CULTURA NEGRA NO AMAPÁ EM DESTAQUE NA FRONTEIRA

No último dia 3 de setembro de 2016 a comunidade oiapoquense pôde prestigiar a palestra do Profº Esp. Alci Jackson Soares da Silva, intitulada “A CULTURA NEGRA NO AMAPÁ: História, Tradição e políticas públicas”, apresentando resultados de sua pesquisa que envolvem a cultura afro-amapaense em suas manifestações afro-religiosas e culturais.

Prestigiaram o evento, acadêmicos e professores da UNIFAP/Campus Binacional, além da comunidade do município de Oiapoque, entre eles destacamos a ilustre presença o “Sr. Walter”, líder da comunidade da Vila Velha do Cassiporé.

 

Titulo: A Cultura Negra no Amapá – História, Tradição e Políticas Públicas.

Sinopse:

     Pode-se dizer que o Brasil está de parabéns por criar as Políticas Públicas Afirmativas para atender a grupos étnicos específicos. Grupos esses que se pensa estar amparados pelas Políticas Universalistas e a realidade é bem diferente. São grupos que historicamente foram alijados de todo o processo de desenvolvimento educacional, cultural, social, econômico, ou seja, sem o capital social. Numa tentativa (irreparável) de reparar os danos causados em detrimento dos referidos grupos.

No Brasil o maior representante desses grupos étnicos são os afrodescendentes. Seus ancestrais foram sequestrados, vendidos, negociados para os “quatro cantos do planeta”. No Brasil, foi a mola mestra para alavancar a economia açucareira, cafeeira, pecuária, etc. E, mesmo sofrendo todo tipo de castigo físico, moral e psicológico mantiveram viva sua cultura através das inúmeras manifestações africanas espalhadas pelo Brasil. Ataques na tentativa de descaracterizar a sua identidade ética, manifestaram-se coesos no ideal de perpetuar a cultura afro-brasileira. Está sendo, o ponto de ligação que os remete através de lembranças, oralidades e crenças, estarem próximos de seus entes queridos. As músicas, as letras das músicas, contam histórias, fatos, acontecimentos verídicos. Versados harmoniosamente através de rimas, poesias musicadas cheias de lições extracurriculares que precisam ser abordados, devido serem fonte de estudos sobre a comunidade negra. Foi a forma que criaram para transmitir as futuras gerações a “Cultura do Tambor” trazidos por seus descendentes.

O evento foi facilitado pela Associação Nacional de História-Seção Amapá (ANPUH/AP), com o apoio da

Universidade Federal do Amapá/ Campus Binacional, na figura do professor JONATHAN VIANNA, que salientou:

“O Amapá tem uma História magnífica e é claro que a sua cultura também faz presença, assim é preciso que nós nos deixemos perceber como parte desta grande engrenagem que compõe a cultura amapaense, apresentando a todos, mas principalmente às nossas crianças e jovens, todas as características e contribuições que os povos africanos proporcionaram à formação cultural brasileira, e claro, a do Amapá”. Destacou o professor.

Ao final o palestrante pôde esclarecer dúvidas de todos os presentes, instigando ainda mais a vontade em conhecer a cultura afro-amapaense.

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CULTURA AFRO-BRASILEIRA EM DESTAQUE: QUILOMBO DO PATAUAZINHO/OIAPOQUE

 

No último dia 20 de agosto, os acadêmicos do curso de História da Universidade Federal do Amapá/ Campus Binacional, arregaçaram as mangas e colocaram a mão na massa!

Os grupos da turma 2014.1 colocaram em prática o que aprenderam na sala de aula. Através da disciplina de Prática de Ensino em História III, os alunos puderam explorar alguns objetivos, entre eles desenvolver estratégias e recursos para o Ensino de História da África e da Cultura afro-brasileira e indígena, a partir de conhecimentos teórico-práticos relacionados à atuação docente na diversidade dos espaços escolares. E o lugar escolhido por alguns grupos foi o Quilombo do PATAUAZINHO, localizado a margem do Bairro Infraero no município de Oiapoque.

“Todo esse trabalho visou enfatizar a contribuição africana na formação cultura brasileira, e obviamente a amapaense reflete perfeitamente essas características”, disse o professor JONATHAN VIANNAdo curso de História, a qual é responsável pela disciplina e que acompanhou de perto toda a execução.

Entre as atividades desenvolvidas tivemos o desfile de musas afro-amapaenses dando início a execução das propostas. O trabalho intitulado “Tendências afro: da senzala às passarelas”, a qual abordou as vestimentas afro e sua sofisticação ao longo do tempo, partindo do pressuposto que a vestimenta é um instrumento que reforça a identidade cultural demonstrando que a cultura de matriz africana está enraizada na sociedade e que apesar das questões raciais muitos se identificam com ela.

