Vivência Interdisciplinar

Prática do Método Paulo Freire

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Uma vivência educacional inusitada surgiu com a proposta interdisciplinar entre duas disciplinas do sétimo período de Pedagogia, da Universidade Federal do Amapá/Campus Binacional/Oiapoque/AP. As duas disciplinas intituladas Concepção Freiriana de Educação e Educação, Trabalho e Movimentos Sociais resolveram conversar e o resultado foi muito interessante. A realização de um trabalho prático de alfabetização utilizando o método de Paulo Freire aliado a um movimento social intitulado Alfabetiza Oiapoque foi a proposta inicial das duas professoras. Em busca de parceria a gerente Ana Luísa Oliveira e a pedagoga Liliam Mesquita, ambas do SESC, em convênio com Prefeitura Municipal de Oiapoque /Secretaria Municipal de Educação, aceitaram o desafio de receber 34 acadêmicas para praticar com a turma da primeira etapa da Educação de Jovens e Adultos, o método de alfabetização Paulo Freire.

A professora da turma, Valeiene Garcia, absorveu a ideia e incorporou a prática, duas vezes por semana, juntávamos acadêmicos de Pedagogia, alunos da Educação de Jovens e Adultos e professoras. Nenhum dos envolvidos no processo teve, a princípio, noção da dimensão e do entrosamento entre os alunos, acadêmicos e professores. Vivenciamos momentos de puro deleite. Momentos de muita emoção e crescimento humano, em todos os sentidos. E no “Círculo de Cultura”, proposto por Paulo Freire, que substitui a ideia de “sala de aula”, porque todos estão à volta de uma equipe de trabalho que tem um animador de debates, um companheiro alfabetizado, que participa de uma atividade comum, onde todos ensinam e todos aprendem. Trata-se de um modo diferenciado de saber ler e escrever, o Círculo de Leitura produz uma maneira solidária e coletiva de pensar o cotidiano. Juntos, de palavra em palavra, constroem a própria história – homens, sujeitos, seres de história – na concepção freiriana.

Iniciamos o Círculo de Cultura com um tema em evidência no município do Oiapoque: o lixão a céu aberto, causador de muitos problemas para os munícipes. As palavras geradoras foram escritas a cada encontro, com entusiasmo. O diálogo era constante, entre os participantes do Círculo de Cultura. Muita informação e aprendizado. Os alunos da EJA, foram acompanhados, individualmente, por acadêmicos, sentados lado a lado, que orientavam a escrita e a leitura.

Após várias semanas de encontro uma carta foi escrita pelos alunos para o secretário municipal de meio ambiente, Oscar Gislael. Que prontamente aceitou o convite e veio até o SESC para receber a carta e conversar com o grupo de alunos e professores. A conversa foi esclarecedora, os alunos demonstraram domínio do tema. Perguntaram, questionaram e propuseram ações para solucionar o grave problema do lixo em Oiapoque.

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A conversa entusiasmada gerou a possibilidade de novos encontros para se pensar ações conjuntas, de proteção ambiental entre sociedade civil, gestão municipal, Unifap e SESC.

 

Professoras Doralice Veiga e Rita de Cássia Lyrio