A concessão do título foi aprovada pelo Conselho Universitário (CONSU) em outubro de 2021.
A UNIFAP realizará oficialmente na data de hoje, 10 de dezembro, a solenidade de entrega do título de Doutor Honoris Causa ao jornalista e sociólogo Lúcio Flávio Pinto, e a Raimundo dos Santos Souza, o Mestre Sacaca (post mortem).
O evento terá a presença de Lúcio Flávio Pinto e da viúva do Mestre Sacaca, Madalena da Silva Souza, acompanhada também de filhos e netos do homenageado, que irão representá-lo na ocasião.
O título de Doutor Honoris Causa é atribuído à personalidade que tenha se distinguido pelo saber e pela atuação em prol das artes, das ciências, da filosofia, das letras ou do melhor entendimento entre os povos. Esta é a primeira vez que a UNIFAP concede o título de Doutor Honoris Causa. A iniciativa faz parte das comemorações dos 30 anos da instituição. A sugestão dos nomes de Lúcio Flávio Pinto e de Mestre Sacaca veio do colegiado do programa de pós-graduação em Biodiversidade Tropical da UNIFAP, encaminhado à reitoria e então ao conselho universitário.
“Raimundo dos Santos, o nosso Mestre Sacaca” Foto/Imagem: Site Museu Sacaca.
Mestre Sacaca
Raimundo dos Santos Souza nasceu em 21 de agosto de 1926, em Macapá, na época em que o estado do Amapá ainda pertencia ao Pará. Sacaca foi conhecido na região, e internacionalmente, pelos seus conhecimentos a cerca de ervas medicinais, em uma época em que o acesso da população a medicamentos era escasso.
Conhecido por seu notório saber em fitoterapia, Mestre Sacaca foi um intelectual popular que ajudava a todos os que lhe procuravam em busca de cura, contribuindo com o desenvolvimento amazônico através do seu saber.
Em novembro de 2018, foi condecorado pela ‘Divine Academie Française des Arts Lettres et Culture’ com o Título Póstumo e Honorífico com as mais altas insígnias pelos relevantes serviços prestados à sociedade e à humanidade. O dom também rendeu a fundação do museu em Macapá que leva o seu nome e abriga pesquisas e produção de medicamentos fitoterápicos.
Sacaca, que morreu em 1999, deixou um legado de conhecimento sobre a flora da Amazônia e uma contribuição para o avanço da ciência fitoterápica de valor inestimável. O Mestre também é lembrado pela sua contribuição à cultura local, onde por muitos anos foi o rei momo do carnaval amapaense.
“Lúcio Flávio Pinto” Foto/Imagem: Paulo Santos/Acervo H.
Lúcio Flávio Pinto
Lúcio Flávio de Faria Pinto nasceu em Santarém (PA), em 23 de setembro de 1949. É professor, jornalista e sociólogo brasileiro, sendo um dos mais prestigiados jornalistas do Brasil, e o único brasileiro na lista dos 100 mais importantes jornalistas da ONG Repórteres sem Fronteiras. É sociólogo, formado pela Escola de Sociologia e Política da Universidade de São Paulo (1973). Foi professor visitante (1983/84) do Centro de Estudos Latino-Americanos da Universidade da Flórida em Gainesville, Estados Unidos. Foi professor visitante no Núcleo de Altos Estudos Amazônicos (NAEA) e do curso de jornalismo no Departamento de Comunicação Social da Universidade Federal do Pará (UFPA).
É autor de diversos livros sobre meio ambiente e Amazônia. Foi correspondente da BBC Radio News, responsável pela sucursal do jornal O Estado de S. Paulo na Amazônia e repórter dos jornais O Liberal e A Província do Pará, entre outros. Desde 1987, publica, com seu irmão, Luiz Pinto, o Jornal Pessoal, quinzenário individual que circula em Belém sem qualquer publicidade, e tem como diferencial em relação ao restante da imprensa paraense o seu não alinhamento a nenhum dos grupos políticos e empresariais do estado. Mantém ainda outro periódico, denominado Agenda Amazônica.
A honraria é um reconhecimento do meio acadêmico ao também sociólogo e pesquisador que há décadas dá voz aos povos tradicionais, seja denunciando os crimes ambientais, seja por seus estudos e pelo profundo conhecimento da região amazônica.
A concessão do título foi aprovada pelo Conselho Universitário (CONSU) em outubro de 2021. O rito obedece à Resolução n. 8 de 2005, que versa sobre a concessão de honrarias acadêmicas pela UNIFAP, e acontecerá às 16h, no anfiteatro da UNIFAP, localizada na Rodovia Juscelino Kubitschek, na zona sul de Macapá. O evento será aberto ao público, respeitando, é claro, todos os protocolos de biossegurança.
O uso de máscara para participação do evento é obrigatório.
Colaboração de texto: Izabele Pereira (Bolsista de Extensão do Escritório Modelo/Rádio e TV UNIFAP, 2021)
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