Tivemos ainda o projeto “conhecendo a nossa história: contribuições da África para à culinária brasileira” que levou para a comunidade um pouco do sabor afro tão presente nas iguarias do Brasil. E Como forma de valorizar a cultura amapaense descobrindo nossas raízes uma vez que a mesma passa despercebida dentro da sociedade de geração a geração, alguns grupos apostaram em atividades envolventes como o Marabaixo e a Capoeira. Esta última executada com o apoio do instrutor Cézar (do grupo Energia Pura).

Além disso, durante toda a execução dos projetos, de forma lúdica e divertida o último grupo levou a proposta de oficina para desenvolver bonecas negras, Baseados em uma lenda na época que os africanos vieram para o Brasil escravizados, que nos porões dos navios, as crianças choravam muito, então suas mães rasgavam as barras das saias e faziam bonecas para as crianças brincarem, pois não tinham brinquedos, encontrando uma solução mágica com amor materno.

Ao final, a própria comunidade do Patauazinho, em destaque dona Assunção (uma das líderes do quilombo), nos presentearam com uma de suas apresentações artístico-culturais comumente desenvolvido em épocas festivas.

Uma experiência enriquecedora que ajudará a cada um destes acadêmicos a atingir seus objetivos como educadores.

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REVISTA DIÁLOGOS NA FRONTEIRA

 

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Revista Informativa Ocial do Campus Binacional, com o objetivo de divulgar os eventos que promove, bem como matérias relevantes em forma de artigo ou entrevista, sobre as temáticas dos vários ramos da ciência. Não obstante, publicação de resenhas e opiniões a convite dos membros do conselho editorial.

Conselho Editorial:

Dinaldo Barbosa (UNIFAPBinacional), Alexandre Cruz (UNIFAP-Binacional), Ana Cristina Rocha (UNIFAP-Binacional), Alexandre Rauber (UNIFAP-Binacional), Fredson Vulcão (UNIFAP-Binacional), Jonathan Vianna (UNIFAP-Binacional), Paulo Milhomens (UNIFAP-Binacional), Carina Almeida (UNIFAP-Binacional)Daniel Chaves (UNIFAP-MZ), Edinaldo Pinheiro (UNIFAP-MZ), Francisco Santos (UFRPE), Diego Moura (UNIFAP-Binacional), Stephane Granger (OHM-Oyapock CNRS), Simone Delphim (UNIFAP-MZ), Eduardo Margarit (UNIFAP-Binacional), Lucinéia Alves (UNIFAP-Binacional). Redação e Revisão: Anderson Monteiro (UNIFAP-Binacional), Max do Espírito Santo (UNIFAP-Binacional), Roberto Veiga (Reg. DRT5502/DF).  Imagem: Roberto Veiga (Reg. DRT5502/DF). Consórcio: Editora UNIFAP e Ideia Editora.

 

ARQUIVO DA 1ª EDIÇÃO – FORMATO INFORMATIVO DISPONÍVEL:  Click AQUI

AULA CAMPO COM A TURMA 2015.2 CURSO DE LICENCIATURA EM HISTÓRIA

 

Os estudos na disciplina Prática de Ensino de História 1 com Ênfase em Educação Ambiental e Educação Patrimonial buscam subsidiar e promover reflexões a respeito da relação entre teoria e prática, objetivando desenvolver e propor possibilidades para a prática docente em relação ao Ensino de História junto aos educandos nos mais diversos bancos escolares.

Com estes objetivos e buscando outras metodologias de ensino, que os acadêmicos do curso de História do Campus Binacional (turma 2015.2), orientados pelo professor Jonathan Viana, com a participação da professora Ana Cristina, realizaram visita aos patrimônios culturais e ambientais do município de Oiapoque no sábado (dia 9/julho).

Nesta aula campo, os acadêmicos tiveram a possibilidade de adentrar na história destes “lugares de memória”, assim poder conhecer e se reconhecer como parte da cultura e história oiapoquense.

No roteiro desta aula a céu aberto, estavam definidas várias visitas, entre elas, a Ponte Binacional que liga Oiapoque a Guiana Francesa, o Marco Inicial, o monumento da Bíblia, o museu dos povos indígenas Kuahí, a igreja N.S das Graças, o monumento do Laudo suíço e finalizando o itinerário, no destacamento militar em Clevelândia do Norte.

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História do Amapá em Debate

O 1º Debate sobre “Aspectos históricos e territoriais do Amapá”, ocorrido no dia 1º de março no campus Binacional Oiapoque, deu o ponta pé inicial discutindo desde colonização das terras do “Novo Mundo”, passando pela formação de fortificações até a disputa de terras no Cabo Norte.

