>>>2024<<<
ENSINO-APRENDIZAGEM DA GEOGRAFIA: A APLICAÇÃO DA ESCALA
CARTOGRÁFICA E DA ESCALA GEOGRÁFICA NO USO DAS MAQUETES NA
EDUCAÇÃO BÁSICA
Me. Francineudo Monteiro Souza
Orientador: Profª Drª. Rosana Torrinha Silva Farias
RESUMO: A presente pesquisa tem como tema central discutir o processo de ensino e a aprendizagem da Geografia por meio da aplicação das escalas cartográfica e geográfica se utilizando a maquete como ferramenta. O estudo foi desenvolvido no ano de 2023 com os estudantes do 6º ano da Escola Quilombola Estadual José Bonifácio, localizada na comunidade do Curiaú, cidade de Macapá-AP. O principal objetivo foi de analisar as potencialidades da construção participativa de maquetes para o desenvolvimento de temas relacionados ao espaço geográfico presente no contexto de vivência dos alunos, utilizando-se da escala cartográfica e da escala geográfica para se fazer leituras espaciais, visando desenvolver o raciocínio geográfico dos alunos. Metodologicamente o estudo apresenta um caráter qualitativo e baseou-se no método da pesquisa-ação, como procedimentos para coleta de dados foi realizado o levantamento bibliográfico, pesquisa de campo e registro de mídias. Ao final da pesquisa constatou-se que a utilização de maquetes no contexto educacional possibilitou aos alunos o exercício de operações mentais que aplicassem os conhecimentos teóricos, habilidades e competências na construção de maquetes e consequentemente proporcionou o desenvolvimento do raciocínio geográfico nos alunos.
Palavras-Chave: Escala Cartográfica. Escala Geográfica. Raciocínio Geográfico. Ensino de Geografia. Maquete.
Data da Defesa: 22/04/2024
Dissertação_Francineudo_Monteiro_Souza
MUDANÇAS MORFOLÓGICAS DE CURTO PERIODO NO BAIXO SETOR
COSTEIRO ESTUARINO, ESTADO DO AMAPÁ
Me. Maxwell Moreira Baia
Orientador: Prof. Dr. Orleno Marques da Silva Júnior
RESUMO: As regiões costeiras são áreas de transição que conectam ambientes terrestres e marinhos. Esses ambientes abrigam ecossistemas complexos, dinâmicos com grande diversidade biológica e alta fragilidade ambiental. A Zona Costeira Amapense se estende por cerca de 800 km entre as desembocaduras do rio Jarí e Oiapoque, engloba porções de 11 municípios, sendo subdividida nos setores estuarino e oceânico. Possui dinâmica marcada pela interação entre os agentes atmosféricos, oceanográficos e do rio Amazonas, responsáveis por alterações na paisagem que se superpõem em uma escala temporal muito pequena em comparação com outros ambientes. Essas alterações são controladas pela ação interativa dos processos de maré, ondas e ventos desencadeando erosão, transporte, sedimentação, mudanças sazonais nas linhas de costa. Entre as regiões mais sensiveis da costa está o baixo setor costeiro estuarino que se estende entre a foz do rio Gurijuba e Araguari, neste
trecho, os ambientes são marcadamente fluvio-marinhos, a planície costeira é muito baixa apresentando sua maior largura, são identificados o acréscimo constante de sedimentos fluviais e paleocanais entulhados, forte influência da salinidade, intensos processos erosivos e abertura de drenagens. Esta pesquisa objetiva analisar as mudanças morfológicas de curto período no baixo setor costeiro estuarino entre os anos de 1992, 2005, 2014 e 2022. Os procedimentos metodológicos envolvem as etapas de levantamento das características físico-naturais, descrição dos processos costeiros e análise multitemporal com técnicas de geoprocessamento, para delimitação da linha de costa foi adotado como geoindicador a linha de vegetação em virtude de sua capacidade para mensurar e avaliar processos e formas costeiras, considerando a alta reflectividade da vegetação de mangue em imagens de sensores remotos. Os resultados demonstram que os processos de acresção predominaram em 60% representadas pelas feições morfológicas de formação de barras em pontal, processos de colmatação, formação de bancos lamosos e planícies de maré, concentrando-se nas regiões da antiga foz do rio Araguari, ilha do Bailique e Franco, por outro lado, os processos erosivos 40%, estão presentes na forma de erosão fluvial e abertura de drenagens, destaque para o rio Gurijuba, Uricurituba e Igarapé Mamão. As alterações na paisagem provocaram inúmeros impactos especialmente
relacionados aos processos erosivos, como a perda de casas, escolas, falta de energia elétrica devido as constantes rupturas na rede de distribuição, intensificação da intrusão salina, consequentemente, a escassez de água potável. Das 20 (vinte) comunidades monitoradas 6 (seis) estão sob influência dos processos de acresção e 14 (quatorze) sob processos de erosão, destaque para o Junco, Foz do Gurijuba, Escola Bosque, Macedônia, Itamatatuba, Boa Esperança e Vila progresso. Entre as medidas apontadas neste estudo como essenciais no enfrentamento a erosão estão as ações integradas entre os gestores costeiros e orgãos de pesquisa do Estado com aplicação dos estudos existentes nas politicas de gestão de risco, adoção de medidas de adaptação a estes impactos tendo em vista que acontecem sazonalmente.
Palavras-Chave: Costa do Amapá, rio amazonas, Arquipélago do Bailique, Erosão.
Data da Defesa: 16/05/2024
Dissertação_Maxwell_Moreira_Baia
UNIDADES DE CONSERVAÇÃO E POVOS TRADICIONAIS: o Parque
Nacional do Cabo Orange e os conflitos socioambientais oriundos da
desterritorialização e reterritorialização da Vila Taperebá, Oiapoque (AP).
Me. Elielson Rabelo de Almeida
Orientador: Profª Drª. Daguinete Maria Chaves Brito
RESUMO: As políticas verticalizadas de criação de áreas legalmente protegidas na Amazônia brasileira são recorrentes e desconsideram as comunidades tradicionais, que historicamente desenvolvem suas atividades socioeconômicas nestes ambientes, quando ocorre o processo de criação legal destes espaços. Considerando este
cenário, esta dissertação tem como objetivo analisar a relação entre os conflitos socioambientais e a desterritorialização e a reterritorialização da Vila Taperebá no contexto do PNCO, no município de Oiapoque/AP. Metodologicamente, utilizou-se o dialético para discutir os conceitos vinculados a territorialidade, gestão ambiental
e áreas protegidas como fundamentação teórica. A pesquisa que originou esta dissertação teve uma abordagem qualitativa, a partir de consultas em referenciais bibliográficos (livros, teses, dissertações e artigos científicos) pesquisados nas plataformas de periódicos e sites institucionais que deram consistência às discussões; pesquisa documental (legislação, atas de reuniões, acervo fotográfico antigo e atual); além do uso do software Quantum Gis (Qgis) para elaboração de mapas com dados geográficos de diversas plataformas oficiais de instituições brasileiras. Houve, também, coleta de dados em campo, que ocorreu por meio de entrevistas semiestruturadas com moradores e ex-moradores da Vila Taperebá, bem como, representantes de instituições públicas (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade e Prefeitura Municipal de Oiapoque) e da sociedade civil organizada (Colônia de Pescadores de Oiapoque-Z3 e associações de moradores). Espera-se que este estudo possa servir como instrumento para provocar o debate acadêmico e técnico relativo à criação de áreas protegidas e a permanência de povos e suas dinâmicas socioeconômicas, observando as características ambientais da área.
Palavras-Chave: Áreas Protegidas; Gestão ambiental; Território; Comunidades tradicionais; Amapá.
Data da Defesa: 25/06/2024
Dissertação_Elielson_Rabelo_de_Almeida
ETNOGRAFIA DOS MODOS DE PESCA NO TERRITÓRIO PESQUEIRO DE
OIAPOQUE-AP
Me. Náriton Alberto Ferreira Soares
Orientador: Prof. Dr. Jodival Maurício da Costa
C0-orientador: Prof. Dr. Gustavo Goulart Moreira Moura
RESUMO: O Município de Oiapoque, localizado no extremo norte do estado do Amapá, notoriamente possui um dos maiores bancos pesqueiros deste Estado. Neste contexto, a ocorrência da pesca comercial faz-se presente neste território pesqueiro. Dessa maneira, observa-se que a Geografia procura dar conta das relações existentes entre sociedades e o meio ambiente, logo, a aplicação da Geografia Econômica foi fundamental para o desenvolvimento deste estudo, considerando a temática e linha de pesquisa. O estudo em questão tem como objetivo realizar a análise dos conflitos socioterritoriais entre os pescadores de Oiapoque; descrever o território pesqueiro; apresentar os tipos de pesca em Oiapoque de acordo com as legislações brasileiras; bem como averiguar a ocorrência de conflitos entre pescadores dos estados do Pará, Maranhão e Ceará. Os pescadores de Oiapoque-AP trabalham diretamente no Oceano Atlântico, local com distância aproximada de 200 km da sede do município – foz do rio Oiapoque. Além disso, a pesquisa mostrou a existência da pesca comercial na área delimitada, bem como a relação de famílias territorializadas e desterritorializadas naquele território pesqueiro. A pesquisa foi apoiada na teoria etnográfica e teve como fonte de geração de dados a análise In Loco da área territorial que compõe recursos pesqueiros do município de Oiapoque, por meio de viagem de campo em alto mar em embarcações de pequeno e médio porte, utilizando, portanto, a pesquisa não participativa com os pescadores deste território de pesca, com o uso de nota de campo, diário de bordo e escuta ativa. Teve por foco a análise da pesca comercial com vistas a problematizar as realidades e discutir melhorias dos setores e o desenvolvimento local na área de fronteira. Sendo pertinente demonstrar que os conflitos socioterritoriais entre embarcações ocorrem de forma diversa entre as embarcações locais, em comparação com as embarcações de outros Estados. Por fim, foram criados mapas para fins de didática e demonstração desses conflitos.
Palavras-Chave: Território; Territorialidade; Conflitos pesqueiros; Pesca; Pesquisa não participativa; Oiapoque.
Data da Defesa: 12/09/2024
Dissertação_Nariton_Alberto_Ferreira_Soares
BARÔMETRO DA SUSTENTABILIDADE APLICADO À REGIÃO
METROPOLITANA DE MACAPÁ
Me. Luiz Rodolfo Paixão Melo
Orientador: Prof. Dr. José Francisco de Carvalho Ferreira
RESUMO: Segundo a Organização das Nações Unidas (2019), 55% da população mundial vive nas cidades e a previsão é que até 2050 essa porcentagem chegue a 70%. No Brasil esta proporção, segundo o IBGE em 2015 era de 84,72%, na Região Norte é de 68,6%, e no Estado do Amapá, onde se encontra o objeto de estudo proposto,
que é a Região Metropolitana de Macapá, a população urbana e de 76,36%. Assim, dar mais atenção a ações voltadas para a sustentabilidade de espaços urbanos, torna se, cada vez mais, importante dentro dos planos de ações dos governos. No Amapá, o histórico governamental do Estado identifica planos governamentais e ações remetidas a sustentabilidade, visto isto, surge a necessidade de analisar os níveis de sustentabilidade da Região, para tal análise buscou se um alicerce teórico pautado na categoria de análise Região, e nos conceitos de Metropolização, Região
Metropolitana e Sustentabilidade, sendo que, a pesquisa é qualitativa e quantitativa, com o intuito de apresentar as particularidades dos municípios onde está contida Região Metropolitana. O método de análise é o hipotético-dedutivo, o estatístico e o de observação. Para avaliar a sustentabilidade será utilizado a ferramenta Barômetro da Sustentabilidade desenvolvido por Prescott Allen, que possui uma metodologia maleável, pois não apresenta amarras no quantitativo de indicadores em sua formulação e pode ser aplicado desde a escala local até à global, permitindo equiparações entre diferentes locais e ao longo de um espaço de tempo determinado.
