DISSERTAÇÕES

 

>>2023<<<

O USO DE MÍDIAS DIGITAIS NO ENSINO DE GEOGRAFIA NA ESCOLA ESTADUAL PROFESSOR JOSÉ BARROSO TOSTES NO MUNICÍPIO DE SANTANA-AP, EM CONTEXTO PANDÊMICO

Me. Eraldo da Silva Leite

Orientador: Prof. Dr. Francisco Otávio Landim Neto

RESUMO: As mídias digitais vêm se apresentando como um recurso didático significativo, sobretudo, no ensino remoto emergencial vivenciado no contexto da pandemia da COVID-19, para os professores em suas aulas, particularmente, os de geografia. No entanto, para que esse recurso possa ser, de fato eficiente, é necessário que os professores o percebam como meio para reforçar os conteúdos escolares, assim como oportunidades de aprendizagens significativas para os estudantes. Este estudo visa contextualizar a utilização das mídias digitais no ensino e aprendizagem da geografia no ensino médio da Escola Estadual Professor José Barroso Tostes no município de Santana-AP com a elaboração de um diagnóstico com a tessitura de proposições sobre a temática em análise, trazendo à tona as dificuldades dos educadores no que se refere ao uso das mídias digitais como recurso pedagógico, bem como, as práticas pedagógicas no ensino da geografia na referida instituição escolar atrelado ao uso dessas mídias digitais. No que concerne aos procedimentos metodológicos a respectiva pesquisa é caracterizada como de abordagem quantitativa e qualitativa, sob o método dialético, com base no método de Delphi, uma vez que foram consultados especialistas nas áreas geograficamente diversas sobre o objeto de estudo abordado, de modo a contemplar as análises empíricas. Esta pesquisa é classificada como exploratória, bibliográfica, documental e de campo. Diante do exposto, pode-se afirmar que os professores estão dispostos a utilizar as mídias digitais, mas existem determinados entraves como a estrutura física inadequada, falha de conexão à internet ou até a limitação dos equipamentos tecnológicos.

Palavras-Chave: Aprendizagem geográfica. Mídias digitais. Ensino médio.

Data da Defesa: 28/02/2023

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DINÂMICA DA PAISAGEM EM UM RECORTE ESPACIAL DA PLANÍCIE COSTEIRA DE CALÇOENE, AMAPÁ, ENTRE 1993 A 2020

Ma. Marta Vieira da Silva

Orientador: Prof. Dr. Orleno Marques da Silva Júnior

RESUMO: As paisagens são dinâmicas e estão em constantes transformações, sejam por influências naturais ou antrópicas. Na zona costeira amapaense, reconhecida por apresentar ambientes naturalmente dinâmicos e suscetíveis a mudanças morfológicas de curto período, no geral o que se encontra é baixa ocupação humana e uso da terra voltadas para atividades de agropecuária, sobretudo, no setor costeiro atlântico. Neste sentido, torna-se importante a execução de estudos que acompanhem estas mudanças visando a geração de informações que possam oferecer suporte na construção planejamentos e gestão ambiental destes espaços. Considerando o exposto, o objetivo desta pesquisa foi realizar uma análise da dinâmica da paisagem para um recorte espacial da planície costeira do município de Calçoene, entre os anos de 1993 a 2020. A metodologia contou com o emprego dois métodos de análises geoespaciais, o uso e cobertura da terra, por meio da classificação supervisionada e a variação da linha de costa, através do método de polígono de mudanças. Foram utilizadas uma cena do satélite Landsat 5TM (03/08/1993) e duas do Landsat 8 OLI (13/08/2014 e 16/10/2020), orbita/ponto 225/56, todas referente ao período seco. Além destes dados, foi realizado sobrevoo de drone, para o reconhecimento e validação das coberturas presentes na área. Com os resultados obtidos foi possível distinguir a existência de dez classes de usos e coberturas da terra, que compõem a paisagem da área, sendo estas: Vegetação (florestal e campestre); Manguezal; Mangue com espécies associadas em planície de Chenier, Planície de maré arenosa, Corpo d’água (costeiro e continental), Pastagem (com e sem queimadas), Sombra de Nuvem e Sem dado (dados não observados). Na análise da linha de costa verificou-se que os processos erosivos foram predominantes na área, entre 1993 e 2020 foi registrado a perda de 1.507,68 ha, significando 93,99% de todas as áreas de mudanças, neste mesmo período a acreção foi de 96,99 ha ou 6%. Com a integração dos resultados verificou-se que a classe que apresentou maior dinâmica espacial por processos erosivos foi o Mangue com espécies associadas em planície de Chenier , com a perda de14,85 ha entre 1993 e 2020. Os resultados apontaram para a confirmação de mudanças de curto período e muito embora se utilize imagens de média resolução espacial, foi possível realizar uma discriminação mais detalhadas das coberturas e usos presentes. Assim, ainda que pontual, as informações levantadas neste estudo, podem contribuir no reconhecimento físico e ambiental da área costeira amapaense, dispondo de métodos replicáveis para outras setores da costa e dados que podem auxiliar na criação de instrumentos gestores ou reguladores de uso da terra na planície costeira de Calçoene.

