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Pandemia na era digital: os obstáculos para a ‘cura’ da desinformação

 

 

A Covid-19 evidenciou inúmeros problemas sociais, como de saúde pública, econômico e principalmente a descrença pela pesquisa científica.

O surgimento de um novo vírus, que atingiu o Brasil no início de 2020, mostrou que o fortalecimento da ciência ainda estava bem distante da valorização ideal. O SARS-CoV-2 – também conhecido como “novo coronavírus” – foi um desafio para cientistas do mundo todo e principalmente para a população, que lutava em meio ao excesso de informações, em sua maioria falsas, sobre o que era real ou não em torno da doença.

A internet e as redes sociais, muitas vezes, foram as fontes de notícias mais acessíveis para boa parte das pessoas, mas nem todos os conteúdos publicados eram de fato baseados em dados científicos, o que influenciou consideravelmente na propagação das chamadas “fake news”. A pandemia gerada pelo novo vírus deixou de ter como único foco a doença, porque além disso, surgiu a necessidade de combater outro agente perigoso: a desinformação.

Ana Rubia Pelaes da Silva, de 47 anos, é professora e conta que tomou conhecimento da pandemia no Brasil através da televisão e que chegou a perder familiares pela doença. “Alguns sistemas de informações como televisão e redes sociais ajudaram, mas também atrapalharam nas informações divulgadas sobre a Covid-19, causando pânico na sociedade. Acredito que muitas pessoas adoeceram mentalmente com publicações erradas e indevidas”, explicou ela.

Ciência X Redes sociais

Uma pesquisa divulgada pela Avaaz, em 2020, mostrou que a cada 10 brasileiros, 7 acreditam em alguma fake news relacionada à Covid-19, ou seja, pelo menos 110 milhões de pessoas. Os números revelam ainda que os principais canais de propagação dessas notícias são as redes sociais WhatsApp e Facebook.

Dados pesquisa Avaaz (Imagem autoral)

O fenômeno acontece porque as duas redes sociais são ferramentas voltadas para o compartilhamento rápido, o que contribui para os perigos da falta de aprofundamento na hora de ler uma publicação. “As fake news quebraram o consenso historicamente formado sobre o valor da ciência e da vacina no combate às endemias, e representam um desafio a mais na gestão da pandemia”, detalhou o chefe da Superintendência de Vigilância em Saúde (SVS-AP), Dorinaldo Malafaia.

O boletim epidemiológico do Estado, divulgado em 08 de fevereiro de 2022, mostrou que o Amapá alcançou a marca de 157.750 casos da doença, além da confirmação de 2 infectados pela variante Ômicron, considerada mais transmissível. A SVS informou na terça-feira (8) que as amostras coletadas de pacientes suspeitos de contaminação pela Ômicron estavam sendo analisadas no Instituto Evandro Chagas, em Belém.

“O negacionismo é diretamente responsável pelo mundo ainda não ter superado a pandemia de uma vez por todas. No Brasil, nos impediu de salvar mais vidas, ao retardar o início da vacinação. E também por ter um contingente relevante da população que não adota ou negligencia as medidas de saúde necessárias para evitar o contágio”, completou Malafaia.

Mesmo com a imunização contra o novo coronavírus, a Organização Mundial da Saúde (OMS), reforça a necessidade da manutenção de medidas preventivas, como o uso de máscara, distanciamento social e a utilização do álcool em gel para higienização das mãos. 

Vacinação

Em entrevista ao Jornal do Amapá 1ª edição, exibido no dia 22 de janeiro de 2022, um paciente internado no Centro Covid do município de Santana, que não quis se identificar, falou que não tomou nenhuma dose da vacina contra a doença pois acreditou nos comentários que se referiam ao imunizante como “ineficaz”.

“Eu não acreditei [na vacina]. Passaram informação distorcida em relação a elas e eu acabei não tomando. Agora sinto as consequências graves, porque adquiri a doença causada pelo vírus”, contou o homem que pediu para gravar o relato. O paciente sofria as consequências dos sintomas na mesma semana em que o estado completou 80% de ocupação dos leitos do Centro Covid de Santana.

“Aconselho o pessoal a não ir em informação desnecessária e também a não se aglomerarem. Tome a sua dose devidamente, respeite a vacina, para que você não passe pelo que eu ‘tô’ passando. É muito ruim. A gente fica brigando pela vida e pela morte”, finalizou.

Uma agulhada de esperança

A filha de Ana Rubia, a pequena Ana Júlia, de apenas 8 anos, foi levada pela mãe para tomar a primeira dose pediátrica contra a Covid-19, vestindo uma camisa em homenagem à avó, que faleceu por conta da doença. A professora conta que sentiu orgulho ao ouvir a filha dizer: “Mãe, é por mim e pela senhora. Viva a vacina e viva a ciência!”, relembrou Rubia.

Ana Júlia homenageando a avó Foto (Arquivo pessoal/Ana Rubia)

“Mãe, é por mim e pela senhora. Viva a vacina e viva a ciência!”

 

A batalha continua

A médica Fernanda Sirotheau, que trabalhou na linha de frente da pandemia, disse que além da desinformação da população, ela teve que enfrentar o negacionismo inclusive de colegas da profissão. Em entrevista, ela fez questão de deixar um recado para todos “Se vacinem!”.

A jornalista Bianca Alves acredita que as redes sociais mostraram ser “armas nas mãos dos negacionistas na propagação de fake news”, por isso a importância de checar sempre informações nos canais oficiais. “Vacinas salvam vidas. A desinformação não. Se vacinem e incentivem as pessoas que vocês amam e se importam a se vacinarem e completarem todas as doses recomendadas”, completou ela.

O drama vivido por diversas famílias que perderam parentes durante a pandemia ainda é uma realidade latente, já que mesmo com a imunização muitas pessoas escolhem não vacinar. Mesmo com as dificuldades enfrentadas pelos gestores públicos e demais profissionais da linha de frente para driblar o negacionismo, a população ainda mantém a esperança viva na ciência.

Pesquise em sites ou redes sociais confiáveis antes de tomar uma informação como verdadeira. Para saber mais sobre a pandemia e o cronograma de vacinações, acompanhe as plataformas de órgãos como o site da Prefeitura de Macapá, e através das redes sociais, como Facebook e Instagram. Se você não é de Macapá, pode acessar as informações do Estado através do site do Governo do Estado, ou através do Facebook e do Instagram

 

Colaboração de texto: Marcely Cristian de Sena Barroso (Aluna da disciplina Redação e Reportagem 2, sob orientação do Professor Paulo Giraldi para o Projeto de Extensão do Escritório Modelo/Rádio e TV UNIFAP, 2022)
Revisão: Marcela Souza (Bolsista de Extensão do Escritório Modelo/Rádio e TV UNIFAP, 2022)

 


ATENÇÃO – As informações, as fotos, imagens e os textos podem ser usados e reproduzidos, integral ou parcialmente, desde que a fonte seja devidamente citada e que não haja alteração de sentido em seus conteúdos. Crédito para textos: Escritório Modelo/Rádio e TV UNIFAP, 2021.

 

 

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