Palavras-Chave: Região; Metropolização; Sustentabilidade.
Data da Defesa: 22/10/2024
Dissertação_Luiz _Rodolfo_Paixão_Melo
ENERGIA RENOVÁVEL PARA ÁREAS RURAIS RIBEIRINHAS: UMA ANÁLISE
SOBRE OS IMPACTOS NA COMUNIDADE SANTA MARIA DO CURUÇÁ –
MAZAGÃO-AP
Me. Martinho Felizardo Guimarães de Oliveira
Orientador: Prof. Dr. Roni Mayer Lomba
RESUMO: A Amazônia é marcada por uma realidade de escassez de investimentos na eletrificação rural, existindo muitas comunidades nas quais a eletricidade não chega por vias tradicionais, posteamento e cabeamento, sendo produzida por pequenos sistemas isolados a partir de geradores movidos a combustíveis fósseis. A discussão desta pesquisa está relacionado à escassez de investimentos na eletrificação rural na Amazônia amapaense, na qual se observa a necessidade de programas que possam implantar um modelo mais adequado, tendo em vista que as formas tradicionais dentro do Programa Luz para Todos (PLPT) não tiveram grandes resultados. Esta pesquisa tem como objetivo analisar os impactos da energia renovável para áreas rurais ribeirinhas na comunidade Santa Maria do Curuçá, no município de Mazagão/AP, decorrente de uma política pública denominada de Programa de Produção Integrada de Alimentos (PPI). A realização deste trabalho partiu do método dialético/materialista, utilizando como procedimento o estudo de caso com abordagem qualiquantitativa, sendo feita pesquisa documental, bibliográfica e de campo por meio de observações diretas e 26 entrevistas semiestruturadas, destacando que esta dissertação teve a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP). Os resultados mostram a contemplação com 25 kits de energia solar no valor total de R$ 499.750,00, correspondente ao valor individual de 19.000,00, que atendeu a 25 produtores rurais, transformando o modo de consumo da energia elétrica, passando a atender 24 horas aos contemplados, contribuindo para o uso da eletricidade tanto domiciliar quanto produtivo, sendo associado ao arranjo produtivo da recria de camarão, possibilitando uma perspectiva inicial para o desenvolvimento rural.
Palavras-Chave: Amazônia amapaense. Comunidade isolada/remota. Energia solar
Data da Defesa: 14/11/2024
Dissertação_MARTINHO FELIZARDO GUIMARÃES DE OLIVEIRA
DINÂMICAS TERRITORIAIS NO EXTREMO NORTE DO AMAPÁ: O Distrito de
Vila Velha do Cassiporé e sua gente
Me. Ivanildo Luciano da Luz
Orientador: Profª. Drª. Daguinete Maria Chaves Brito
RESUMO: O propósito da pesquisa que subsidiou esta dissertação é reflexionar sobre a dinâmica das relações do território em interfase com a realidade social no espaço geográfico que persiste na preocupação e na produção científica de vários pesquisadores. A análise da formação social e territorial na fronteira norte amapaense, abordando, analisando e avaliando os conflitos para compreender o presente, construindo conhecimentos como ferramenta para subsidiar e fundamentar ações estratégicas de política de maneira preventiva e proativa, em cada esfera de governo e demais processos de planejamento, implementações de ações mitigadoras e atenuadoras dos problemas ali existentes. Como questão norteadora da pesquisa, estruturou-se: Como a população de Vila Velha do Cassiporé, no município de Oiapoque/AP, vem construindo seu território e sua territorialidade e quais suas perspectivas de desenvolvimento socioeconômico e sustentabilidade socioambiental obedecendo às limitações impostas pelas legislações de proteção da área? Neste sentido, seu objetivo geral foi ‘Analisar a formação do território e da territorialidade na comunidade de Vila Velha do Cassiporé, no contexto do Parque Nacional do Cabo Orange, da Terra Indígena Uaça, do Projeto de Assentamento da Reforma Agrária Vila Velha do Cassiporé e da comunidade quilombola de Vila Velha do Cassiporé, no município de Oiapoque, no estado do Amapá’. Destaca-se que o povoamento de Vila Velha do Cassiporé possui pelo menos quatro séculos e a sua população constroem relações com outras localidades. Os moradores vivem em relativo isolamento geográfico, caracterizando como um local de repulsão social, mesmo assim, vivem cerca de 319 indivíduos, na sua maioria adultos. O território foi palco de litigância pela posse e domínio por colonizadores europeus e ao longo do seu processo histórico passou por alguns momentos de prosperidade econômica, como por exemplo, quando a extração (garimpagem e mineração) de ouro na região era determinante para a economia. Porém, atualmente, percebe-se um declínio populacional e baixa dinâmica econômica do distrito. Conclui-se que são raras as intervenções públicas que potencializam a melhoria social da comunidade ou minimizam a sua vulnerabilidade social e ambiental. A implementação de áreas legalmente protegidas não foram indutores do desenvolvimento socioambiental no território e, provocaram conflitos locais, especialmente quando da definição dos limites do Parque Nacional, que diminuiu a área territorial de vivência e uso tradicional da pesca, do cultivo, da pecuária e da extração de açaizais. Por outro lado, aos moradores não são disponibilizadas condições mínimas de ocupar e produzir nos seus lotes, tanto que é perceptível o abandono de locais de produção
Palavras-Chave: População Tradicional. Áreas protegidas. Território. Cultura.
Data da Defesa: 16/12/2024
>>2023<<<
O USO DE MÍDIAS DIGITAIS NO ENSINO DE GEOGRAFIA NA ESCOLA ESTADUAL PROFESSOR JOSÉ BARROSO TOSTES NO MUNICÍPIO DE SANTANA-AP, EM CONTEXTO PANDÊMICO
Me. Eraldo da Silva Leite
Orientador: Prof. Dr. Francisco Otávio Landim Neto
RESUMO: As mídias digitais vêm se apresentando como um recurso didático significativo, sobretudo, no ensino remoto emergencial vivenciado no contexto da pandemia da COVID-19, para os professores em suas aulas, particularmente, os de geografia. No entanto, para que esse recurso possa ser, de fato eficiente, é necessário que os professores o percebam como meio para reforçar os conteúdos escolares, assim como oportunidades de aprendizagens significativas para os estudantes. Este estudo visa contextualizar a utilização das mídias digitais no ensino e aprendizagem da geografia no ensino médio da Escola Estadual Professor José Barroso Tostes no município de Santana-AP com a elaboração de um diagnóstico com a tessitura de proposições sobre a temática em análise, trazendo à tona as dificuldades dos educadores no que se refere ao uso das mídias digitais como recurso pedagógico, bem como, as práticas pedagógicas no ensino da geografia na referida instituição escolar atrelado ao uso dessas mídias digitais. No que concerne aos procedimentos metodológicos a respectiva pesquisa é caracterizada como de abordagem quantitativa e qualitativa, sob o método dialético, com base no método de Delphi, uma vez que foram consultados especialistas nas áreas geograficamente diversas sobre o objeto de estudo abordado, de modo a contemplar as análises empíricas. Esta pesquisa é classificada como exploratória, bibliográfica, documental e de campo. Diante do exposto, pode-se afirmar que os professores estão dispostos a utilizar as mídias digitais, mas existem determinados entraves como a estrutura física inadequada, falha de conexão à internet ou até a limitação dos equipamentos tecnológicos.
Palavras-Chave: Aprendizagem geográfica. Mídias digitais. Ensino médio.
Data da Defesa: 28/02/2023
Dissertação_Eraldo_da_Silva_Leite
AS MULHERES NA PRODUÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO AGRÍCOLA E
AUTONOMIA FEMININA NO ASSENTAMENTO ANAUERAPUCU NO MUNICÍPIO
DE SANTANA-AP.
Ma. Lindaura Santos Costa
Orientador: Prof. Dr. Jodival Maurício da Costa
RESUMO: O objetivo deste estudo foi analisar a participação das mulheres do Assentamento Anauerapucu na produção e comercialização dos produtos agrícolas. De forma específica, pretendeu-se pesquisar fontes bibliográficas sobre protagonismo feminino no campo, e a situação das mulheres como produtoras agrícolas; investigar a participação das mulheres na produção e comercialização dos produtos agrícolas no Assentamento Anauerapucu; Analisar os resultados das coletas de dados sobre a organização de mulheres produtoras do assentamento Anauerapucu. Metodologicamente, se trata de uma pesquisa de campo qualitativa, hipotético-dedutiva, de caráter exploratório. O Local da pesquisa foi o assentamento do Anauerapucu, zona rural do município de Santana-AP, especificamente com a Associação dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Agricultura Familiar e do Extrativismo de Santana (Attafex-San). A coleta de dados se deu por meio de entrevista em formato de conversa, da qual participaram agricultoras associadas à Attafex-San. A experiência da Attafex- San apresenta um modelo para fortalecer a capacidade organizacional e de liderança das mulheres trabalhadoras do setor da economia informal. As mulheres tornam-se sujeitos com poder de agência social, econômica e cultural. As mulheres realizam atividades que geram renda e são elas que usufruem dos benefícios. Na visão de desenvolvimento alternativo gerado por essas narrativas de emancipação, as mulheres concebem modelos de produção econômica participativa e empreendedorismo que potencializam o tecido social da comunidade. As abordagens metodológicas e estratégicas utilizadas por essas mulheres destacam seu poder de transformar a opressão e a discriminação em oportunidades de empoderamento individual e organizacional. Essas mulheres se organizam não só para produzir e gerar renda, mas também para transformar sua realidade material, social e cultural.
Palavras-Chave: Agricultura. Associativismo. Mulheres. Autonomia.
Data da Defesa: 13/03/2023
DINÂMICA DA PAISAGEM EM UM RECORTE ESPACIAL DA PLANÍCIE COSTEIRA DE CALÇOENE, AMAPÁ, ENTRE 1993 A 2020
Ma. Marta Vieira da Silva
Orientador: Prof. Dr. Orleno Marques da Silva Júnior
RESUMO: As paisagens são dinâmicas e estão em constantes transformações, sejam por influências naturais ou antrópicas. Na zona costeira amapaense, reconhecida por apresentar ambientes naturalmente dinâmicos e suscetíveis a mudanças morfológicas de curto período, no geral o que se encontra é baixa ocupação humana e uso da terra voltadas para atividades de agropecuária, sobretudo, no setor costeiro atlântico. Neste sentido, torna-se importante a execução de estudos que acompanhem estas mudanças visando a geração de informações que possam oferecer suporte na construção planejamentos e gestão ambiental destes espaços. Considerando o exposto, o objetivo desta pesquisa foi realizar uma análise da dinâmica da paisagem para um recorte espacial da planície costeira do município de Calçoene, entre os anos de 1993 a 2020. A metodologia contou com o emprego dois métodos de análises geoespaciais, o uso e cobertura da terra, por meio da classificação supervisionada e a variação da linha de costa, através do método de polígono de mudanças. Foram utilizadas uma cena do satélite Landsat 5TM (03/08/1993) e duas do Landsat 8 OLI (13/08/2014 e 16/10/2020), orbita/ponto 225/56, todas referente ao período seco. Além destes dados, foi realizado sobrevoo de drone, para o reconhecimento e validação das coberturas presentes na área. Com os resultados obtidos foi possível distinguir a existência de dez classes de usos e coberturas da terra, que compõem a paisagem da área, sendo estas: Vegetação (florestal e campestre); Manguezal; Mangue com espécies associadas em planície de Chenier, Planície de maré arenosa, Corpo d’água (costeiro e continental), Pastagem (com e sem queimadas), Sombra de Nuvem e Sem dado (dados não observados). Na análise da linha de costa verificou-se que os processos erosivos foram predominantes na área, entre 1993 e 2020 foi registrado a perda de 1.507,68 ha, significando 93,99% de todas as áreas de mudanças, neste mesmo período a acreção foi de 96,99 ha ou 6%. Com a integração dos resultados verificou-se que a classe que apresentou maior dinâmica espacial por processos erosivos foi o Mangue com espécies associadas em planície de Chenier , com a perda de14,85 ha entre 1993 e 2020. Os resultados apontaram para a confirmação de mudanças de curto período e muito embora se utilize imagens de média resolução espacial, foi possível realizar uma discriminação mais detalhadas das coberturas e usos presentes. Assim, ainda que pontual, as informações levantadas neste estudo, podem contribuir no reconhecimento físico e ambiental da área costeira amapaense, dispondo de métodos replicáveis para outras setores da costa e dados que podem auxiliar na criação de instrumentos gestores ou reguladores de uso da terra na planície costeira de Calçoene.