Palavras-chave: Paisagem, Uso, Cobertura, Linha de Costa, Calçoene.

Data da Defesa: 04/05/2023

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AS TRANSFORMAÇÕES DA PAISAGEM NA UNIDADE FLORESTA AMAPAENSE ENTRE OS ANOS DE 2001 E 2020: O PADRÃO ESPACIAL E TEMPORAL DOS PRINCIPAIS AGENTES ANTRÓPICOS

Ma. Tatiane Costa da Silva

Orientador: Prof. Dr. Alexandre Luiz Rauber

RESUMO: O intuito desta pesquisa consiste em analisar a evolução do padrão espacial e temporal das transformações da paisagem provocadas por ação antrópica, enquanto seu objetivo geral foi analisar o padrão espacial e temporal das transformações da paisagem por Desmatamento de Corte Raso, Incidência de Focos de Calor e Cobertura e Uso da Terra na Unidade de Paisagem Floresta do Estado do Amapá entre os anos de 2001 e 2020. Como objetivos específicos, destacam-se: a) o mapeamento das áreas transformadas por Desmatamento de Corte Raso, Incidência de Focos de Calor e Cobertura e Uso da Terra entre os anos de 2001 e 2020 no Estado do Amapá; b) a análise do padrão espacial e temporal de transformação da paisagem do Estado do Amapá por Desmatamento de Corte Raso, Incidência de Focos de Calor e Cobertura e Uso da Terra entre os anos de 2001 e 2020; e c) evidenciar a evolução das transformações da paisagem e ações antrópicas a partir da distribuição espacial e temporal dos Desmatamentos de Corte Raso, Incidência de Focos de Calor e Cobertura e Uso da Terra na Unidade de Paisagem Floresta no Estado do Amapá. Considerando o comportamento dos dados de modificações da paisagem na Unidade Floresta Amapaense tendo como critério de análise o Desmatamento de Corte Raso, Incidência de Focos de Calor e Cobertura e Uso da Terra, tem-se como hipótese de pesquisa: a) que as métricas e taxas de ação antrópica geradas por Desmatamento de Corte Raso, Incidência de Focos de Calor e Cobertura e Uso da Terra ocorrem em maior incidência sobre os limites dos Assentamentos Rurais e em menor intensidade nas Áreas Protegidas, como as Unidades de Conservação e Terras Indígenas; b) de maneira geral, as transformações da paisagem estão aumentando de forma significativa na Unidade de Paisagem Floresta Amapaense, desencadeadas pela implantação de novos projetos agropecuários e minerários, bem como a intensificação dos usos antrópicos nas áreas de Assentamentos Rurais e Terras Indígenas. Para a execução da pesquisa foi realizada a coleta, a seleção, a quantificação e o levantamento da ocorrência de Desmatamento de Corte Raso, no Estado do Amapá no período de 2001 a 2020, disponibilizados pela base de dados com informações pelo Projeto de Monitoramento da Floresta Amazônica por Satélite – PRODES/INPE, que monitora por satélite o Desmatamento por Corte Raso na região amazônica desde o final da década de 1980. Os dados de Incidência de Focos de Calor foram obtidos da plataforma BDQueimadas/INPE que disponibiliza os pontos georreferenciados de ocorrência obtidos por satélites de referência. Os mapeamentos e métricas da Cobertura e Uso da Terra foram obtidos na Plataforma MapBiomas. Os dados de Desmatamento de Corte Raso, Focos de Calor e Cobertura e Uso da Terra foram organizados e sobrepostos ao limite estadual e da Unidade de Paisagem Floresta utilizando como ferramenta o software TerraView, sobretudo para a seleção, sobreposição e análise do comportamento espacial e temporal destas métricas nos limites dos Assentamentos Rurais, Terras Indígenas e Unidades de Conservação inseridas na Unidade de Paisagem Floresta. A categoria geográfica utilizada na pesquisa é a paisagem, pois ela é capaz de evidenciar adequadamente a evolução espacial e temporal das alterações ocorridas no objeto de estudo, que é a floresta estadual amapaense. Em relação ao Desmatamento de Corte Raso e Incidência de Focos de Calor na Unidade de Paisagem Floresta Amapaense, constata-se que há uma correlação decorrente da conversão de áreas florestais para a inserção de atividades como a agricultura e pecuária, além da ocorrência gradativa da diminuição, na última década, dos Focos de Calor e de Desmatamento de Corte Raso.

