Qualis Periódicos CAPES na Administração, Contábeis e Turismo, o que mudou?

Em setembro de 2015, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) divulgou na plataforma Sucupira a nova qualificação Qualis Periódicos, cujo o objetivo é avaliar as revistas científicas nacionais e internacionais e os resultados da produção acadêmica dos programas de pós-graduação, segundo determinados critérios definidos pela comissão de cada área de avaliação. Para consultar a lista de periódicos avaliados pela Capes acesse aqui.

Sem entrar no mérito das críticas¹²³ a respeito da objetividade dos critérios adotados pelas comissões – que segue a lógica de quantificação do fator de impacto das revistas científicas em detrimento da qualidade do artigo publicado -, acredito ser relevante que os pesquisadores tenham conhecimento das mudanças ocorridas na avaliação dos periódicos de nossa área, pois essa informação não é colocada com muita transparência para nós. Na imagem ao final desta publicação está o comparativo dos critérios das avaliações do Triênio 2010-2012 e dos critérios adotados desde o ano passado para o Quadriênio 2013-2016.

Para os estratos A1 e A2 as mudanças ocorreram principalmente nos valores dos fatores de impacto dos periódicos. Nos periódicos A1 o fator de impacto da Web of Science (JCR) passou de > 1,0 para >1,4 e o fator de impacto da base Scopus (H-Scopus) de >20 para >24, além dos critérios de ter ISSN e ter no mínimo 2 edições por ano (esses últimos dois critérios é valido para todos os estratos). Anteriormente, na qualificação A2 o JCR devia ser maior que 0,2 e menor ou igual a 1,0, agora passou para maior que 0,7 e menor ou igual a 1,4, já o H-Scopus passou de maior que 4 e menor ou igual a 20 para maior que 9 e menor ou igual a 24.

As maiores mudanças parecem ter ocorrido nos estratos a partir de B1. Anteriormente, a exigência de ter pelo menos um indexador era para as revistas B2 para cima, agora ela passou para as revistas B3. Isso fez com que diversos periódicos que não estavam indexados, fossem avaliados como estratos B4 e B5 no último ano. Um critério que não existia e que foi adicionado é o Índice de atraso, que corresponde ao “número de fascículos em atraso/número de fascículos previstos por ano, informação declarada pelo periódico, em geral, em sua seção ‘sobre/about’”. Esse valor deve ser de no máximo 0,5.

Percebe-se também que diversos critérios específicos foram extinguidos, enquanto alguns outros critérios foram adicionados. Para a revista ser B1, anteriormente bastava apenas ser membro de uma das editoras especificadas ou estar na Scielo ou ter um fator de impacto mínimo (como pode ser visto na imagem), hoje a revista deve satisfazer pelo menos um dos três fatores de impacto (JCR, H-Scopus ou Scielo). O valor do JCR deve ser maior que 0 e menor e igual a 0,7, já o H-Scopus deve estar entre maior que 0 e menor ou igual a 9. A novidade agora é que existe o fator de impacto da Scielo e deve ser maior que 0,01 e também é utilizado para os periódicos B2.

TRIENIO

QUADRIENIO.png

Embora os critérios fixados, a comissão considerou que alguns periódicos devem estar classificados em um estrato acima, conforme o quadro abaixo:

Excecoes

Enfim, diversas outras mudanças específicas ocorreram, basta recorrer aos quadros acima. Espero ter conseguido sintetizá-las da melhor forma possível para compreensão de todos pesquisadores e curiosos de nossa área. Para maiores informações a respeito do assunto, as fontes de consulta foram os documentos oficiais de avaliação da Capes, que podem ser acessados  aqui ( Triênio 2010-2012) e aqui (Quadriênio 2013-2016).

Fonte: <https://sciandorg.wordpress.com/2016/01/30/qualis-capes-na-administracao-contabeis-e-turismo-o-que-mudou/>

 

Glauber Pereira

Mestre em Administração pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN. Aperfeiçoamento em Negócios Internacionais pela Universidade Andrés Bello em Santiago do Chile. Especialista em Logística Empresarial. Graduado em Administração de Empresas. Possui experiência de ensino em Administração nas áreas de Teoria Geral da Administração, Logística Empresarial, Tecnologia da Informação, Marketing, Gestão Estratégica, Sistema Integrado de Gestão e Gestão Sustentável.