Palavras-chave: Paisagem, Uso, Cobertura, Linha de Costa, Calçoene.
Data da Defesa: 04/05/2023
Dissertacao_Marta_Vieira_da_Silva
AS TRANSFORMAÇÕES DA PAISAGEM NA UNIDADE FLORESTA AMAPAENSE ENTRE OS ANOS DE 2001 E 2020: O PADRÃO ESPACIAL E TEMPORAL DOS PRINCIPAIS AGENTES ANTRÓPICOS
Ma. Tatiane Costa da Silva
Orientador: Prof. Dr. Alexandre Luiz Rauber
RESUMO: O intuito desta pesquisa consiste em analisar a evolução do padrão espacial e temporal das transformações da paisagem provocadas por ação antrópica, enquanto seu objetivo geral foi analisar o padrão espacial e temporal das transformações da paisagem por Desmatamento de Corte Raso, Incidência de Focos de Calor e Cobertura e Uso da Terra na Unidade de Paisagem Floresta do Estado do Amapá entre os anos de 2001 e 2020. Como objetivos específicos, destacam-se: a) o mapeamento das áreas transformadas por Desmatamento de Corte Raso, Incidência de Focos de Calor e Cobertura e Uso da Terra entre os anos de 2001 e 2020 no Estado do Amapá; b) a análise do padrão espacial e temporal de transformação da paisagem do Estado do Amapá por Desmatamento de Corte Raso, Incidência de Focos de Calor e Cobertura e Uso da Terra entre os anos de 2001 e 2020; e c) evidenciar a evolução das transformações da paisagem e ações antrópicas a partir da distribuição espacial e temporal dos Desmatamentos de Corte Raso, Incidência de Focos de Calor e Cobertura e Uso da Terra na Unidade de Paisagem Floresta no Estado do Amapá. Considerando o comportamento dos dados de modificações da paisagem na Unidade Floresta Amapaense tendo como critério de análise o Desmatamento de Corte Raso, Incidência de Focos de Calor e Cobertura e Uso da Terra, tem-se como hipótese de pesquisa: a) que as métricas e taxas de ação antrópica geradas por Desmatamento de Corte Raso, Incidência de Focos de Calor e Cobertura e Uso da Terra ocorrem em maior incidência sobre os limites dos Assentamentos Rurais e em menor intensidade nas Áreas Protegidas, como as Unidades de Conservação e Terras Indígenas; b) de maneira geral, as transformações da paisagem estão aumentando de forma significativa na Unidade de Paisagem Floresta Amapaense, desencadeadas pela implantação de novos projetos agropecuários e minerários, bem como a intensificação dos usos antrópicos nas áreas de Assentamentos Rurais e Terras Indígenas. Para a execução da pesquisa foi realizada a coleta, a seleção, a quantificação e o levantamento da ocorrência de Desmatamento de Corte Raso, no Estado do Amapá no período de 2001 a 2020, disponibilizados pela base de dados com informações pelo Projeto de Monitoramento da Floresta Amazônica por Satélite – PRODES/INPE, que monitora por satélite o Desmatamento por Corte Raso na região amazônica desde o final da década de 1980. Os dados de Incidência de Focos de Calor foram obtidos da plataforma BDQueimadas/INPE que disponibiliza os pontos georreferenciados de ocorrência obtidos por satélites de referência. Os mapeamentos e métricas da Cobertura e Uso da Terra foram obtidos na Plataforma MapBiomas. Os dados de Desmatamento de Corte Raso, Focos de Calor e Cobertura e Uso da Terra foram organizados e sobrepostos ao limite estadual e da Unidade de Paisagem Floresta utilizando como ferramenta o software TerraView, sobretudo para a seleção, sobreposição e análise do comportamento espacial e temporal destas métricas nos limites dos Assentamentos Rurais, Terras Indígenas e Unidades de Conservação inseridas na Unidade de Paisagem Floresta. A categoria geográfica utilizada na pesquisa é a paisagem, pois ela é capaz de evidenciar adequadamente a evolução espacial e temporal das alterações ocorridas no objeto de estudo, que é a floresta estadual amapaense. Em relação ao Desmatamento de Corte Raso e Incidência de Focos de Calor na Unidade de Paisagem Floresta Amapaense, constata-se que há uma correlação decorrente da conversão de áreas florestais para a inserção de atividades como a agricultura e pecuária, além da ocorrência gradativa da diminuição, na última década, dos Focos de Calor e de Desmatamento de Corte Raso.
Palavras-chave: Floresta Amapaense. Alterações da Paisagem. Ações Antrópicas.
Data da Defesa: 12/05/2023
Dissertação_Tatiane_Costa_da_Silva
ESPAÇO, ESPACIALIDADES E TRABALHO NA VILA DE SÃO JOSÉ DE MACAPÁ NO CONTEXTO DO DIRETÓRIO POMBALINO (1757-1798)
Ma. Laís Cristiane Martins Freitas
Orientadora: Profª Drª. Daguinete Maria Chaves Brito
RESUMO: O estudo vincula a interdisciplinaridade entre a História e a Geografia para analisar a importância geohistórica da Vila de São José de Macapá na Amazônia Setentrional durante a vigência do sistema do Diretório Pombalino (1757-1798). A centralidade da povoação de Macapá conduziu experiências profícuas na formação da rede urbana colonial impulsionada pela legislação do Diretório dos Índios que vigorou por mais de quarenta anos na Costa Setentrional do Estado do Grão-Pará, esse processo desencadeou a criação de espacialidades movidas pelas ações de indígenas, africanos, colonos e autoridades portuguesas. Assim, a pesquisa tem como objetivo analisar a dinâmica socioterritorial e socioeconômica movida por esses sujeitos históricos. Como metodologia o estudo compreende a leitura bibliográfica e a pesquisa documental onde foram analisados documentos coloniais da coleção “A Amazônia na era pombalina: correspondência do Governador e Capitão-Geral do Estado do Grão-Pará e Maranhão, Francisco Xavier de Mendonça Furtado: 1751-1759”, o livro “Relatos de Fronteiras: Fontes para a História da Amazônia. Séculos XVIII e XIX”, e correspondências do “Projeto Resgate” que concentra uma documentação digitalizada sobre a Vila de São José de Macapá e vilas adjacentes, considerada uma importante referência documental na produção da história da Amazônia Portuguesa. Além das narrativas encontradas nas correspondências coloniais foram produzidos mapas temáticos sobre as rotas de fugas de indígenas e africanos que identificam a circulação de produção de gêneros e alimentos entre a Vila de Macapá e vilas próximas, demonstrando as relações socioeconômicas estabelecidas na Costa Setentrional. Os resultados identificam realidades distintas entre a atuação portuguesa e a efetiva realidade na Vila de São José de Macapá. Decerto, as experiências coloniais na porção setentrional do Estado do Grão-Pará concentram uma dinâmica urbana colonial profícua no estudo da geografia histórica na Amazônia Setentrional. Conclui-se que a geografia histórica da Vila de São José de Macapá é uma experiência distinta onde diversas populações construíram espacialidades movidas por interesses e negociações que expandiram a sua importância geohistórica.
Palavras-chave: Geografia histórica. Vila de São José de Macapá. Documentos. Sujeitos históricos.
Data da Defesa: 17/05/2023
TERRITORIALIDADES E INTERSECCIONALIDADES DE MULHERES TRANS* PROSTITUTAS NA CIDADE DE MACAPÁ-AP.
Me. Adymailson Nascimento Santos
Orientadora: Profª Drª. Patrícia Rocha Chaves
RESUMO: Considera-se nesta pesquisa que o espaço geográfico é natureza em movimento e que a apropriação dessa natureza, pelas sociedades que se formam ao longo dos tempos, constitui os territórios. Porém, o espaço e seus arranjos sociais, através de suas interações, por meio da coexistência da multiplicidade territorial, nem sempre se apresenta de maneira harmoniosa. Os territórios, por se configurar produtos sociais múltiplos, podem ser analisados a partir de inúmeros recortes grupais e escalas espaço-temporais. É sob este olhar que este trabalho busca mergulhar nas análises sobre a prostituição de mulheres travestis e seus aspectos na constituição do escopoda manifestação da vida das travestis na cidade de Macapá-AP. Objetiva-se identificar a espacialização, espacialidades e territorialidades da prostituição na cidade, sua fixidez e mobilidade. Desse modo, serão traçadas reflexões sobre as escalas de relações: clientes, cafetões e prostitutas e prostituição e os agentes que operam em sua viabilização. Para fazer isso, serão apresentados os conceitos de território e territorialidade afim de refletir sobre os aspectos socioespaciais e socioterritoriais da prostituição em Macapá. Os procedimentos metodológicos se constituem das seguintes etapas: a primeira etapa, em, refere-se ao reconhecimento da problemática e delimitação do quadro conceitual para a abordagem do território, categoria de análise geográfica basilar desta pesquisa, o gênero enquanto categoria, violência de gênero e o corpo-território, seguido do levantamento de referencial metodológico para o trabalho de campo; a segunda etapa é a realização da pesquisa de campo por meio de demarcação dos pontos de prostituição e entrevistas estruturadas com as prostitutas trans*, além da abordagem qualitativa, coletando dados e narrativos que foram, posteriormente, analisados sob a ótica do acolhimento psicológico e da análise do discurso; a terceira, e última etapa, correspondem às análises e reflexões de acordo com os objetivos propostos. A violência de gênero é envolvida por uma complexa relação entre corpo, poder e cultura, e revelar como se constituem os territórios de prostituição e qual a dinâmica das mudanças socioespaciais desses/nesses territórios. Desta forma, é de suma importância utilizar a abordagem da relação sujeito – espaço – território, problematizando as ações espaciais e territoriais realizadas por este grupo focal e a dinâmica entre o território da prostituição e a travesti, contribuindo assim, com a produção da Geografia de gênero, feminista e das sexualidades.
Palavras-chave: Território; Prostituição; Gênero; Mulheres travestis.