Palavras-chave: Floresta Amapaense. Alterações da Paisagem. Ações Antrópicas.

Data da Defesa: 12/05/2023

Dissertação_Tatiane_Costa_da_Silva

 

ESPAÇO, ESPACIALIDADES E TRABALHO NA VILA DE SÃO JOSÉ DE MACAPÁ NO CONTEXTO DO DIRETÓRIO POMBALINO (1757-1798)

Ma. Laís Cristiane Martins Freitas

Orientadora: Profª Drª. Daguinete Maria Chaves Brito

RESUMO: O estudo vincula a interdisciplinaridade entre a História e a Geografia para analisar a importância geohistórica da Vila de São José de Macapá na Amazônia Setentrional durante a vigência do sistema do Diretório Pombalino (1757-1798). A centralidade da povoação de Macapá conduziu experiências profícuas na formação da rede urbana colonial impulsionada pela legislação do Diretório dos Índios que vigorou por mais de quarenta anos na Costa Setentrional do Estado do Grão-Pará, esse processo desencadeou a criação de espacialidades movidas pelas ações de indígenas, africanos, colonos e autoridades portuguesas. Assim, a pesquisa tem como objetivo analisar a dinâmica socioterritorial e socioeconômica movida por esses sujeitos históricos. Como metodologia o estudo compreende a leitura bibliográfica e a pesquisa documental onde foram analisados documentos coloniais da coleção “A Amazônia na era pombalina: correspondência do Governador e Capitão-Geral do Estado do Grão-Pará e Maranhão, Francisco Xavier de Mendonça Furtado: 1751-1759”, o livro “Relatos de Fronteiras: Fontes para a História da Amazônia. Séculos XVIII e XIX”, e correspondências do “Projeto Resgate” que concentra uma documentação digitalizada sobre a Vila de São José de Macapá e vilas adjacentes, considerada uma importante referência documental na produção da história da Amazônia Portuguesa. Além das narrativas encontradas nas correspondências coloniais foram produzidos mapas temáticos sobre as rotas de fugas de indígenas e africanos que identificam a circulação de produção de gêneros e alimentos entre a Vila de Macapá e vilas próximas, demonstrando as relações socioeconômicas estabelecidas na Costa Setentrional. Os resultados identificam realidades distintas entre a atuação portuguesa e a efetiva realidade na Vila de São José de Macapá. Decerto, as experiências coloniais na porção setentrional do Estado do Grão-Pará concentram uma dinâmica urbana colonial profícua no estudo da geografia histórica na Amazônia Setentrional. Conclui-se que a geografia histórica da Vila de São José de Macapá é uma experiência distinta onde diversas populações construíram espacialidades movidas por interesses e negociações que expandiram a sua importância geohistórica. 

