Dramaturgia Amapaense

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Terça feira passada, 19 do corrente mês, foi lançada a obra de minha autoria “Dramaturgia Amapaense”, no Departamento de Letras e Artes da Universidade Federal do Amapá. A programação teve lugar no Projeto de Extensão “Ciclo de Palestras em Artes Cênicas”, do qual sou Coordenador. Este projeto de extensão resume-se em encontros mensais para debater com pessoas de teatro, atores, atrizes, dramaturgos, diretores, filósofos e historiadores, tudo o que se relaciona às artes cênicas. Esta obra foi lançada em maio de 2015 no VI Seminário de Dramaturgia do Pará.

Tudo começou com a preocupação de identificar e catalogar textos de pessoas que escrevessem para teatro no Amapá. Entre o período de 2013 a 2014, realizamos um projeto de pesquisa para identificar textos teatrais escritos por dramaturgos amapaenses. Contatamos com vários dramaturgos que possuíam textos escritos, alguns já encenados, outros não. Dentre eles, apenas oito nos concederam autorização para publicação. Organizei e produzi a obra. Evidentemente, há muitos outros textos espalhados pelo Amapá, afora tantos que estão em fase de criação, desenvolvimento e experimentação.

Para o Ciclo de Palestras em Artes Cênicas os dramaturgos foram convidados e tiveram a oportunidade de falar um pouco sobre a concepção do texto que escreveu, além de haver debate com todos os acadêmicos do Curso de Teatro da UNIFAP. Foi um momento muito proveitoso para os participantes.

“Dramaturgia Amapaense” é uma obra relacionada aos trabalhos de pesquisa do “Grupo de Pesquisa em Artes Cênicas” e do “Núcleo Amazônico de Estudos das Artes Cênicas” da Universidade Federal do Amapá. Embora haja em nosso Estado, autores que se dedicam a escrever para teatro. Aqui, este afazer ainda é muito incipiente. Por outro lado, é interessante saber o que temos hoje em relação à dramaturgia no Amapá. Todavia, a primeira obra sobre literatura dramática em nosso Estado é de autoria do Diretor e ator Daniel de Rocha, quando ele publica cinco textos de sua autoria, no livro “Textos em Contextos”.

A nossa intenção é a de socializar o trabalho de nossos dramaturgos. O arsenal que nos mostra esta dramaturgia amapaense, revela-se em dois grupos: o primeiro, em pequenos textos que sugerem uma ânsia de querer escrever para teatro; o segundo, textos maiores e mais maduros que demonstram melhor carpintaria teatral. No entanto, observa-se ainda uma tendência de criação desses textos, numa trajetória que segue do palco à página, ou seja, num processo experimental de criação de roteiro e de ensaios, experimentos laboratoriais seguidos de apresentações, que evidentemente, com o passar do tempo passam a ser escritos e se transformam em textos dramatúrgicos propriamente ditos.

Os dramaturgos que constam no livro “Dramaturgia Amapaense” são: Amadeu Lobato com o texto “Uma Cruz para Jesus”; Celice Pereira, com “A Fadinha aprendiz”; Daniel de Rocha, com “Eugênio da Camisinha”; Geovanni Coelho, com “Um Velório no Brasil”; Jhou Santos, com “O Lendário Poço do Mato”; Paulo Gil, com “Um Vampiro no Meio do Mundo”; Solange Simit Tenório e Adrian Simit Tenórico, com “O Mestre Automobili” e Sílvio Guedes com “A Caminho de Belém”.

De qualquer forma, é um registro muito valioso que servirá como ponto de partida para artistas que desejarem encenar novos textos; para os que desejam conhecer sobre teatro e dramaturgia amapaense e ainda para aqueles que desejam pesquisar sobre o referido tema.

A dramaturgia surgiu na Grécia clássica aproximadamente oitocentos anos antes de Cristo, mas teve seu momento áureo a partir dos primeiros festivais de teatro que aconteceram aproximadamente quinhentos anos A.C. Quando surgiu, o texto dramatúrgico apareceu como grande inovação e quebra de paradigmas na escrita, já que o que se escrevia antes dele era em verso e prosa. Se por um lado, o texto em verso e prosa enfoca a pessoa de quem se fala, por outro lado, o texto para teatro escreve-se a partir da primeira pessoa, ou seja, a pessoa que fala. Os principais trágicos gregos foram: Ésquilo, Sófocles e Eurípedes que escreveram vários textos que ainda são encenados na atualidade.

O Ciclo de Palestras em Artes Cênicas acontece uma vez ao mês para discutir vários temas que estejam relacionados às artes cênicas. É um fórum dedicado às pessoas de teatro que desejam refletir sobre os referidos assuntos, mas também está aberto às pessoas interessadas como também ao público em geral.

Acredito que é de suma importância enfocar e socializar o que se faz hoje em termos de textos teatrais no Estado do Amapá. E aqui, temos um pequeno panorama daqueles que se dedicam a escrever para teatro em nossa terra. O Ciclo de Palestras em Artes Cênicas e o lançamento da obra “Dramaturgia Amapaense”, aconteceu no dia terça feira passada, dia 19, no Auditório do Departamento de Letras, Artes e Teatro, Comunicação e Libras da Universidade Federal do Amapá com a presença de vários dramaturgos e um público expressivo.

Prof. PhD Palhano

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