Data da Defesa: 27/06/2023
Dissertação_Adymailson_Nascimento_Santos
AS POSSIBILIDADES E AS LIMITAÇÕES DO DESENVOLVIMENTO DO TURISMO NO PARQUE NACIONAL DO CABO ORANGE, NO ESTADO DO AMAPÁ
Ma. Maria Elza de Souza Braga
Orientador: Prof. Dr. José Francisco de Carvalho Ferreira
Co-0rientadora: Profª Drª. Daguinete Maria Chaves Brito
RESUMO: O turismo em Parques Nacionais é uma atividade recorrente no Brasil e em outros países. Os Parques Nacionais de Galápagos, no Equador, do Grand Canyon e Yellowstone, nos EUA, Iguaçu e Lençóis Maranhenses, no Brasil, são exemplos de turismo em unidades de conservação. Por isso, o objetivo desta pesquisa é analisar a possibilidades do desenvolvimento do turismo na unidade de conservação de proteção integral Parque Nacional do Cabo Orange (PNCO), localizado no estado do Amapá, nos municípios de Calçoene e Oiapoque, fronteira com a Guiana Francesa. Partiu-se da hipótese de que devido à proximidade com vários países além da fronteira com o departamento ultra-marino francês e a paisagem preservada é viável o turismo no PNCO. Com isso, por meio da pesquisa bibliográfica foram consultados os repositórios das universidades e o sítio de periódicos da Capes, em busca de artigos, dissertações e teses com temáticas relacionadas a paisagem, geografia, turismo e unidades de conservação. Por intermédio do método dedutivo, como existem Parques nacionais que desenvolvem o turismo, é provável que no PARNA do Cabo Orange (PARNACO) seja possível. Assim, foram feitas sete pesquisas de campo, quatorze entrevistas, dezessete questionários além da observação estrutural com questionários de inventário turístico e checklist de infraestrutura básica, turística e de atrativos naturais, além de registros fotográficos. A verificação dos dados obtidos foi feita através da Análise SOWT, onde foram observados os fatores internos e externos quanto à possibilidade do turismo no PARNACO. Percebeu-se que são necessárias melhorias nas prestações de serviços do turismo nas sedes de Calçoene e Oiapoque, bem como políticas públicas de segurança e saúde para os moradores presentes nas comunidades da Vila Velha e de Cunani e, posteriormente, dos visitantes do PNCO. Conclui-se que a existência de impedimentos externos ao Parque, como as vias de acesso, além de fatores internos como a ausência de infraestrutura básica, são impedimentos ao desenvolvimento da atividade turística no PNCO.
Palavras-chave: Atividade Turística; Paisagem; Meio Ambiente; Oiapoque; Amazônia
Data da Defesa: 02/10/2023
GEOPATRIMÔNIO DE CALÇOENE/AP: Inventário de Geossítios com vistas ao
Geoturismo
Ma. Leanrayla dos Santos Pereira
Orientador: Prof. Dr. Valter Gama de Avelar
RESUMO: Atualmente, o município de Calçoene, no extremo norte do estado do Amapá, constitui um importante polo turístico face suas potencialidades e belezas naturais. O turismo praticado ainda é pouco estruturado e restringe-se à contemplação da paisagem e uso dos atributos naturais para fins de lazer. Assim, torna-se urgente sensibilizar os gestores municipais, a comunidade em geral, e profissionais do ramo do turismo, para as ferramentas que visem a abranger o conhecimento e valorização dos atributos da geodiversidade, a fim de potencializar e garantir a geoconservação do geopatrimônio deste município. O objetivo desta pesquisa é a inventariação de geossítios, buscando apontar as potencialidades e valoração do geopatrimônio do município. Com este intuito, foram utilizados procedimentos metodológicos, com base em Meneses (2020), que resultaram em ações operacionais e exploratórias de inventariação de geossítios. Como resultado, foram inventariados seis LIG (GCFI-01, GSMRGI-02, GQC-03, GPG-04, GCFL-05 e GPS-06) para compreender as potencialidades da geodiversidade do município, de modo a promover o melhor uso daqueles locais para fins do Geoturismo e Geoconservação. Foram criados e desenvolvidos dois produtos: uma cartilha informativa com informações sobre cada geossítio inventariado, bem como, um roteiro geoturístico para visitação dos seis geossítios inventariados. Esses roteiros geoturísticos representam uma ferramenta relevante para a divulgação de informações sobre a geodiversidade local, apoiando o desenvolvimento sustentável através da valorização do geopatrimônio. Por fim, espera-se que a temática desenvolvida, nesta pesquisa, possa ser replicada para outros locais de interesse da geodiversidade do município de Calçoene, buscando assim valorizar e conservar o seu rico geopatrimônio.
Palavras-Chave: Geodiversidade, Geopatrimônio, Inventário de Geossítio; Calçoene.
Data da Defesa: 31/10/2023
Dissertação_ Leanrayla_dos_Santos_Pereira
AVALIAÇÃO DA GEODIVERSIDADE EM LOCAIS DE INTERESSE
GEOMORFOLÓGICO E SEU POTENCIAL GEOTURÍSTICO NO
IGARAPÉ BRAÇO, MUNÍCIPIO DE ITAUBAL, ZONA COSTEIRA DO
ESTADO DO AMAPÁ
Ma. Danusa da Silveira Machado
Orientadora: Profª Drª Celina Marques do Espirito Santo
RESUMO: A pesquisa tem como objetivo avaliar a geodiversidade em locais de interesse geomorfológico no alto curso do Igarapé Braço, Zona Costeira Estuarina do Amapá, município de Itaubal-AP, e levantar seu potencial geoturístico para promoção da sua geoconservação. A escolha dessa área ocorreu em função do potencial paisagístico, mesmo que localizado em ambiente dinâmico e dominado por depósitos quaternários, possui condições propícias à visitação, destacando-se a valorização ambiental e científica como elemento da geodiversidade. Adotou-se a metodologia de avaliação dos locais de interesse geomorfológico baseada em Pereira (2006) contendo as etapas: levantamento bibliográfico, onde levantou-se o referencial teórico conceitual sobre o tema; Atividade de campo que serviu para a escolha previa dos locais de Interesse geomorfológicos, registros fotográficos e para levantar a caracterização regional da área; avaliação da geodiversidade, com o inventario e qualificação dos pontos levantados, em seguida a sua quantificação; e por fim, a implementação de formas de divulgação como estratégia de valorização e divulgação dos locais de Interesse geomorfológico da área. Foram avaliados, portanto, 7 locais de interesse geomorfológico: Ponto 1- Sedimentos Arenosos; Ponto 2- Afloramento de Arenito; Ponto 3- Erosão e Alargamento da drenagem; Ponto 4- Erosão e Formação de Ilhas; Ponto 5- Confluência Braço-Igarapé Novo; Ponto 6- Floresta de Várzea descaracterizada e Ponto 7 – Formação de ilha. A escolha desses locais incluiu cenários geomorfológicos da região Amazônica e histórico de formação espacial e paisagística da região, que são aspectos importantes para se trabalhar o desenvolvimento territorial de forma sustentável. Estes pontos foram qualificados e quantificados, resultando em um ranqueamento da ordem de prioridade para se adotar estratégias de Geoconservação:1°-P5:12,55pts; 2°-P2: 12,18pts; 3°-P1: 11,21 pts; 4°- P3: 10,09 pts; 5°-P6-9,83 pts; 6°-P7: 7,05 pts; 7°-P4: 6,17 pts. De acordo com a metodologia, os locais que tiveram melhores pontuações, tem maior relevância para se adotar medidas de divulgação para sua geoconservação. Porém, nesta pesquisa utilizou-se um modelo de painel interpretativo contemplando todos os LIG’s. Sendo assim, conclui-se que a valorização da geodiversidade e o reconhecimento de seus valores, pode contribuir com a geoconservação do meio abiótico, com o conhecimento científico e cultural, bem como, com o desenvolvimento sustentável para os moradores da área de estudo.
Palavras-Chave: Geodiversidade, Zona Costeira Amapaense, Geoturismo.
Data da Defesa: 16/11/2023
Dissertação_Danusa_da_Silveira_Machado
UNIDADES DE PAISAGEM EM ÁREAS DE SAVANA NO ESTADO DO AMAPÁ.
Me. Paulo Sérgio Ferreira da Silva
Orientador: Prof. Dr. Genival Fernandes Rocha
Co-orientador: Prof. Dr. Lucas Costa de Souza Cavalcanti
RESUMO: As savanas do Amapá são caracterizadas por mosaicos com áreas arborizadas de vegetação, com camada arbustiva lenhosa mais densa e áreas gramadas abertas com esparsos arbustos e árvores, e por áreas inundadas sazonalmente na zona de transição com a planície costeira. Ocorrem em 11 dos 16 municípios do Estado, sua fisionomia é representada pelas tipologias: savana florestada, savana arborizada, savana parque e savana gramíneo-lenhosa. O ecossistema de savana tem sido fortemente pressionado por diferentes formas de uso da terra, que envolvem a expansão dos principais eixos urbanos do estado, agricultura familiar, espaços de uso tradicional de comunidades quilombolas, até grandes projetos de silvicultura e agronegócio. A intensificação das formas de uso da terra despertou a necessidade de ampliar o conhecimento acerca da estrutura e organização das paisagens savaníticas. Dessa forma, a pesquisa teve como objetivo mapear unidades funcionais de paisagem na região das savanas do Amapá, considerando seus elementos físicos, bióticos e antrópicos. Para isso buscou-se metodologias
aplicadas ao estudo das paisagens como: o sistema GTP e a classificação taxonômica para os níveis inferiores (geocomplexo, geofácies e geótopo) proposta Bertrand. Utilizou-se como técnicas: a pesquisa bibliográfica e cartográfica, o trabalho de campo e ferramentas de geoprocessamento. Os procedimentos metodológicos empregados para identificação e delimitação das unidades de paisagem foram: o quadro de correlação dos elementos da paisagem e a análise comparada de mapas, que possibilitaram confeccionar a Carta de Paisagem das Savanas do Amapá, que consistiu na subdivisão das áreas de savanas em oito grandes táxons (geocomplexos). Os resultados apontam que os geocomplexos possuem dimensões, características ecológicas e formas de uso da terra bastante distintas. No entanto, podem ser organizados em três grupos. O primeiro grupo é composto por dois geocomplexos, que têm as maiores extensões territoriais e também o maior percentual de área convertida, um com 415.167 ha de extensão e 23,60% de área convertida; o outro com 270.163 ha de extensão e 35,39% de área convertida. Estes geocomplexos juntos representam mais da metade das áreas de savanas do Amapá, onde a integridade do ecossistema, caracterizado por sua vegetação específica, fauna e interações ecológicas, foram fortemente modificadas pela atividade humana. O segundo grupo é formado também por dois geocomplexos com médias extensões territoriais e baixo percentual de área convertida, sendo o primeiro com 86.392 ha de extensão e 0,33% de área convertida; e o segundo com 31.399 ha de extensão e 4,42% de área convertida. Estes geocomplexos apresentam limitações de ordem pedológica e topográfica, no entanto, já começam a ser pressionados pelas atividades de uso da terra. O terceiro grupo congrega os quatro geocomplexos com as menores extensões territoriais e sem áreas de savana efetivamente convertidas, apresentam as seguintes extensões: 25.770 ha; 4.483 ha; 27.404 ha e; 24.773 ha.
Este grupo inclui formações de savana com diferenciações internas que ocupam pequenas áreas, sendo mais raras e menos frequentes. Apresentam algum grau de fragilidade ambiental, ou estão vinculadas a alguma institucionalidade de caráter ambiental ou social. De forma geral, essas formações encontram-se bem preservadas, sendo ainda pouco ameaçadas pela ação antrópica.
Palavras-Chave: Geossistemas; Cartografia; Amazônia.
