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JANEIRO BRANCO

JANEIRO BRANCO

 

A Universidade Federal do Amapá, por meio da Pró-reitoria de Gestão de Pessoas – PROGEP, inicia, nesta terça-feira (10/01/2023), a campanha alusiva ao janeiro branco, ação focada na construção de uma cultura de saúde mental, com o tema “Cuidar da mente é cuidar da vida”.

Tal iniciativa, parte do pressuposto de que todos, indistintamente, estamos suscetíveis a situações de sofrimento, seja no ambiente familiar ou laboral, que deixam marcas indeléveis no nosso corpo e mente. Assim, faz-se mister a devida atenção a essas dimensões, incentivando o reconhecimento de sinais de sofrimento psíquico e da necessidade de suporte emocional para continuarmos a nossa jornada, com o autoconhecimento reforçado e as dores amenizadas. Pensando nisso, iremos, no mês de janeiro, trabalhar alguns temas atinentes a saúde mental:

  • Preconceito versus saúde mental
  • Saúde mental: identificando os sinais da depressão
  • Ansiedade: como desacelerar os sintomas

 

Preconceito versus saúde mental

 

Vivemos um período de notável avanço na Ciência e na Cultura. Apesar disso, ainda não se dissipou a maneira distorcida com que se enxerga alguns tipos de adoecimentos. Isso demonstra a nossa dificuldade em lidar com o diverso e com o sofrimento que vai além daqueles sinais que, em primeira instância, se materializam no corpo físico. Tal postura, tem cristalizado tabus e fortalecido uma série de preconceitos, dificultando a busca por suporte na área de saúde mental e a consequente remissão dos sintomas. Por vezes, o estigma que paira sobre aqueles que sofrem de um transtorno mental, é alimentado dentro de sua própria casa e no seu local de trabalho. É verdade que destes ambientes, também, emergem acolhimento,
empatia e solidariedade, constituindo-se em potenciais motivadores de adesão ao tratamento e fontes de melhora clínica.

O preconceito em relação às pessoas que sofrem de transtornos mentais é conhecido como Psicofobia. Segundo GiupponiI, no artigo Combate à Psicofobia: A Conscientização do Preconceito Através de Testemunhos e Emoções, o termo não é usado pela psiquiatria, porém, tem um valor social importante, posto que induz as pessoas ao isolamento e ao recrudescimento de sintomas. Desta forma, urge que medidas socioeducativas retirem essa temática da invisibilidade, focando na identificação dos sinais e sintomas típicos dos principais tipos de transtornos mentais, ações preventivas e os encaminhamentos necessários, desmistificando, inclusive, termos pejorativos que consideram o adoecimento mental como
“maluquice, frescura, moleza e/ou preguiça”, entre outros. O que se sabe é que esse tratamento estigmatizante corrói a autoestima de quem já se encontra em sofrimento, dificulta o tratamento psicológico, torna a busca por terapia mais custosa para o paciente e familiares. Por conseguinte, o paciente não consegue se desvencilhar da autoimagem negativa que lhe imputaram para focar nos aspectos positivos de sua personalidade. Assim sendo, nenhuma pessoa deveria sentir-se diminuída por necessitar de suporte psiquiátrico e/ou psicólogo. Esses profissionais são referência neste tipo de demanda e sua atuação profissional consiste em ajudar as pessoas a superaram suas dificuldades, medos, preocupações, inseguranças e demais conflitos que, eventualmente, afetam negativamente a sua saúde biopsicológica. O medo dos julgamentos e a vergonha para aceitar a sua condição de saúde vão na direção contrária a intenção desses profissionais. A demora ou a recusa em procurar ajuda destes profissionais, na maioria das vezes, aumenta o sofrimento psíquico, colabora para o agravamento dos sintomas e, em alguns casos, influencia no aparecimento de doenças físicas.