Palavras-chave: Geografia histórica. Vila de São José de Macapá. Documentos. Sujeitos históricos.

Data da Defesa: 17/05/2023

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TERRITORIALIDADES E INTERSECCIONALIDADES DE MULHERES TRANS* PROSTITUTAS NA CIDADE DE MACAPÁ-AP.

Me. Adymailson Nascimento Santos

Orientadora: Profª Drª. Patrícia Rocha Chaves

RESUMO: Considera-se nesta pesquisa que o espaço geográfico é natureza em movimento e que a apropriação dessa natureza, pelas sociedades que se formam ao longo dos tempos, constitui os territórios. Porém, o espaço e seus arranjos sociais, através de suas interações, por meio da coexistência da multiplicidade territorial, nem sempre se apresenta de maneira harmoniosa. Os territórios, por se configurar produtos sociais múltiplos, podem ser analisados a partir de inúmeros recortes grupais e escalas espaço-temporais. É sob este olhar que este trabalho busca mergulhar nas análises sobre a prostituição de mulheres travestis e seus aspectos na constituição do escopoda manifestação da vida das travestis na cidade de Macapá-AP. Objetiva-se identificar a espacialização, espacialidades e territorialidades da prostituição na cidade, sua fixidez e mobilidade. Desse modo, serão traçadas reflexões sobre as escalas de relações: clientes, cafetões e prostitutas e prostituição e os agentes que operam em sua viabilização. Para fazer isso, serão apresentados os conceitos de território e territorialidade afim de refletir sobre os aspectos socioespaciais e socioterritoriais da prostituição em Macapá. Os procedimentos metodológicos se constituem das seguintes etapas: a primeira etapa, em, refere-se ao reconhecimento da problemática e delimitação do quadro conceitual para a abordagem do território, categoria de análise geográfica basilar desta pesquisa, o gênero enquanto categoria, violência de gênero e o corpo-território, seguido do levantamento de referencial metodológico para o trabalho de campo; a segunda etapa é a realização da pesquisa de campo por meio de demarcação dos pontos de prostituição e entrevistas estruturadas com as prostitutas trans*, além da abordagem qualitativa, coletando dados e narrativos que foram, posteriormente, analisados sob a ótica do acolhimento psicológico e da análise do discurso; a terceira, e última etapa, correspondem às análises e reflexões de acordo com os objetivos propostos. A violência de gênero é envolvida por uma complexa relação entre corpo, poder e cultura, e revelar como se constituem os territórios de prostituição e qual a dinâmica das mudanças socioespaciais desses/nesses territórios. Desta forma, é de suma importância utilizar a abordagem da relação sujeito – espaço – território, problematizando as ações espaciais e territoriais realizadas por este grupo focal e a dinâmica entre o território da prostituição e a travesti, contribuindo assim, com a produção da Geografia de gênero, feminista e das sexualidades.

Palavras-chave: Território; Prostituição; Gênero; Mulheres travestis.