Data da Defesa: 22/11/2023
Dissertação_Paulo_Sergio_Ferreira_da_Silva
PROCESSOS ESPACIAIS E O FENÔMENO DA CENTRALIDADE URBANA NA CIDADE DE MACAPÁ -AP
Me. Alex de Lima Santos
Orientador: Prof. Dr. Emmanuel Raimundo Costa Santos
RESUMO: A cidade de Macapá é a capital do estado do Amapá, se constitui como o maior centro urbano da Amazônia setentrional Amapaense – ASA. Localiza-se à margem esquerda do rio Amazonas, caracteriza-se como uma cidade histórica. Sua gênese remonta ao período colonial, e seu desenvolvimento urbano está atrelado a criação do Território Federal do Amapá (1943) e a transformação do território federal em estado do Amapá (1988). Essas ações de âmbito político, administrativo e econômico refletiram diretamente na dinâmica espacial urbana da cidade de Macapá, que passou a concentrar a maior parte da população, e as principais atividades de comércio e de serviços públicos e privados do Amapá. Nessa conjuntura, destacam-se os processos de centralização e descentralização espacial, além do fenômeno da centralidade urbana, em que este é o objeto de estudo desta pesquisa. O objetivo geral desta dissertação consistiu em compreender a dinâmica do fenômeno da centralidade urbana na cidade de Macapá-AP, com base na análise dos processos de centralização e descentralização espacial, referentes ao período de 1943 a 2022. A metodologia utilizada baseou-se na combinação de técnicas qualitativas e quantitativas, que permitem observar, discutir, quantificar e descrever a realidade do fenômeno. Elaborou-se este trabalho com base em uma perspectiva históricomaterialista e dialética, e utilizaram-se como técnicas metodológicas: pesquisa bibliográfica, pesquisa documental, pesquisa em base de dados digitais e trabalho de campo. Os resultados da pesquisa permitiram analisar os processos espaciais responsáveis pela formação de áreas centrais (centro, subcentros e shoppings centers), e a compreender a constituição e dinâmica do fenômeno da centralidade urbana na cidade de Macapá – AP.
Palavras-Chave: Centralização. Descentralização. Área central. Centralidade urbana. Cidade de Macapá.
Data da Defesa: 14/12/2023
Dissertação_Alex_de_Lima_Santos
>>>2022<<<
DINÂMICA URBANA DA CIDADE DE MACAPÁ/AP: INTERAÇÕES ESPACIAIS ATRAVÉS DA RODOVIA DUCA SERRA
Ma. Ana Cláudia Sá da Cruz
Orientador: Prof. Dr. Emmanuel Raimundo Costa Santos
Resumo: As cidades de Macapá e Santana constituem os dois maiores centros urbanos do estado do Amapá. Situadas à margem esquerda do rio Amazonas, possuem a essência ribeirinha e relações que foram estabelecidas desde sua gênese. Para compreender as interações espaciais entre essas duas cidades, é necessário reflexionar sobre os antecedentes do processo de formação e configuração territorial que culminaram no crescimento urbano de ambas. No decorrer de suas trajetórias, houve atuação do Estado na criação do Território Federal do Amapá (1943), transformando-o em estado em 1988, e, posteriormente, com a implantação da Área de Livre Comércio de Macapá e Santana. Essas ações de âmbito administrativo, econômico e político refletiram na dinâmica espacial das duas cidades, que passaram a concentrar grande parte da população do estado e as principais atividades econômicas, reforçando o compartilhamento de funções e, consequentemente, a correlação entre elas. O objetivo central deste trabalho é analisar as interações espaciais que ocorrem através da Rodovia Duca Serra, buscando compreender alguns processos socioespaciais entre Macapá e Santana que fazem parte da dinâmica urbana recente e corroboram para essas interações. Para analisar a relação entre essas duas cidades, considera-se o contexto histórico de sua formação e configuração territorial, a produção do espaço urbano e as interações espaciais associadas à teoria da circulação no modo de produção capitalista, primando por uma abordagem dialética sobre a realidade vivenciada nesses dois centros urbanos. O resultado deste trabalho é relevante para caracterizar os processos socioespaciais face à inclusão de novos agentes que influenciam nesse contexto, bem como compreender as interações espaciais que ocorrem por meio dos fluxos de veículos, buscando espacializá-los e quantificá-los, verificando as diferentes maneiras de se deslocar e evidenciar a segregação no âmbito da circulação urbana.
Palavras-chaves: Dinâmica urbana; Macapá/Santana; Rodovia Duca Serra; Interações espaciais; Transporte.
Data da defesa: 22/02/2022
Dissertação – Ana Cláudia Sá da Cruz.pdf
IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS DECORRENTES DO USO E OCUPAÇÃO DO SOLO NA ÁREA URBANA DE LARANJAL DO JARI – AMAPÁ
Ma. Carla de Mattos Santos
Orientador: Prof. Dr. Valter Gama de Avelar
Resumo: O processo histórico de expansão do núcleo urbano de Laranjal do Jari – AP, foi marcado pelo crescimento acelerado e irregular e sem planejamento. A isso se associam as ocorrências de impactos ambientais e sociais negativos. Desta forma, a presente pesquisa, tem como título: Impactos socioambientais decorrentes do uso e ocupação do solo na área urbana de Laranjal do Jari – Amapá. Utilizou-se os conceitos de Geossistemas, a fim de subsidiar os estudos para classificação de graus de fragilidade ambiental na paisagem da área de estudo. A pesquisa centralizou-se na identificação e caracterização dos impactos socioambientais decorrentes do uso e ocupação do solo urbano de Laranjal do Jari. Trata-se de uma pesquisa de natureza aplicada, com abordagem qualitativa e quantitativa e com análise descritiva, exploratória e empírica, orientada pelo uso de levantamento bibliográfico e documental, além da coleta de dados de campo. Identificou e caracterizou os impactos socioambientais decorrentes do uso e ocupação do solo urbano do município, tendo como recorte espacial, áreas de planície de inundação e planalto dissecado. Identificou-se as áreas susceptíveis à risco aos processos geomórficos e enchentes, relacionando os problemas ambientais com o uso, cobertura do solo e as questões sociais. Como resultado, foram elaborados quatro (04) mapas para área urbana de Laranjal do Jari, a partir dos Planos de Informações (PI) temáticos: Geologia (G), Geomorfologia (R), Pedologia (S) e Vegetação (V). Essas informações ajudaram a definir dois Geossistemas para a área: O Geossistema 1 – representado pela Planície Amazônica, abrange cerca de 29,7% da área urbana do município e é caracterizado pela planície fluvial do rio Jari, indicando uma área plana, sob os efeitos dos processos de inundações do rio Jari; O Geossistema 2 – representado pelo Planalto Uatumã-Jari, engloba 70,3% da área urbana do município, estando sobre riscos de processos geomórficos, tais como: processos erosivos (laminar; fluxo concentrado: sulcos e voçorocas); e movimentos de massa escorregamentos, deslizamentos). Todas as informações levantadas, juntamente com os dados coletados em trabalho de campo, possibilitaram a elaboração do Mapa de Fragilidade Ambiental da área urbana de Laranjal do Jari, conforme a metodologia de Crepani et al. (2001), que permitiu a individualização de duas (02) Unidades Territoriais Básicas (UTB): uma com grau de fragilidade MÉDIO (2,1), localizada na área do Planalto Dissecado Uatumã-Jari, onde dominam processos geomórficos erosivos e movimentos de massa; e uma outra, com grau de fragilidade MUITO FORTE (2,8), na região de Planície de Inundação, onde prevalecem eventos de inundações associadas as cheias do rio Jari e eventos climáticos pluviais. Com efeito, acredita-se que os resultados e produtos/mapas frutos desta pesquisa muito contribuirão para o planejamento urbano do município de Laranjal do Jari, bem como para o entendimento do potencial e limitações de uso e ocupação do espaço urbano, subsidiando decisões dos gestores municipais e estaduais, e também, da Defesa Civil, Corpo de bombeiros e entidades da sociedade civil, em geral.
Palavras-chave: Geossistemas; Paisagem; Uso e ocupação do solo urbano; Fragilidade ambiental; Laranjal do Jari.
Data da defesa: 23/02/2022
Dissertação – Carla de Mattos Santos.pdf
GEOARQUEOLOGIA EM ANTROSSOLOS DE SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS NO MÉDIO CURSO DO RIO ARAGUARI E SUA IMPORTÂNCIA PARA A GEOCONSERVAÇÃO, FERREIRA GOMES, AMAPÁ-BRASIL.
Me. Felipe Lima Moreira Albuquerque
Orientadora: Profª. Drª. Jucilene Amorim Costa.
Resumo: Pesquisas geoarqueológicas evidenciam que a origem dos Arqueo-Antrossolos amazônicos está diretamente ligada às antigas aldeias indígenas, atuais sítios arqueológicos, que são áreas de solos associadas ao acúmulo de matéria orgânica, artefatos e/ou fragmentos cerâmicos e possuem uma elevada fertilidade quando comparadas aos solos naturais da Amazônia. A Terra Preta Arqueológica (TPA), abordada neste trabalho, pertence à classe dos Antrossolos e são vestígios de extrema importância natural/cultural e científica, pois guardam o registro de ocupação humana do passado. O presente trabalho propõe investigar o contexto geoarqueológico de Antrossolos nos sítios arqueológicos Vila Triunfo, Monte Belo e Pedra do Índio, localizados no município de Ferreira Gomes, estado do Amapá, discutindo qual a importância dos Antrossolos nos valores culturais, econômicos e científicos e como utilizar suas propriedades pedogenéticas para discutir subsídios/estratégias para a geoconservação destes locais. Para tal, foi realizado o levantamento bibliográfico dos aspectos ambientais e culturais da área, análise das fichas catalográficas dos 65 sítios arqueológicos cadastrados. Em campo coletou-se 17 amostras de solos, a partir da abertura de mini-trincheiras e as análises morfológicas foram realizadas com o auxílio da carta de Munsell (2017) e Lemos e Santos (2002). As propriedades físicas e químicas dos solos foram obtidas através de análises laboratoriais. A granulometria foi determinada pelo método internacional da pipeta e as frações separadas pelo princípio da Lei de Stokes. Para as análises químicas totais as amostras foram previamente pulverizadas em gral de Ágata e submetidas a análises químicas clássicas, por via úmida, dos teores totais de P, Ca, Mg, K, Zn, Mn e Cu, extraídos por digestão multiácida e determinado por ICP (Induced Coupled Plasma). Para as análises químicas disponíveis, verificou-se os parâmetros químicos, mensurados pelas determinações do pH em água, Matéria Orgânica, P disponível, Ca, Mg, K e Al trocáveis. Através das fichas de cadastro de sítios constatou-se que mais da metade dos sítios arqueológicos do município de Ferreira Gomes encontrava-se em grau moderado de preservação, quando registrados e considerados de alta relevância. Os parâmetros morfológicos identificados compreendem a geoindicadores da presença humana antiga nestes locais, especialmente, nos sítios Vila Triunfo e Monte Belo. Todos os pontos coletados apresentaram a predominância da fração areia, sob as demais, permitindo a identificação de duas classes texturais principais: Franco-Argilo-Arenosa e Areia Franca. As análises químicas totais mostraram um enriquecimento do solo por alguns elementos, os pontos analisados, mostraram semelhanças entre si, as variações mais significativas foram observadas nos teores de P e Ca. Os resultados químicos disponíveis dos elementos evidenciaram que os sítios Vila Triunfo e Monte Belo possuem teores que configuram um maior potencial de fertilidade em relação ao sítio Pedra do Índio, sugerindo que o sítio rupestre não teve uso habitação. Os Antrossolos fazem parte da geodiversidade e possuem muitas potencialidades nos estudos de geoconservação, até então, pouco exploradas. Suas contribuições vão além de informações culturais sobre os povos antigos que habitaram a região Amazônica, podendo ter aproveitamento econômico e científico/educacional. Mas para que isto aconteça, estratégias precisam ser criadas, para subsidiar a preservação de tais patrimônios.
