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PROJETO REVIVER oferece acompanhamento para pacientes diagnosticados com Parkinson e Alzheimer

 

 

As relações e o cuidado estabelecido entre os profissionais da saúde e os pacientes traz esperança e os encoraja a não desistir.

O Parkinson e o Alzheimer são duas doenças degenerativas, com diagnóstico em pessoas acima dos 60 anos. Os portadores dessa doença necessitam de uma atenção especializada e multiprofissional. Sem nenhum tipo de centro especializado para atender esses pacientes no Estado, duas professoras da Universidade Federal do Amapá (UNIFAP) desenvolveram o “Projeto de Extensão Reviver”, que se tornou uma ferramenta de transformação social na vida dos pacientes e de seus familiares.

Em 2016, a enfermeira e docente do curso de medicina na UNIFAP, Viviane Cardoso e docente do Curso de Farmácia da UNIFAP e coordenadora do Laboratório de Química Farmacêutica e Medicinal (Pharmedchem), Dra Lorane Hage Melim, iniciaram o Projeto REVIVER. A ação contou com a parceria de professores de outras áreas da saúde para planejamento e desenvolvimento. Em 2017, o projeto foi submetido ao Comitê de Ética e após sua liberação, em 2018, teve início os primeiros atendimentos do projeto.

Parkinson e Alzheimer

A doença de Parkinson (DP) se desenvolve a partir da degeneração dos neurônios que produzem dopamina – responsável pelo controle dos movimentos. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), atualmente, estima-se que cerca de 1% da população mundial, com mais de 60 anos, tenha desenvolvido Parkinson. 

O Alzheimer é um distúrbio cerebral irreversível e progressivo que afeta a memória e as habilidades de pensamento, em alguns casos, a capacidade de realizar as tarefas consideradas simples do cotidiano. É o tipo de demência mais comum entre os brasileiros, enquanto em todo o mundo, ao menos 44 milhões de pessoas vivem com demência, tornando a doença uma crise global de saúde que deve ser resolvida.

Viviane Cardoso explica que o projeto nasceu a partir da ausência de apoio aos diagnosticados, ou seja, a falta de incentivo público/privado para esse acompanhamento: “Se você me perguntar assim ‘quantas pessoas existem com Parkinson e Alzheimer no Amapá?’ A gente não consegue esse dado porque não é uma doença que tenha notificação. Nós temos estimativas em cima de cálculos, mas nós não temos um número exato, e percebemos que as pessoas têm essa necessidade”, relata a docente.

Doutora Viviane (Foto: Hevila Alves)

 

A equipe do projeto é totalmente voluntária, com membros da UNIFAP ou de outras instituições. O atendimento multiprofissional ocorre nas áreas de Farmácia, Medicina, Fisioterapia, Educação Física, Enfermagem, Nutrição, Psicologia, Terapia Ocupacional, Serviço Social, Direito e Ciência da Computação, com participação de mais de 50 pacientes e seus respectivos cuidadores. A ação oferece qualidade de vida dos portadores da doença de Parkinson e Alzheimer, e seus cuidadores e/ou familiares.

Diagnóstico

Os primeiros sinais dessas doenças podem ser percebidos pelo próprio paciente. Costuma ser um choque para o portador da doença e sua família. O jornalista aposentado, Evandro Pinheiro, recebe ajuda do Projeto e fala dos benefícios: “Foi uma porta que se abriu na questão da socialização, da depressão. Quando recebemos o diagnóstico é um baque muito grande. Você sabe que tem, mas não quer receber, porém, percebe que é muito bom agir, buscar sua melhora, e ter uma vida normal”, afirma o participante.

 

Evandro Pinheiro, paciente do projeto (Foto: Hevila Alves)

 

As relações e o cuidado estabelecido entre os profissionais da saúde e os pacientes traz esperança e os encoraja para não desistir, dando-lhes a chance de se ressocializar. Além disso, os cuidadores e os familiares também podem compreender melhor a doença e a lidarem de forma mais branda com as dificuldades pelo caminho.

A atenção disponibilizada pelo projeto às pessoas portadoras de Alzheiner e Parkinson muda a perspectiva de quem sofre com as consequências degenerativas dessas doenças, principalmente os idosos que são o público mais acometido.

 “Quando chegamos aqui nós vemos a alegria de se reunir no projeto que vai muito além de ajudar na doença. Ele ressocializa, eu tinha vergonha de sair, ir ao shopping, hoje eu dirijo, a autoconfiança foi criada em mim. Não vou para longas distâncias, mas faço as pequenas coisas” relata o jornalista.

No Brasil, o Ministério da Saúde calcula que mais de 200 mil pessoas sejam portadoras da doença e esse índice pode crescer. A expectativa de vida subiu, atrelada diretamente ao envelhecimento da população. 

Como participar do REVIVER

Para ser atendido pelo projeto, é necessário fazer cadastro, como explica Viviane: “A entrada dos nossos pacientes não ocorre em livre demanda. Porque as nossas áreas trabalham com protocolos de acompanhamento a esses pacientes. A turma entra e segue o protocolo para avaliar como estão esses pacientes, se evoluíram, se os sintomas melhoraram. Essa chamada ocorre no início do semestre, são duas entradas por ano”.

 Por conta da pandemia a seleção e atendimentos foram suspensos. “Paramos os atendimentos e ficamos só com os pacientes que já eram do projeto, nós temos hoje alguns pacientes que já procuraram o projeto, estão na lista de espera aguardando a chamada”.

O  projeto não possui espaço próprio. Atualmente o projeto realiza os atendimentos com os pacientes nos blocos de saúde da Universidade, e negocia com a Reitoria um espaço para o Reviver, nas normas de biossegurança. As pessoas assistidas pela iniciativa conseguem ressignificar suas vidas aprendendo a lidar com os diagnósticos de Alzheimer e Parkinson de maneira mais saudável, recebendo atendimentos que auxiliam na manutenção da saúde física e mental dessa população.

Colaboração de texto: Hevila Alves, Lorena Lima e Mônica Costa (Alunas da disciplina Redação e Reportagem 2, sob orientação do Professor Paulo Giraldi para o Projeto de Extensão do Escritório Modelo/Rádio e TV UNIFAP, 2022)

 


ATENÇÃO – As informações, as fotos, imagens e os textos podem ser usados e reproduzidos, integral ou parcialmente, desde que a fonte seja devidamente citada e que não haja alteração de sentido em seus conteúdos. Crédito para textos: Escritório Modelo/Rádio e TV UNIFAP, 2021.

 

 

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