Data da Defesa: 27/06/2023

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AS POSSIBILIDADES E AS LIMITAÇÕES DO DESENVOLVIMENTO DO TURISMO NO PARQUE NACIONAL DO CABO ORANGE, NO ESTADO DO AMAPÁ

Ma. Maria Elza de Souza Braga

Orientador: José Francisco de Carvalho Ferreira

RESUMO: O turismo em Parques Nacionais é uma atividade recorrente no Brasil e em outros países. Os Parques Nacionais de Galápagos, no Equador, do Grand Canyon e Yellowstone, nos EUA, Iguaçu e Lençóis Maranhenses, no Brasil, são exemplos de turismo em unidades de conservação. Por isso, o objetivo desta pesquisa é analisar a possibilidades do desenvolvimento do turismo na unidade de conservação de proteção integral Parque Nacional do Cabo Orange (PNCO), localizado no estado do Amapá, nos municípios de Calçoene e Oiapoque, fronteira com a Guiana Francesa. Partiu-se da hipótese de que devido à proximidade com vários países além da fronteira com o departamento ultra-marino francês e a paisagem preservada é viável o turismo no PNCO. Com isso, por meio da pesquisa bibliográfica foram consultados os repositórios das universidades e o sítio de periódicos da Capes, em busca de artigos, dissertações e teses com temáticas relacionadas a paisagem, geografia, turismo e unidades de conservação. Por intermédio do método dedutivo, como existem Parques nacionais que desenvolvem o turismo, é provável que no PARNA do Cabo Orange (PARNACO) seja possível. Assim, foram feitas sete pesquisas de campo, quatorze entrevistas, dezessete questionários além da observação estrutural com questionários de inventário turístico e checklist de infraestrutura básica, turística e de atrativos naturais, além de registros fotográficos. A verificação dos dados obtidos foi feita através da Análise SOWT, onde foram observados os fatores internos e externos quanto à possibilidade do turismo no PARNACO. Percebeu-se que são necessárias melhorias nas prestações de serviços do turismo nas sedes de Calçoene e Oiapoque, bem como políticas públicas de segurança e saúde para os moradores presentes nas comunidades da Vila Velha e de Cunani e, posteriormente, dos visitantes do PNCO. Conclui-se que a existência de impedimentos externos ao Parque, como as vias de acesso, além de fatores internos como a ausência de infraestrutura básica, são impedimentos ao desenvolvimento da atividade turística no PNCO.

Palavras-chave: Atividade Turística; Paisagem; Meio Ambiente; Oiapoque; Amazônia

Data da Defesa: 02/10/2023

 

PROCESSOS ESPACIAIS E O FENÔMENO DA CENTRALIDADE URBANA NA CIDADE DE MACAPÁ -AP

Me. Alex de Lima Santos

Orientador: Prof. Dr. Emmanuel Raimundo Costa Santos

RESUMO: A cidade de Macapá é a capital do estado do Amapá, se constitui como o maior centro urbano da Amazônia setentrional Amapaense – ASA. Localiza-se à margem esquerda do rio Amazonas, caracteriza-se como uma cidade histórica. Sua gênese remonta ao período colonial, e seu desenvolvimento urbano está atrelado a criação do Território Federal do Amapá (1943) e a transformação do território federal em estado do Amapá (1988). Essas ações de âmbito político, administrativo e econômico refletiram diretamente na dinâmica espacial urbana da cidade de Macapá, que passou a concentrar a maior parte da população, e as principais atividades de comércio e de serviços públicos e privados do Amapá. Nessa conjuntura, destacam-se os processos de centralização e descentralização espacial, além do fenômeno da centralidade urbana, em que este é o objeto de estudo desta pesquisa. O objetivo geral desta dissertação consistiu em compreender a dinâmica do fenômeno da centralidade urbana na cidade de Macapá-AP, com base na análise dos processos de centralização e descentralização espacial, referentes ao período de 1943 a 2022. A metodologia utilizada baseou-se na combinação de técnicas qualitativas e quantitativas, que permitem observar, discutir, quantificar e descrever a realidade do fenômeno. Elaborou-se este trabalho com base em uma perspectiva históricomaterialista e dialética, e utilizaram-se como técnicas metodológicas: pesquisa bibliográfica, pesquisa documental, pesquisa em base de dados digitais e trabalho de campo. Os resultados da pesquisa permitiram analisar os processos espaciais responsáveis pela formação de áreas centrais (centro, subcentros e shoppings centers), e a compreender a constituição e dinâmica do fenômeno da centralidade urbana na cidade de Macapá – AP.

