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Nota do curso de Relações Internacionais sobre acusações de racismo

O colegiado do curso de Relações Internacionais da UNIFAP se reuniu no dia 26 de junho de 2023 para discutir um caso de racismo, ocorrido dentro da Atlética Leviatã e do Centro Acadêmico, que foi levado à coordenação do curso. Cumpre destacar que esse caso não aconteceu na semana do calouro: a coordenação tem conhecimento dele desde o semestre passado, e vem dando acolhimento à vítima, que foi encaminhada à Superintendência de Ações Afirmativas e Direitos Humanos da instituição, onde formalizou denúncia. Outro caso foi levado ao conhecimento do colegiado nesta manhã. Nenhum dos dois casos tem a ver com qualquer trote violento: trata-se de um racismo velado, e por isso difícil de ser percebido até pelos perpetradores, o que não os isenta de responsabilidades. Os relatos também dão conta de um capacitismo bastante explícito por parte das pessoas acusadas em relação às duas vítimas. Cumpre destacar que não se trata de casos isolados: incidentes desse tipo são comuns não apenas no curso de Relações Internacionais, mas em toda a UNIFAP e na universidade brasileira como um todo. O colegiado de Relações Internacionais presta solidariedade às vítimas e entende que, em um curso com um corpo docente todo branco em uma sociedade racista, é necessário que o corpo docente assuma responsabilidades, faça a devida autocrítica em relação aos processos que estão levando a isso, e adote as mudanças necessárias dentro do curso para que isso não volte a se repetir. Também conclama a UNIFAP como um todo a pensar nos processos racistas que estão enraizados na instituição, e não apenas no curso de Relações Internacionais.

O colegiado também se posiciona em relação a boatos infundados que têm ocorrido em relação a um membro do corpo discente que perdeu uma parte do corpo em um violento incidente externo à instituição, e que nada tem a ver com os fatos narrados no parágrafo anterior. Os boatos, amplamente difundidos em redes sociais, dão conta de que ele teria perdido parte do corpo em um trote violento ou, pior ainda, de que ele perdeu essa parte do corpo porque foi racista dentro da instituição, e a vítima de racismo teria arrancado essa parte do corpo. Tais boatos são mentirosos e caluniosos, e aqueles que os vem publicando sofrerão as consequências legais.

Ademais, o colegiado repudia a cobertura do caso no portal Seles Nafes pelo jornalista André Silva. O jornalista entrou em contato com a coordenadora do curso para apurar o caso, e obteve como resposta que ela não entraria em detalhes sobre o ocorrido sem autorização da vítima, que já tinha sido demasiadamente exposta. Em nenhum momento foi passado ao jornalista nada que identificasse a vítima, como o seu gênero ou a sua turma. O jornalista, de forma desonesta, escreveu na reportagem que apurou com a coordenadora que a vítima tinha sido uma caloura, o que nunca foi dito pela mesma. A troca de mensagens entre a coordenadora e o jornalista está registrada. O jornalismo praticado por André Silva foi mentiroso e irresponsável, colocando a vida de pessoas em risco, e é algo que não pode ser tolerado, de forma que ele enfrentará as consequências legais.

Finalmente, o colegiado do curso conclama a Atlética Leviatã e o Centro Acadêmico, onde os fatos ocorreram, a se posicionarem em relação ao ocorrido e a tomar as devidas providências internas.

camilasoareslippi

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