Este projeto que tem o apoio da Associação dos professores de História (ANPUH-AP) e executado por professores do curso de História-UNIFAP / Campus Binacional, tem como objetivo fomentar as discussões sobre a História do Amapá através de encontros semestrais, tendo como público alvo os acadêmicos do curso de História deste campus.

Neste primeiro debate, tivemos como mediadora, a professora Elke Rocha, contribuindo para o sucesso do evento, além disso, os palestrantes exploraram o TEMA: 

“O território amapaense em disputa internacional – Reflexões históricas acerca da disputa territorial no setentrião brasileiro”, apresentado pelos professores  Luís Gustavo e  Jonathan Viana.

Para o Profº Luís Gustavo, “A relevância deste evento reside em representar um momento de reflexão sobre nosso passado e também, porque não dizer,  sobre nossa atual condição periférico-estratégica do Estado do Amapá e de sua nova configuração do cenário político internacional, por debater questões envolvidas na formação de nosso território e na delimitação de nossa fronteira“.

 

Nas palavras do profº Jonathan Viana, “esperamos que esses debates possam ajudar aos nossos acadêmicos em identificar problemáticas que sirvam de instrumento para a produção científica”.

 

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http://site.anpuh.org/index.php/2015-01-20-00-01-55/eventos/item/3326-projeto-aspectos-historicos-e-territoriais-do-amapa

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O LAUDO SUÍÇO EM DESTAQUE*

A disputa entre franceses e portugueses (e posteriormente brasileiros) é bem antiga, e hoje foi pauta de discussões no município de Oiapoque através da rádio 91.9 FM, e o professor Jonathan Viana do colegiado de História da Universidade Federal do Amapá_Campus Binacional.

A França sempre buscou realizar suas investidas no “Novo Mundo”, a princípio no litoral brasileiro (atualmente correspondente aos Estados do Rio de Janeiro e Maranhão), mas sem sucesso, que graças a resistência da Coroa portuguesa em conter os anseios da França, conseguiu impedir seus avanços.

E mesmo com tanta persistência, os franceses não conseguiram arranjos suficientes para fixarem definitivamente nessas novas terras, provocando unicamente as aspirações de Portugal, a qual “depois de derrotados os estrangeiros que lhes haviam disputado a soberania sobre a Amazônia, tinham iniciado a expansão para oeste, ao longo do Amazonas”, ocasionando consequentemente a exploração e colonização de outra região em disputa, Caiena.

A persistência francesa era tão veraz que parecia uma questão particular, ou uma causa justa em tomar para si essas terras. Tanto que em Paris, o que se anunciava era justamente o contrário. Eram os portugueses os invasores das terras americanas e que por direito pertenciam à França.

Todavia, mais tarde em 1713, com a guerra da Sucessão da Espanha, ocorre o rompimento dos acordos “Franco-lusitanos”, deixando em aberto novamente a disputa dessas áreas contestadas. Diversas outras Nações como Inglaterra, Holanda, Áustria e Portugal, assinam outros tratos, entre eles estão Portugal e França que assinam novamente novos acertos. Este foi denominado de Tratado de Utrecht.

Com a descoberta de ouro em 1893 nessa região (atual município de Calçoene), as  disputas pelas terras são retomadas. E em 1895, na vila do Espírito Santo do Amapá (município de Amapá), tem-se nesta vila, a “chacina” de mais de 38 pessoas por tropas da Guiana Francesa que visava (inicialmente) prender os dirigentes locais que estavam impedindo o acesso de nacionais franceses às regiões auríferas.

Todavia, fato este que catalisou a discussão e o entendimento a qual nação de fato pertenceriam as terras litigantes. Assim, em 01 de dezembro de 1900 o Amapá registra mais um capítulo de sua História. Nesta data temos a divulgação da sentença proferida pelo arbitramento helvético suíço sobre a disputa de terras na região do Cabo Norte levantadas entre duas nações soberanas (Brasil e França).

Na figura do Barão do Rio Branco (advogando o ensejo), o Brasil obteve ganho de causa, graças a incrível defesa através do levantamento de diversos documentos, entre eles mapas, registros, cabogramas, fax símiles, registros de navegantes, entre outros, que deram veracidade a tese levantada e defendida pelo governo brasileiro. Dessa forma, definiu-se que os limites entre a colônia francesa e Brasil, era realmente o rio Oiapoque ou Vicente Pinzón. Além de que estes não correspondiam ao rio Araguari.

Nosso muito obrigado a todos os sujeitos históricos que contribuíram para que nossos filhos e filhas deste solo amapaense, pudessem desfrutar da fauna e da flora que nos abraça.Entrevista na Rádio

*Produção retirada do arquivo pessoal profº Jonathan Viana.