Palavras-Chave: Centralização. Descentralização. Área central. Centralidade urbana. Cidade de Macapá.

Data da Defesa: 14/12/2023

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>>>2022<<<

 

DINÂMICA URBANA DA CIDADE DE MACAPÁ/AP: INTERAÇÕES ESPACIAIS ATRAVÉS DA RODOVIA DUCA SERRA

Ma. Ana Cláudia Sá da Cruz
Orientador: Prof. Dr. Emmanuel Raimundo Costa Santos

Resumo: As cidades de Macapá e Santana constituem os dois maiores centros urbanos do estado do Amapá. Situadas à margem esquerda do rio Amazonas, possuem a essência ribeirinha e relações que foram estabelecidas desde sua gênese. Para compreender as interações espaciais entre essas duas cidades, é necessário reflexionar sobre os antecedentes do processo de formação e configuração territorial que culminaram no crescimento urbano de ambas. No decorrer de suas trajetórias, houve atuação do Estado na criação do Território Federal do Amapá (1943),  transformando-o em estado em 1988, e, posteriormente, com a implantação da Área de Livre Comércio de Macapá e Santana. Essas ações de âmbito administrativo, econômico e político refletiram na dinâmica espacial das duas cidades, que passaram a concentrar grande parte da população do estado e as principais atividades econômicas, reforçando o compartilhamento de  funções e, consequentemente, a correlação entre elas. O objetivo central deste trabalho é analisar as interações espaciais que ocorrem através da Rodovia Duca Serra, buscando compreender alguns processos socioespaciais entre Macapá e Santana que fazem parte da dinâmica urbana recente e corroboram para essas interações. Para analisar a relação entre essas duas cidades, considera-se o contexto histórico de sua formação e configuração territorial, a produção do espaço urbano e as interações espaciais associadas à teoria da circulação no modo de produção capitalista, primando por uma abordagem dialética sobre a realidade vivenciada nesses dois centros urbanos. O resultado deste trabalho é relevante para caracterizar os processos socioespaciais face à inclusão de novos agentes que influenciam nesse contexto, bem como compreender as interações espaciais que ocorrem por meio dos fluxos de veículos, buscando espacializá-los e quantificá-los, verificando as diferentes maneiras de se deslocar e evidenciar a segregação no âmbito da circulação urbana.

Palavras-chaves: Dinâmica urbana; Macapá/Santana; Rodovia Duca Serra; Interações espaciais; Transporte.

Data da defesa: 22/02/2022

Dissertação – Ana Cláudia Sá da Cruz.pdf

 

IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS DECORRENTES DO USO E OCUPAÇÃO DO SOLO NA ÁREA URBANA DE LARANJAL DO JARI – AMAPÁ