Palavras-chave: Terra preta arqueológica; Sítios arqueológicos; Amazônia; Geoconservação.
Data da defesa: 23/02/2022
Dissertação – Felipe Lima Moreira Albuquerque.pdf
TRANSFORMAÇÕES SÓCIO-ESPACIAIS NO DISTRITO DA ILHA DE SANTANA-AP, NO PERÍODO DE 2007 A 2022
Me. Rômulo Alves de Vasconcelos
Orientador: Prof. Dr. José Francisco Carvalho Ferreira
Resumo: A Ilha de Santana tem uma formação sócio-espacial que se atrela às intervenções militares na região pelo governo português da época, Rei Felipe IV, por volta dos anos de 1637 e mais tarde pelas políticas pombalinas na região (1750-1777), sendo que a Ilha teve donos, Bento Maciel Parente (capitania hereditária) e Francisco Portilho de Melo (povoado) elevado pelo governador Mendonça Furtado em uma de suas vindas a região do Grão-Pará. Situada à margem esquerda da foz do rio Amazonas, sofre a influência da dinâmica urbana que tem o rio como seu principal aliado na configuração geográfica da região. Dessa forma, as alterações e transformações na Ilha de Santana, advêm da sua trajetória histórica ao longo do tempo-espaço. Assim, a pesquisa objetiva analisar as transformações sócio- espaciais na paisagem da Ilha de Santana-AP, no período de 2007 a 2022, tendo como base referencial a categoria Formação Sócio-Espacial, teorizada pelo geógrafo brasileiro Milton Santos. Aliado ao entendimento da proposta de pesquisa foi trabalhado a categoria Paisagem como elemento base para a compreensão do objeto de estudo. Metodologicamente, a pesquisa é organizada tendo como base o método dialético. Além da intensa pesquisa bibliográfica, foi feito um checklist com 17 questões, um levantamento funcional da Ilha de Santana, mediante o qual foram coletadas as diversas funções desse local, através do trabalho de campo e uso de imagens satélite, sendo relevante a produção de mapas reveladores sobre a área de pesquisa. Como resultado, percebe-se que no contexto atual da Ilha de Santana, a configuração da paisagem e do espaço carregam seus traços históricos e aliados às ações econômicas e socioculturais dão dinamicidade e transformações em sua paisagem e espaço. Isso fica evidente, por exemplo, quando as áreas são ocupadas por pessoas que estão buscando um local de morada, desse modo, acarretam um adensamento, juntamente com os problemas que o processo de urbanização provoca nos espaços sem uma infraestrutura que atendam os anseios da comunidade que ocupa esses espaços para morada. Portanto, são visíveis as alterações e mudanças na paisagem e espaço da Ilha de Santana.
Palavras-Chave: Espaço; Ilha de Santana; Paisagem; Transformações sócio-espaciais.
Data da defesa: 02/08/2022
Dissertação – Rômulo Alves de Vasconcelos.pdf
HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL E A OCUPAÇÃO NAS ÁREAS ÚMIDAS: ESTUDO DE CASO DO CONJUNTO MACAPABA I E II EM MACAPÁ/AP
Ma. Ana Valéria de Almeida Pinheiro
Orientadora: Profª. Drª. Daguinete Maria Chaves Brito
RESUMO: A política habitacional de interesse social visa promover moradias para a população de baixa renda e consequentemente a retirada das famílias das áreas consideradas impróprias para morar. Na cidade de Macapá, capital do Estado do Amapá, as áreas consideradas impróprias para habitar são denominadas áreas de ressacas, que se comportam como reservatórios naturais de água, sofrendo os efeitos das chuvas e das marés. Tendo como base o crescimento populacional e consequentemente a demanda por habitação independentemente do nível de renda, a ocupação dessas áreas é uma realidade cada vez mais constante. Dessa forma, a pesquisa foi desenvolvida com base no objetivo geral de analisar os efeitos territoriais ocasionados pela implementação da política habitacional de interesse social, a partir do estudo de caso do Conjunto Habitacional Macapaba I e II, que compreende no maior conjunto habitacional já construído na cidade, com mais de quatro mil unidades habitacionais destinadas a população de baixa renda, além de infraestruturas de serviço, esporte e lazer ofertados pelo poder público estadual. Para alcançar o objetivo abordou-se a metodologia descritiva, utilizando a técnica de pesquisa bibliográfica, documental, estudo de campo, levantamento fotográfico e diário de campo. O estudo se divide em três seções; habitação de interesse social, para que se tenha entendimento da gênese desse processo bem como ela ocorre no país; expansão urbana e as habitações palafiticas, expondo o processo de crescimento da cidade e a ocupação das áreas de ressacas no município; os efeitos territoriais no conjunto Macapaba pós ocupação, fazendo comparativo com as ressacas que foram atendidas pelo conjunto. Os resultados demonstram que as áreas de ressacas atendidas pelo conjunto habitacional foram efetivamente desocupadas, acarretando na recuperação da vegetação nativa dessas áreas.
Palavras-chave: Habitação; Moradia; Áreas Úmidas; Áreas de Risco; Ressacas
Data da Defesa: 26/05/2022
SEGREGAÇÃO SOCIOESPACIAL NA PRODUÇÃO DO URBANO: O CASO DA ÁREA DE RESSACA DO CANAL DO JANDIÁ, EM MACAPÁ – AP
Me. Antonio Carlos Rodrigues dos Santos
Orientador: Ricardo Ângelo Pereira Lima
RESUMO: Esta pesquisa tem como objetivo analisar a segregação socioespacial na produção do urbano macapaense, tomando a área ocupada da ressaca do Canal do Jandiá como estudo de caso, compreendendo o recorte temporal de 2011 a 2020, quando as ações do Estado tiveram maiores impactos sobre a segregação nesta área. Logo, os conceitos de urbanização, segregação urbana e produção do espaço urbano são basilares na compreensão dos arranjos espaciais das áreas úmidas, localmente conhecidas como “ressacas”, que são ocupadas pela população de baixa renda. A metodologia da pesquisa é de caráter interdisciplinar de cunho qualiquantitativo e envolveu estudos bibliográficos, documentais e empíricos. A pesquisa revelou que as intervenções do poder público nas áreas de ressaca em Macapá, especificamente no bairro Pacoval são parciais e, no caso da ressaca do Canal do Jandiá (parte integrante desse bairro), a população transferida para o conjunto Macapaba teve acesso à moradia, mas sem oferta suficiente de serviços e infraestrutura urbana que impactasse positivamente na sua qualidade de vida. Desse modo, as ações dos agentes públicos mantiveram o processo de produção de uma cidade marcada pela segregação socioespacial e o planejamento urbano tem se mostrado incapaz de atender as demandas sociais e ambientais na medida em que suas ações são pontuais e não sistêmicas, sobretudo nas áreas de ressaca.
Palavras-chave: Urbanização. Segregação. Áreas de Ressaca. Macapá.
Data da Defesa: 28/07/2022
A AMAZÔNIA LEGAL: OS PADRÕES ESPACIAIS DA INCIDÊNCIA DOS FOCOS DE CALOR ENTRE OS ANOS DE 2001 E 2020
Ma. Luana Cristina Sabatinga Rocha
Orientador: Prof. Dr. Alexandre Luiz Rauber
RESUMO: A presente pesquisa dedica-se a entender os focos de calor na Amazônia Legal, cujo objetivo geral desta dissertação é buscar compreender os padrões espaciais das incidências dos focos de calor nos Estados da Amazônia Legal. Em específico, busca-se quantificar os focos de calor registrados entre 2001 e 2020; mapear os focos de calor em Unidades de Conservação, Terra Indígenas, Assentamentos Rurais e em áreas de influência das rodovias federais, assim como compreender os padrões espaciais dos focos de calor. Outro interesse da pesquisa é analisar a correlação entre o desmatamento de corte raso e focos de calor. Considerando os padrões espaciais das incidências dos focos de calor e os atores sociais presentes na Amazônia Legal, tem-se como hipóteses de estudo que: a) Os Assentamentos Rurais e as Áreas de Influências das Rodovias constituem e representam as áreas com maior pressão antrópica e incidências de focos de calor; b) As Unidades de Conservação e Terras Indígenas constituem pelas suas características de uso as áreas que apresentam menor pressão antrópica e incidência de focos de calor. Nesta pesquisa, a região foi escolhida como categoria de análise geográfica fundamental para o entendimento da dinâmica da Amazônia Legal. Para os procedimentos metodológicos foram utilizados dados quantitativos e qualitativos, que consistiram na coleta e processamento de dados a partir de técnicas de Sensoriamento Remoto e Geoprocessamento. Foram utilizados os dados secundários do IBGE, INPE, EMBRAPA e de outras Instituições Governamentais para a caracterização da região amazônica, seus aspectos físico-geográficos e socioambientais. Para a geração dos mapas dos focos de calor em Unidades de Conservação, Terra Indígenas, Assentamentos Rurais e em áreas de influência das rodovias federais, foram utilizados dados do sensor MODIS, a bordo do Satélite de Referência AQUA, disponível no portal Banco de Dados de Queimadas do INPE, no período de 2001 e 2020, que aliados aos softwares TerraView e o ArcGis permitiram a geração de mapas temáticos, bem como compreender os padrões espaciais das incidências dos focos de calor nos Estados da Amazônia Legal e a incidência destes sobre os Atores Sociais. Como resultado, verificou-se que a partir dos padrões espaciais de incidência dos focos de calor na série histórica, estes foram predominantes na área de influência das rodovias federais, sendo a maior incidência dos focos na Amazônia Legal ocorridas nos Assentamentos Rurais, seguido pelas Terras Indígenas e com menor incidência nas Unidades de Conservação.
Palavras-chave: Amazônia; Unidades de Conservação; Assentamentos Rurais.
Data de Defesa: 29/07/2022
Dissertação_Luana_Cristina_Sabatinga_Rocha
SEGURANÇA ENERGÉTICA NA AMAZÔNIA: OS GARGALOS E LIMITES DA OFERTA DE ENERGIA ELÉTRICA NO AMAPÁ
Me. Alan Patrick Coimbra Melo
Orientador: Prof. Dr. Roni Mayer Lomba
RESUMO: A presente dissertação trata sobre o contexto de produção, transmissão e comercialização de energia no Amapá em um cenário recente de privatizações do setor elétrico e atendimento deficiente à sociedade. A intenção é tratar a segurança no âmbito do Setor Energético Brasileiro, mais especificamente do Amapá, tendo como plano de fundo o histórico processo de espoliação dos recursos da Amazônia, mediante a formação de uma estrutura de aproveitamento do potencial energético da região em que a produção é direcionada ao mercado consumidor mais rentável (indústria e grandes capitais) em detrimento da segurança energética da sociedade em geral. Esta pesquisa serve para alertar um cenário de risco induzido pela lógica do mercado presente no sistema energético brasileiro, que se revela de forma ainda mais agressiva na Amazônia, quando se percebe que a infraestrutura implementada na região tem como objetivo primordial possibilitar o escoamento da produção de energia sem criar um sistema elétrico seguro, eficiente e com equidade de acesso para o fornecimento de energia elétrica à população local. O principal questionamento desta pesquisa é entender qual a relação existente entre a segurança energética no Amapá e as políticas territoriais que orientam a expansão do atual modelo de produção de energia elétrica implementado na Amazônia? Adotou-se como hipótese o seguinte: que o desenvolvimento do setor elétrico é uma política territorial que não atende plenamente as necessidades da população local, tendo como plano de fundo um processo histórico de espoliação na Amazônia, determinando, inclusive, uma configuração do sistema elétrico do Amapá que prioriza a transmissão de energia para outras unidades federativas, em detrimento da segurança do fornecimento energético para a população local. Este cenário de insegurança tem como principal exemplo o apagão elétrico de novembro de 2020. Quanto aos procedimentos metodológicos utilizados nesta pesquisa, orientou-se a partir dos objetivos propostos, enquanto eixos de investigação, o seguinte percurso: i) pesquisa bibliográfica; ii) pesquisa documental; iii) pesquisa de campo (observação sistemática); e iv) análise e interpretação dos dados. O principal resultado desta pesquisa, foi a identificação de gargalos e limites operacionais, administrativos, técnicos e estruturais que juntos caracterizam a insegurança energética no Amapá, assim como definem um novo estágio no processo de desenvolvimento do setor elétrico amapaense.
