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Você sabe o que é Depressão?

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Tema IISaúde mental: Identificando Sinais de Depressão.

            O imaginário de boa parte das pessoas é povoado por um emaranhado de informações ou pseudo-informações que associam, quase que instantemente, a saúde mental à doença mental. Por outro lado, quando se pensa em doença mental, a associação com saúde mental não é tão rápida assim, o caminho é mais tortuoso! Falamos disso no tema I – Preconceito versus saúde mental. Desse modo, a relação simbiótica que se estabeleceu entre saúde mental e doença mental, levada a termo, não trouxe benefícios nem para uma, nem para outra.  Isso porque saúde mental transcende a ausência de doenças mentais. A saúde mental sedimenta os relacionamentos, o bem-estar pessoal, laboral e familiar, contribui para o bom dinamismo da sociedade, como um todo.

Resta, então, dizer que: pessoas mentalmente saudáveis elaboram a imperfeição e os limites interpostos a si mesmos e aos outros; vivenciam e aprendem a resignificar emocionalmente a alegria, amor, satisfação, tristeza, raiva e frustração; enfrentam os desafios e as mudanças cotidianas com equilíbrio; aceitam ajuda ao lidar com conflitos emocionais significativos, traumas e nas transições cíclicas da vida. Enfim, saúde mental, a grosso modo, relaciona-se à forma como reagimos às exigências da vida e ao modo como harmonizamos nossos desejos, capacidades, ambições, ideias e emoções.

 

E a depressão, será que estou “entrando” nela?

           

Reconhecer que estamos “entrando” em depressão parece desafiador, já que muitos sintomas dessa doença, tida como uma das mais incapacitantes do mundo pela Organização Mundial de Saúde – OMS,  são confundidos com uma persistente tristeza. O autodiagnóstico, entretanto, é um primeiro passo, já que é a partir dele que compreendemos o quanto necessitamos do apoio dos entes queridos e de orientação médica e/ou psicológica para tratar o distúrbio. De acordo com a OMS, cerca de 5,8% da população brasileira sofrem de depressão, transtorno que, do ponto de vista físico, origina-se a partir de alterações nos neurotransmissores do cérebro (como a serotonina, a noradrenalina e a dopamina). Assim, explanamos alguns sinais que podem indicar um quadro depressivo:

·         Cansaço e indisposição frequentes

Torna-se difícil mantermos a motivação em alta se a nossa rotina é recheada de dissabores e eventos estressantes. No caso da depressão, esse cenário se complica ainda mais, uma vez que a referida doença torna até mesmo atividades prazerosas em algo penoso, estressógeno. Com isso, as atividades são substituídas por períodos de inatividade e o isolamento se torna a melhor companhia. Caso não haja uma explicação para essa transformação no comportamento, convém buscar orientação médica e/ ou psicológica para compreender tal mudança.

·         Sensação contínua de tristeza

O que difere a tristeza habitual da depressão são a frequência e a intensidade do sentimento: caso ela persista por mais de 15 dias, sem intervalos, é possível que a melancolia tenha um diagnóstico. Assim, a persistência dos sintomas, constitui-se num dos critérios diagnósticos importantes na definição da doença.  No entanto, é necessário investigar a origem desse desamparo. Primeiramente, um diálogo aberto com pessoas de confiança pode facilitar a busca por uma explicação, mas o diagnóstico e ajuda psicológica são mais que fundamentais nesse processo. Além disso, a irritabilidade constante, onde tudo se torna motivo de aborrecimento e de reações, às vezes agressivas, pode ser um sinal que merece atenção.

·         Alterações no apetite e no sono

Dormir demais (ou muito pouco) e sentir nenhuma (ou muita fome) são quadros sintomáticos comuns na pessoa deprimida. É importante atentar para a existência ou não de algum motivo por trás dessa alteração no padrão do sono e apetite.

·         Dores pelo corpo

Além dos sinais psicológicos, a depressão ataca, indiretamente, o corpo, que reflete a angústia generalizada por meio de dores ou disfunções físicas.   

·        Isolamento social    

Um sinal de alerta importante se acende quando você percebe que não tem vontade de participar das reuniões de família, das atividades sociais, do convívio até com as pessoas mais próximas, criando uma vida solitária, com contatos sociais cada vez mais reduzidos.

·         Falta de concentração e dificuldade de tomar decisões

Aquela sensação de cabeça vazia, com dificuldade de concentração, onde prestar atenção e tomar decisões tornam-se tarefas árduas e dolorosas. Às vezes, os próprios pensamentos se tornam confusos, o que dificulta a tomada de decisões simples. 

·         Como é feito o diagnóstico

Existem dezenas de sintomas que ajudam a reconhecer a doença, mas, se você apresenta pelo menos cinco (5) dos sinais elencados acima, impactado negativamente nos aspectos afetivos, cognitivos e cerebrais – sendo que nem sempre todos os sinais se revelam, é bom acender o sinal de alerta. É por isso que o autoconhecimento é crucial. Identificar a súbita mudança comportamental é significativo para buscar ajuda. Nesse processo, o auxílio de um profissional da área de saúde mental é muito importante para a descoberta do diagnóstico e a prescrição de um tratamento adequado.

Depressão pode acontecer com qualquer pessoa

Embora existam fatores de risco genéticos, ambientais e comportamentais determinantes para o surgimento e manutenção dos sintomas, a depressão pode acometer qualquer pessoa em qualquer idade, lugar e posição sócio-econômica, por conta disso, não se deve alimentar receio ou sentimento de culpa suficientes para impedi-lo de buscar ajuda. É importante saber que a depressão é uma doença que tem cura e que o cuidado com a saúde mental é fundamental no processo de prevenção, além disso, não esqueça que “cuidar da mente é cuidar da vida”.

Fique atento aos sinais e procure ajuda!