Ma. Carla de Mattos Santos
Orientador: Prof. Dr. Valter Gama de Avelar

Resumo: O processo histórico de expansão do núcleo urbano de Laranjal do Jari – AP, foi marcado pelo crescimento acelerado e irregular e sem planejamento. A isso se associam as ocorrências de impactos ambientais e sociais negativos. Desta forma, a presente pesquisa, tem como título: Impactos socioambientais decorrentes do uso e ocupação do solo na área urbana de Laranjal do Jari – Amapá. Utilizou-se os conceitos de Geossistemas, a fim de subsidiar os estudos para classificação de graus de fragilidade ambiental na paisagem da área de estudo. A pesquisa centralizou-se na identificação e caracterização dos impactos socioambientais decorrentes do uso e ocupação do solo urbano de Laranjal do Jari. Trata-se de uma pesquisa de natureza aplicada, com abordagem qualitativa e quantitativa e com análise descritiva, exploratória e empírica, orientada pelo uso de levantamento bibliográfico e documental, além da coleta de dados de campo. Identificou e caracterizou os impactos socioambientais decorrentes do uso e ocupação do solo urbano do município, tendo como recorte espacial, áreas de planície de inundação e planalto dissecado. Identificou-se as áreas susceptíveis à risco aos processos geomórficos e enchentes, relacionando os problemas ambientais com o uso, cobertura do solo e as questões sociais. Como resultado, foram elaborados quatro (04) mapas para área urbana de Laranjal do Jari, a partir dos Planos de Informações (PI) temáticos: Geologia (G), Geomorfologia (R), Pedologia (S) e Vegetação (V). Essas informações ajudaram a definir dois Geossistemas para a área: O Geossistema 1 – representado pela Planície Amazônica, abrange cerca de 29,7% da área urbana do município e é caracterizado pela planície fluvial do rio Jari, indicando uma área plana, sob os efeitos dos processos de inundações do rio Jari; O Geossistema 2 – representado pelo Planalto Uatumã-Jari, engloba 70,3% da área urbana do município, estando sobre riscos de processos geomórficos, tais como: processos erosivos (laminar; fluxo concentrado: sulcos e voçorocas); e movimentos de massa  escorregamentos, deslizamentos). Todas as informações levantadas, juntamente com os dados coletados em trabalho de campo, possibilitaram a elaboração do Mapa de Fragilidade Ambiental da área urbana de Laranjal do Jari, conforme a metodologia de Crepani et al. (2001), que permitiu a individualização de duas (02) Unidades Territoriais Básicas (UTB): uma com grau de fragilidade MÉDIO (2,1), localizada na área do Planalto Dissecado Uatumã-Jari, onde dominam processos geomórficos erosivos e movimentos de massa; e uma outra, com grau de fragilidade MUITO FORTE (2,8), na região de Planície de Inundação, onde prevalecem eventos de inundações associadas as cheias do rio Jari e eventos climáticos pluviais. Com efeito, acredita-se que os resultados e produtos/mapas frutos desta pesquisa muito contribuirão para o planejamento urbano do município de Laranjal do Jari, bem como para o entendimento do potencial e limitações de uso e ocupação do espaço urbano, subsidiando decisões dos gestores municipais e estaduais, e também, da Defesa Civil, Corpo de bombeiros e entidades da sociedade civil, em geral.

Palavras-chave: Geossistemas; Paisagem; Uso e ocupação do solo urbano; Fragilidade ambiental; Laranjal do Jari.

Data da defesa: 23/02/2022

Dissertação – Carla de Mattos Santos.pdf

 

GEOARQUEOLOGIA EM ANTROSSOLOS DE SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS NO MÉDIO CURSO DO RIO ARAGUARI E SUA IMPORTÂNCIA PARA A GEOCONSERVAÇÃO, FERREIRA GOMES, AMAPÁ-BRASIL.

Me. Felipe Lima Moreira Albuquerque
Orientadora: Profª. Drª. Jucilene Amorim Costa.

