Resumo
Desde a década de 1970, gradativamente a região amazônica vem sendo considerada como uma das condições de existência da vida humana no planeta. Os múltiplos sentidos derivados dessa premissa impulsionaram um conjunto de intervenções políticas e econômicas que não se processaram sem contradições em relação à dimensão social e cultural. Considera-se que esses processos assinalam a modernização de muitos lugares na Amazônia brasileira. Este artigo busca entender como se combinam na vida cotidiana de ribeirinhos os sentidos existenciais atribuídos pelo mito/continuidades e pela história/rupturas nos imaginários amazônicos. Foram utilizadas no desenvolvimento do trabalho fontes orais e escritas, coletadas na cidade de Afuá (PA) durante o ano de 2019, bem como uma literatura histórica e antropológica. Desse modo, observa-se que os ribeirinhos, diante das contradições postas pela modernização de seus lugares de vida, operam as continuidades de seu imaginário para se apropriarem das rupturas que assinalam suas vivências cotidianas.