de disso, o manifesto também serviu como um lembrete para a falta de representatividade dentro da política Amapaense, “Já que estamos falando de 2022, e os políticos precisam atingir cotas de mulheres e pessoas negras, indígenas nos partidos, e não há um investimento dentro destes partidos para representação política” e Luana completou, “então a gente viu a oportunidade de colocar tudo isso e denunciar a situação da Amazônia Legal, sobre as terras, sobre a grilagem ilegal, sobre a poluição e clima, como forma de provocar todas essas instâncias para abrir os olhos e para gente também poder firmar nossa proposta como coletivo”. 

Em entrevista, Luana Darby, uma das coordenadoras gerais do coletivo, nos relata que “A juventude hoje passa por um sério problema que está relacionado a questão social de falta de políticas públicas (…), e por isso temos estes entraves de ter uma fala mais aberta. Porque estamos falando do que a população sente”. 

 

Confira um trecho da Carta Manifesto:

Foto/Imagem: Ianca Moreira 

 

“Poderíamos falar de duas referências históricas do movimento negro – Zumbi e Dandara, que nos dão força para nossas lutas. Poderíamos falar aqui das muitas “riquezas” que o Amapá possui. Mas não estamos aqui para falar disso. Vimos falar aqui sobre “pobreza”. A miséria, a violência, a concentração econômica, que afeta a nossa população, composta majoritariamente por pessoas pretas, mulheres, jovens e periféricos de Macapá. (…)”

” (…) Nós existimos e resistimos. O acesso precário da população preta e periférica reflete o processo do genocídio, feminicídio e epstemicídio de moradores dos bairros de Macapá. A pandemia da Covid-19 acentuou as desigualdades e expôs as dificuldades que a população já vem sofrendo há anos. É preciso parar de dizer que a população tem “culpa” pela situação que vive, quando, na verdade, lhes foi negado o conhecimento de sua própria história, o acesso à informação e acesso aos direitos básicos, tratá-las como se fossem “lixo”. Temos fome, sede, enquanto nossos representantes têm “pobreza” de vontade política. As políticas ambientais precisam de um compromisso sincero. (…)”. 

Você confere a carta completa na íntegra através da matéria do Utopia Negra. 

 

O Coletivo Utopia Negra Amapaense

Foto/Imagem: site Utopia Negra Amapaense

O Utopia Negra Amapaens, é um coletivo independente, progressista, autorganizado políticamente, autogerenciado, sem ligações com as elites políticas.

Político e Ativista, o coletivo existe há um ano e cresceu bastante durante o Apagão Amapá, durante o mês de Novembro do ano passado, omde realizaram projetos de doação de cestas básicas e filtros de água para a população mais carente da cidade. O coletivo é formado por jovens pretos, acadêmicos de diversas áreas do saber, sendo eles: Cleiton Rocha e Luana Darby (Coordenadores Gerais do coletivo); Alícia Miranda (secretariado geral); Rayane Penha (coordenação de comunicação e assessoria); Amanda Souza e Adrian Kethen (coordenação setorial de mulheres negras); Higor Pereira, Amanda Souza, Luana Darby e Neto Medeiros (coordenação setorial de educação); Isabelly Ribeiro Guabiraba (coordenação setorial de ciência e tecnologia); Benedita Sardinha (coordenação setorial de mercado de trabalho: uma perspectiva econômica e social); e Welliton Brasil (responsável jurídico e relações públicas) 

O coletivo tem como objetivo promover um debate sobre a política amapaense a partir de uma perspectiva negra, além de promover a estética negra amapaense, intelectualidade, artes, musicas e o saber tradicional negro.

Quando perguntada sobre a continuidade de projetos do Coletivo, a ativista salientou: “A gente pretende continuar com as nossas ações mais diretas com a população periférica de Macapá como formação em escolas da periferia” atualmente o grupo trabalha em um projeto no Bairro do Congós, na zona Sul de Macapá, chamado “A vida sobre as Águas” em parceria com o Instituto Clima e Sociedade e o Centro de Atividades Sociais da Periferia (CASP). Segundo Luana, o projeto se trata de uma formação educacional, ambiental e cultural, que servirá não apenas como capacitação mas como plataforma de políticas públicas do Coletivo para a população do bairro. 

Você pode conferir todos os projetos, lives e notícias sobre as realizações do grupo através das suas redes sociais (@utopia_negra) ou no seu site oficial (https://www.utopianegra.com/).

Colaboração de texto: Izabele Pereira (Bolsista de Extensão do Escritório Modelo/Rádio e TV UNIFAP, 2021)


ATENÇÃO – As informações, as fotos, imagens e os textos podem ser usados e reproduzidos, integral ou parcialmente, desde que a fonte seja devidamente citada e que não haja alteração de sentido em seus conteúdos. Crédito para textos: Escritório Modelo/Rádio e TV UNIFAP, 2021.

 

 

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