Palavras-chave: Política Territorial. Sistema Energético. Espoliação. Amapá.
Data da Defesa: 08/07/2022
CIDADE E GÊNERO: A PERSPECTIVA DAS CARTOGRAFIAS FEMININA NA VISIBILIDADE DE ESPAÇOS DO MEDO
Ma. Jesiane da Silva Barbosa
Orientador: Prof. Dr. Jodival Maurício da Costa
RESUMO: A presente dissertação de mestrado objetivou-se analisar os elementos sociais que engendram espaços do medo no cotidiano do gênero feminino, moradoras da cidade de Santana. Diversos elementos sociais contribuem para a produção do medo na cidade em uma perspectiva da mulher de forma material e simbólica. O objeto de pesquisa se revelou a partir da realização do grupo focal com colaboradoras moradoras na cidade de Santana-AP e, portanto, analisou-se as cartografias femininas produzidas por essas interlocutoras, como possibilidade de instrumento de representação e luta feminista pelo direito a cidade. Nesse sentido, evidenciou-se suas experiências, vivências e percepções de insegurança e medo, em socializar nos espaços públicos devido às diversas formas de violências que essas mulheres sofrem nestes espaços. Os resultados da pesquisa apontaram o machismo enquanto principal elemento de produção do medo na cidade; pois, este território se produz e reproduz seguindo princípios machistas que inferiorizam a mulher, às colocando em situação de vulnerabilidade a diversos tipos de violências nos espaços públicos.
Palavras-Chave: Espaços do medo. Gênero. Cartografia. Machismo.
Data da Defesa: 05/08/2022
Dissertação_Jesiane_da_Silva_Barbosa
DESAFIOS PARA O USO DO TERRITÓRIO NA ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL DA FAZENDINHA, MACAPÁ/AP
Ma. Dayse Monteiro Maria
Orientadora: Profª. Drª. Daguinete Maria Chaves Brito
RESUMO: Esta pesquisa, apresenta uma discussão acerca da gestão e planejamento territorial da Área de Proteção Ambiental da Fazendinha, em Macapá-AP. Seu objetivo foi e analisar as implicações decorrentes da ausência de instrumentos de gestão e planejamento na unidade de conservação, como por exemplo, a ausência do plano de manejo. De modo específico, este estudo buscou caracterizar legal e teoricamente a gestão socioambiental das unidades de conservação brasileiras, com enfoque na Área de Proteção Ambiental da Fazendinha, no Amapá; identificar e conceituar as principais ferramentas de gestão de áreas protegidas e sua importância para a unidade e finalmente, analisar as problemáticas decorrentes da ausência de plano de manejo na Área de Proteção Ambiental da Fazendinha. Também, é de interesse desta investigação, embasar o estudo de acordo com as categorias de análise geográficas: Paisagem, Território e Lugar. Como hipótese para o problema identificado, destaca-se que, a partir de pesquisas é plausível considerar que a efetivação dos instrumentos de gestão territorial é efetiva na redução de impactos, a exemplo de outras realidades no Brasil em que esses instrumentos são bem consolidados e ajudam na promoção do desenvolvimento territorial sustentável por meio de direcionamento ao desenvolvimento de algumas atividades. O método científico utilizado nesta pesquisa, para a coleta de dados, foi o qualitativo, a partir dos procedimentos: pesquisa bibliográfica, pesquisa documental, observação não participante e entrevistas. A análise dos dados qualitativos foi realizada a partir da técnica de análise de conteúdo de Bardan, com auxílio do software Atlas Ti. Como principal resultado desta investigação, tem-se a identificação dos principais impactos socioambientais e socioeconômicos recorrentes na APA da Fazendinha, ocasionados principalmente pela ausência de instrumentos de gestão e planejamento territorial na unidade.
Palavras-chave: Área de Proteção Ambiental da Fazendinha. Unidades de Conservação. Gestão Ambiental. Planejamento Territorial.
Data da Defesa: 24/08/2022
Dissertação_Dayse_Monteiro_Maria
COMPLEXO PORTUÁRIO DE SANTANA, AMAPÁ, BRASIL: O USO E O EFEITO DE POLÍTICAS TERRITORIAIS
Ma. Jocianny Carla da Silva Sardinha
Orientador: Prof. Dr. Roni Mayer Lomba
RESUMO: Com a intensificação da globalização e as novas dinâmicas e escalas de acumulação, orquestradas pelos agentes hegemônicos do capital, dentro da lógica global de acumulação por espoliação, a Amazônia está inserida como mais um espaço de integração da economia mundializada e, por meio de políticas territoriais, executadas principalmente pelo Estado, vários sistemas de engenharias (hidrovias, ferrovias, rodovias e portos) são criados para a fluidez do capital e consolidação da região como fronteira de expansão agrícola. O Complexo Portuário de Santana – CPS está inserido dentro desta lógica, compondo os corredores logísticos de exportação do Arco Norte e o interesse e uso deste território começa a ser crescente pelas grandes empresas corporativas (a exemplo da inserção do porto da Caramuru Alimentos e o porto da Cianport, localizados no CPS). Impulsionada por estes elementos, esta dissertação tem como objetivo geral analisar de que forma as políticas territoriais portuárias reverberam sobre o território de Santana, levando em consideração seus usos e efeitos de 2013 a 2021. A metodologia adotada tem por base o método dialético, utilizando como suporte teórico o conceito de território (uso do território) e redes, trazendo também a discussão de políticas territoriais e ajustes espaciais. Quanto aos procedimentos metodológicos utilizados, esta pesquisa social consiste em: i) pesquisa bibliográfica; ii) pesquisa documental; iii) pesquisa de campo (observação sistemática e entrevista semiestruturada); e iv) organização e análise de dados. Por fim, os principais resultados obtidos desta pesquisa foram a constatação da: i) existência de uma sinergia no uso e efeitos de políticas territoriais nas escalas federal, estadual e municipal (decretos, leis, programas governamentais, planos estratégicos e grandes projetos), que por consequência geraram o processo de reordenamento territorial no CPS; ii) identificação dos principais agentes espaciais, suas redes de atuação e as formas particulares de uso do CPS, o que evidenciou uma expansão portuária significativa na Amazônia e no estado do Amapá de 2013 a 2021, a exemplo do Estado possuir apenas dois portos privados autorizados pela ANTAQ em 2013, passando para catorze em 2021; e de iii) conflitos relacionados à expansão do CPS, que convergem com a localização do bairro vizinho da CDSA, o Novo Horizonte, onde parte deste bairro está situado dentro da poligonal do Porto Organizado de Santana, bem como a expansão portuária para a zona rural do município de Santana, no Distrito da Ilha de Santana (com a autorização de instalação da empresa Cianport e Caramuru Alimentos), evidenciando uma reserva de terra por esses agentes econômicos, bem como um reordenamento territorial nesta ilha.
Palavras-Chave: Política territorial; Complexo portuário; Amazônia; Santana –AP.
Data da Defesa: 22/09/2022
A GEOGRAFIA E VIOLÊNCIA DE GÊNERO NO CAMPO: O ASSENTAMENTO DE REFORMA AGRÁRIA BOM JESUS DOS FERNANDES NO MUNICÍPIO DE TARTARUGALZINHO-AP EM QUESTÃO
Ma. Lana Patrícia de Matos dos Santos
Orientadora: Profª. Drª. Patrícia Rocha Chaves
RESUMO: A presente Dissertação intitulada A GEOGRAFIA E VIOLÊNCIA DE GÊNERO NO CAMPO: O Assentamento de Reforma Agrária Bom Jesus dos Fernandes no município de Tartarugalzinho-Ap em questão, teve como tema a violência de gênero no território camponês no Amapá e partiu do seguinte problema: Como se configura a violência de gênero no processo de territorialização dos Assentamentos de Reforma Agrária no Amapá? O objetivo geral foi analisar a configuração da violência de gênero no processo de territorialização do Assentamento de Reforma Agrária Bom Jesus dos Fernandes no Amapá. Neste sentido, os objetivos específicos são: analisar a apropriação do território a partir da categoria gênero e as territorialidades das mulheres camponesas; caracterizar a Violência de Gênero no território camponês do assentamento de reforma agrária Bom Jesus dos Fernandes, especificamente no que concerne à indissociabilidade de corpo e território. Os sujeitos de pesquisa foram as mulheres camponesas do assentamento de reforma agrária Bom Jesus Fernandes. O estudo revelou que a violência de gênero nesses territórios, é produto de uma colonialidade em que o racismo e o patriarcalismo são suas bases cofundantes, e os grupos subalternizados nesse processo, como é caso das populações do campo na Amazônia reproduzem essa colonialidade, produzindo no campo territórios de dominação masculina e a desvalorização não apenas da mulher, mas do feminino, nisso produzem também a desigualdade de gênero, que é a materialização das relações de poder, e o fenômeno da violência contra a mulher envolve uma complexa relação entre corpo, poder e cultura. Constatamos que as mulheres camponesas de Bom Jesus dos Fernandes são atingidas pela violência de gênero do capital rentista que invade o campo, do Estado que institucionaliza o machismo em suas organizações violando direitos básicos das mulheres do campo, desvalorizando e invisibilizando tanto o trabalho da mulher camponesa quanto a violência de gênero por elas sofridas, ou a violência doméstica, aquela que ocorre no âmbito familiar, classificadas internamente em violência sexual, moral, patrimonial, psicológica e física. Verificou-se também o desconhecimento dessa população feminina sobre as políticas de enfrentamento a violência doméstica no âmbito da saúde, e a inexistência de atendimento à mulher vítima de violência doméstica no posto médico do Assentamento.
Palavras-chave: Território. Violência de gênero. Campesinato. Amazônia.
