Entre mutações do vírus, casos de reinfecções e possibilidade de sequelas, uma nova questão surge neste contexto pandêmico: o que é a síndrome pós-Covid-19?
A chamada síndrome Pós-Covid consiste em várias alterações de saúde diferentes que podem surgir após a cura do coronavírus. Em um estudo inédito realizado pelo Instituto do Coração do Hospital das Clínicas (Incor), da Faculdade de Medicina da USP, em São Paulo, até 80% dos recuperados sentem ao menos um sintoma até quatro meses depois do fim da infecção.
Caracterizada por um conjunto de sintomas que podem persistir por mais de três meses após o diagnóstico e cura da Covid-19, a síndrome pode fazer com que os pacientes tenham que buscar tratamentos e reabilitação, temporários ou prolongados. Embora essa condição seja frequente nos casos que apresentaram a forma grave da infecção pela doença, também pode acontecer naqueles pacientes que tiveram casos leves e moderados.
“Foto/Imagem: Shutterstock”
Os sintomas para suspeitar da síndrome pós-covid-19 são: cansaço excessivo, dores musculares, tosse, sensação de falta de ar ao realizar algumas atividades diárias, perda do olfato e do paladar, zumbido, tontura, esquecimento, dor de cabeça, confusão, palpitações, sudorese, ansiedade/depressão, insônia, problemas digestivos, náuseas vômitos, dentre outros sintomas que podem ser manifestados.
É comum encontrar nesses pacientes a persistência da falta de ar, característico da doença. Ela pode ou não vir acompanhada da redução das capacidades pulmonares e de difusão, bem como apresentação semelhante à doença pulmonar restritiva.
Infelizmente, ainda não existe uma prevenção para a síndrome ou um tratamento definido, por se tratar de uma infecção relativamente nova. É imprevisível estimar como o novo coronavírus afetará as pessoas a longo prazo.
No entanto, a pesquisa do INCOR afirma que a infecção pelo novo coronavírus pode atingir outros órgãos além do pulmão. Existe ainda a possibilidade da doença causar danos no coração e cérebro, como causar pequenos danos a memória e causar problemas de atenção e foco. Segundo a pesquisa, realizada pela neuropsicóloga Livia Stocco Sanches, até mesmo pacientes com quadros e sintomas leves ou assintomáticos tiveram sequelas neurológicas. E a lesão desses órgãos podem aumentar o risco de novos problemas de saúde a longo prazo.
Segundo o Incor, a OMS (Organização Mundial da Saúde) aguarda os resultados finais do estudo para adotar a metodologia desenvolvida na pesquisa do InCor como padrão em âmbito mundial no diagnóstico e na reabilitação da disfunção cognitiva pós-Covid.
Colaboração de texto: Izabele Pereira (Bolsista de Extensão do Escritório Modelo/Rádio e TV UNIFAP, 2021)
ATENÇÃO – As informações, as fotos, imagens e os textos podem ser usados e reproduzidos, integral ou parcialmente, desde que a fonte seja devidamente citada e que não haja alteração de sentido em seus conteúdos. Crédito para textos: Escritório Modelo/Rádio e TV UNIFAP, 2021.