Data da Defesa: 30/09/2022
A PRODUÇÃO CAPITALISTA DO TERRITORIO NO ENTORNO DA ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL DA FAZENDINHA EM MACAPÁ – AP
Ma. Hilda Helena da Silva
Orientadora: Profª Drª. Patrícia Rocha Chaves
RESUMO: Os modelos de ocupação que foram estabelecidos no território amazônico, e por consequência no amapaense, revelam as diferentes formas de apropriação e uso de seus territórios, consequência das relações de produção capitalistas ora estabelecida. A forma como a sociedade passa a se organizar, em função deste novo modo de produzir, são elementos norteadores, que permitem uma leitura histórica desse processo que reverbera na produção capitalista do território no entorno da Área de Proteção Ambiental da Fazendinha (APA). No Amapá, o uso das terras se apresenta sobre diferentes perspectivas. O viés ambiental, é um desses cenários, que ecoa na sociedade contemporânea, como urgente discurso de sobrevivência planetária. A criação de Áreas Legalmente Protegidas é na verdade, uma geopolítica governamental, afim de assegurar ao Estado, o domínio e controle de porções do território. A economia globalizada, adentra e consolida no território amapaense, uma nova relação social com terra, sustentada na posse de instrumentos jurídicos, garantindo ao capital, novas formas de expansão e obtenção de lucro, via propriedade fundiária da terra. Diante deste cenário, o uso da terra, se legitimou como estratégia na lógica capitalista, produzindo e/ou gerando movimentos de concentração da população em torno de áreas consideradas privilegiadas. Esta pesquisa, pretende refletir e analisar como ocorre o avanço das relações capitalistas de produção no entorno da APA da Fazendinha, pelo uso e apropriação dessa área. O conceito basilar que permeia essa pesquisa é o de território, por ser essa categoria que possibilita múltiplas leituras de compreensão das realidades socioterritoriais. As diferentes visões do território, oferecem importantes contribuições para compreendermos as transformações no território amapaense, embasadas nas discussões teóricas-conceituais de Gottmann (2012), Raffestin (1993), Moraes (2008), Calabi e Endovina (1973), Moraes e Costa (1987), Souza (2000) e Oliveira (1978, 2007 e 2003). Pela natureza do objeto de estudo da pesquisa, utilizou-se o Materialismo Histórico Dialético. A metodologia utilizada tem como base o levantamento bibliográfico, atividades de campo, que se desdobraram em registros fotográficos, análise qualitativa dos dados e produção de mapas temáticos. Como resultado, confirmou-se que a pressão urbana exercida no entorno da APA da Fazendinha, é reflexo do processo de urbanização pelo qual as cidades de Macapá e Santana vivenciam. Isso se deve a presença das incorporadoras, que nas últimas três décadas, a partir dos anos 1980 vem fomentando um processo de valorização de terras nestas cidades, promovendo um avanço populacional a desencadear ocupações desordenadas, subnormais e/ou espontânea, assim como, atividades potencialmente degradadoras, entre as quais, o desmatamento, destruição de habitats, deposito de lixo doméstico, queimadas, invasões que tendem a impactar a existência e manutenção desta unidade de conservação (UC).
Palavras-Chave: Relações capitalistas de produção; Uso da terra; Unidades de Conservação.
Data da Defesa: 15/12/2022
POSSES E QUILOMBO EM CONFLITO NA REGIÃO DO IGARAPÉ DO PALHA NO MUNICÍPIO DE FERREIRA GOMES
Me. Fábio da Silva Ferreira
Orientadora: Profª. Drª. Patrícia Rocha Chaves
RESUMO: A região do Igarapé do Palha está situada à margem direita da BR-156 sentido Macapá – Ferreira Gomes. Essa região acompanha o curso d’água Igarapé do Palha que faz diversas curvas desde o Km-119 da BR-156 até sua foz no Rio Araguari. A partir do Km-119 tanto na margem esquerda quanto na margem direita do igarapé, há posseiros dispersos ocupando aquelas terras de forma mansa e pacífica. Na altura do Km-122 encontra-se a Comunidade São Raimundo no qual suas posses se estendem até as margens do igarapé, onde vários camponeses posseiros da mesma família praticam diversos cultivos e criação de animais para sua subsistência. Descendo o Igarapé do Palha, em direção à sua foz, lá encontra-se a Comunidade Quilombola Igarapé do Palha, que desde 2010 vem lutando pela titulação de suas terras. Acontece que a região do Igarapé do Palha é palco de intensos conflitos por terras, que no caso dos posseiros tanto os que vivem fora ou dentro da Comunidade São Raimundo nas margens do igarapé, são alvos da violência praticada pela empresa Amapá Florestal e Celulose S.A. (AMCEL), culminando na reintegração de posse quase em sua totalidade a favor da empresa. Quanto ao quilombo, os conflitos que se passam naquele território envolvem proprietários e especulador que se apropriaram de terras dentro da área do quilombo. Desse modo, podemos afirmar que do km 119 da BR -156 até a foz do Igarapé do Palha, no Rio Araguari, constitui-se uma região de conflitos. Nosso objetivo foi analisar de que forma se dão esses conflitos e quais são os sujeitos que praticam essa violência.
Palavras-chave: Conflitos. Empresas. Igarapé do Palha. Posseiros. Quilombolas.
Data da Defesa: 19/12/2022
Dissertação_Fabio_da_Silva_Ferreira
EXPANSÃO DA AGRICULTURA CAPITALISTA NO CERRADO DA MICRORREGIÃO DE MACAPÁ/AP:
TRANSFORMAÇÕES SOCIOTERRITORIAIS NA COMUNIDADE QUILOMBOLA DE CONCEIÇÃO DO MACACOARI
Me. Rubens Edeval Sarraf
Orientador: Prof. Dr. Roni Mayer Lomba
RESUMO: O estudo analisa os conflitos socioterritoriais provocados pela agricultura capitalista no século XXI, na Comunidade Quilombola de Conceição do Macacoari, Macapá, Amapá, a qual luta para manter o seu modo de vida frente às transformações acarretadas pela territorialização econômica no campo amapaense. A construção dessa pesquisa remete ao método dialético baseado na análise por meio da disputa de classe acerca da apropriação e uso das terras. Os questionamentos se apresentam na forma da pesquisa quali-quantitativa, visando analisar os conflitos socioterritoriais no município de Macapá, na comunidade de Conceição do Macacoari. Para responder a esses questionamentos foi feito um levantamento de dados sobre os fundamentos teóricos da agricultura capitalista, campesinato e movimentos socioterritoriais, que serviu como referência para o estudo explanatório descritivo. Foram utilizados dados primários por meio de entrevistas qualitativas (com moradores e povos do campo, com representantes dos movimentos sociais dos povos quilombolas e agentes da CPT-AP), registros de séries fotográficas e confecções de mapas, dados secundários de conflitos registrados nos relatórios sobre conflitos fundiários elaborados anualmente pela Comissão Pastoral da Terra. Aponta como principais resultados: a) entendeu-se sobre o surgimento da comunidade; b) compreendeu-se os problemas, inclusive os conflitos decorrentes das práticas econômicas no campo; c) identificaram-se os conflitos e os agentes de especulação imobiliária e suas práticas econômicas no campo; d) identificaram-se as alterações nas legislações fundiárias para a regularização de terras. Conclui que é importante resguardar os direitos dos povos quilombolas em relação as suas práticas de modos de vida que estão ameaçados, seja por grilagem ou por contaminação do ambiente pela agricultura capitalista. Finalizar o processo de regularização fundiária, além de garantir a posse da terra, permite aos moradores segurança jurídica, captação de recursos para desenvolver suas atividades e, assim, dar continuidades aos seus modos de vida e seus trabalhos com a terra visando seu desenvolvimento.
Palavras-chave: Amazônia Amapaense. Agricultura Capitalista. Campesinato. Conflitos socioterritoriais. Movimentos socioterritoriais.
Data da Defesa: 21/12/2022
________________________________________________________________________________
>>>2021<<<
POTENCIALIDADES GEOTURÍSTICAS EM GEOMORFOSSÍTIOS NO MUNICÍPIO DO OIAPOQUE, AMAPÁ/BRASIL
Ma. Francinete Viana da Silva Corrêa
Orientador: Prof. Dr. Antonio José Teixeira Guerra
Resumo: A presente pesquisa foi realizada no município do Oiapoque (AP), no qual apresenta, em suas unidades de relevo, aspectos da geodiversidade com potencial geoturístico em geomorfossítios, importantes registros das ações evolutivas da paisagem e que permitem o desenvolvimento de diversas atividades humanas. Esse município está localizado no extremo norte do estado do Amapá, faz fronteira com a Guiana Francesa e está assentado em terrenos cristalinos do Pré-Cambriano. A paisagem local possui vários ambientes geológicos e geomorfológicos que são formados por afloramentos rochosos, quedas d ‘águas, ilhas e corredeiras. De acordo com o cenário apresentado, a pesquisa teve como finalidade identificar os geomorfossítios e analisar as suas potencialidades geoturísticas, com vistas à produção de um folder para o município do Oiapoque quando se pensa em desenvolvimento. Para alcançar o objetivo, a pesquisa adotou os seguintes procedimentos metodológicos: (i) – atualização do referencial teórico-conceitual; (ii) – trabalhos de campo; (iii) – avaliação dos valores científico e turístico dos locais de interesse geomorfológico existentes na área de estudo, com base em critérios e parâmetros definidos por Pereira (2006); (iv) – construção do inventário da geodiversidade dos locais de interesse geomorfológico; e (v)- análise e tabulação dos dados por meio da construção de mapas, gráficos e tabelas. Os resultados proporcionaram, além da contribuição aos estudos e pesquisas em geodiversidade na Amazônia, a divulgação, valorização e geoconservação do meio abiótico. O folder geoturístico servirá como ferramenta para divulgar a geodiversidade local, proporcionando o desenvolvimento sustentável através da divulgação e valorização do patrimônio geomorfológico, assim como a contemplação e educação.
Palavras-chave: Geoturismo; Oiapoque; Geodiversidade; Patrimônio geomorfológico.
Data da defesa: 06/12/2021
Dissertação – Francinete Viana da Silva Corrêa.pdf
ANÁLISE DA VARIABILIDADE CLIMÁTICA DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO OIAPOQUE POR SATÉLITE – TROPICAL RAINFALL MEASURING MISSION (TRMM) – 1998/2019
Me. Severino Pereira Mancio Filho
Orientador: Prof. Dr. José Mauro Palhares
Resumo: A variação dos elementos do clima resulta de uma atmosfera não estática podendo mudar de local no decorrer do tempo e escala. Os aspectos da precipitação na Amazônia e no Amapá têm influência no ciclo hidrológico. É um fator primordial para a vazão da bacia hidrográfica. Os produtos do satélite tropical rainfall measuring mission-TRMM e pluviómetros são utilizados para observar a variabilidade climática dentro de bacias hidrográficas obtendo resultados na compreensão da variabilidade e correlação com a hidrologia dos rios. Neste sentido, a pesquisa teve como objetivo analisar as características climáticas e a sua influência na dinâmica fluvial para a bacia hidrográfica do rio Oiapoque por meio do satélite TRMM. Analisar as características da dinâmica fluvial através dos dados fluviométricos, para a bacia hidrográfica. Entender a relação e a influência do clima na dinâmica fluvial. Afim de estabelecer um estudo preliminar dessa relação precipitação, eventos extremos e vazão. Desse modo foram utilizados uma série de 1981 até 2019 de dados de vazão e precipitação das estações pluviométricas e do TRMM, produto 3B43v7 de 1998 a 2019, a partir desses dados foram tratados estatisticamente utilizando métodos de comparação e correlação estatística. A variabilidade do total anual da precipitação é superior a 4.000mm, o fluxo hídrico da bacia do rio Oiapoque, na medida que os volumes de precipitação aumentam o volume da água da cota e vazão se elevam. Das análises efetuadas concluiu-se que as estimativas de precipitação do satélite TRMM possuem acurácia consistente para a bacia do Rio Oiapoque. A análise multitemporal da variabilidade climática fornecidas pelo produto 3B43v7, forneceu um parâmetro da espacialização das chuvas, bem satisfatório mostrando como os volumes de precipitação se comportam ao longo dos anos. Os resultados da correlação entre os dados mostraram uma boa concordância das variantes. As medições de precipitação e vazão estão ligadas ao deslocamento da Zona de Convergência Intertropical e os fenômenos do El Ninõ e La Ninã. Uma vantagem adicional das estimativas de precipitação por satélite é o preenchimento de lacunas em áreas onde não existem ou estações pluviométricas são esparsas umas das outras. O entendimento destes fatores em uma bacia hidrográfica é muito importante, por auxiliar no planejamento para gestão dos recursos hídricos.
Palavras-chave: Bacia hidrográfica; Satélite TRMM; Precipitação; Variabilidade climática.
Data da defesa: 10/12/2021