Resumo: Pesquisas geoarqueológicas evidenciam que a origem dos Arqueo-Antrossolos amazônicos está diretamente ligada às antigas aldeias indígenas, atuais sítios arqueológicos, que são áreas de solos associadas ao acúmulo de matéria orgânica, artefatos e/ou fragmentos cerâmicos e possuem uma elevada fertilidade quando comparadas aos solos naturais da Amazônia. A Terra Preta Arqueológica (TPA), abordada neste trabalho, pertence à classe dos Antrossolos e são vestígios de extrema importância natural/cultural e científica, pois guardam o registro de ocupação humana do passado. O presente trabalho propõe investigar o contexto geoarqueológico de Antrossolos nos sítios arqueológicos Vila Triunfo, Monte Belo e Pedra do Índio, localizados no município de  Ferreira Gomes, estado do Amapá, discutindo qual a importância dos Antrossolos nos valores culturais, econômicos e científicos e como utilizar suas propriedades pedogenéticas para discutir subsídios/estratégias para a geoconservação destes locais. Para tal, foi realizado o levantamento bibliográfico dos aspectos ambientais e culturais da área, análise das fichas catalográficas dos 65 sítios arqueológicos cadastrados. Em campo coletou-se 17 amostras de solos, a partir da abertura de mini-trincheiras e as análises morfológicas foram realizadas com o auxílio da carta de Munsell (2017) e Lemos e Santos (2002). As propriedades físicas e químicas dos solos foram obtidas através de análises laboratoriais. A granulometria foi determinada pelo método internacional da pipeta e as frações separadas pelo princípio da Lei de Stokes. Para as análises químicas totais as amostras foram previamente pulverizadas em gral de Ágata e submetidas a análises químicas clássicas, por via úmida, dos teores totais de P, Ca, Mg, K, Zn, Mn e Cu, extraídos por digestão multiácida e determinado por ICP (Induced Coupled Plasma). Para as análises químicas disponíveis, verificou-se os parâmetros químicos, mensurados pelas determinações do pH em água, Matéria Orgânica, P disponível, Ca, Mg, K e Al trocáveis. Através das fichas de cadastro de sítios constatou-se que mais da metade dos sítios arqueológicos do município de Ferreira Gomes encontrava-se em grau moderado de preservação, quando registrados e considerados de alta relevância. Os parâmetros morfológicos identificados compreendem a geoindicadores da presença humana antiga nestes locais, especialmente, nos sítios Vila Triunfo e Monte Belo. Todos os pontos coletados apresentaram a predominância da fração areia, sob as demais, permitindo a identificação de duas classes texturais principais: Franco-Argilo-Arenosa e Areia Franca. As análises químicas totais mostraram um enriquecimento do solo por alguns elementos, os pontos analisados, mostraram semelhanças entre si, as variações mais significativas foram observadas nos teores de P e Ca. Os resultados químicos disponíveis dos elementos evidenciaram que os sítios Vila Triunfo e Monte Belo possuem teores que configuram um maior potencial de fertilidade em relação ao sítio Pedra do Índio, sugerindo que o sítio rupestre não teve uso habitação. Os Antrossolos fazem parte da geodiversidade e possuem muitas potencialidades nos estudos de geoconservação, até então, pouco  exploradas. Suas contribuições vão além de informações culturais sobre os povos antigos que habitaram a região Amazônica, podendo ter aproveitamento econômico e científico/educacional. Mas para que isto aconteça, estratégias precisam ser criadas, para subsidiar a preservação de tais patrimônios.

Palavras-chave: Terra preta arqueológica; Sítios arqueológicos; Amazônia; Geoconservação.

Data da defesa: 23/02/2022

Dissertação – Felipe Lima Moreira Albuquerque.pdf

 

TRANSFORMAÇÕES SÓCIO-ESPACIAIS NO DISTRITO DA ILHA DE SANTANA-AP, NO PERÍODO DE 2007 A 2022

Me. Rômulo Alves de Vasconcelos
Orientador: Prof. Dr. José Francisco Carvalho Ferreira

Resumo: A Ilha de Santana tem uma formação sócio-espacial que se atrela às intervenções militares na região pelo governo português da época, Rei Felipe IV, por volta dos anos de 1637 e mais tarde pelas políticas pombalinas na região (1750-1777), sendo que a Ilha teve donos, Bento Maciel Parente (capitania hereditária) e Francisco Portilho de Melo (povoado) elevado pelo governador Mendonça Furtado em uma de suas vindas a região do Grão-Pará. Situada à margem esquerda da foz do rio Amazonas, sofre a influência da dinâmica urbana que tem o rio como seu principal aliado na configuração geográfica da região. Dessa forma, as alterações e transformações na Ilha de Santana, advêm da sua trajetória histórica ao longo do tempo-espaço. Assim, a pesquisa objetiva analisar as transformações sócio- espaciais na paisagem da Ilha de Santana-AP, no período de 2007 a 2022, tendo como base referencial a categoria Formação Sócio-Espacial, teorizada pelo geógrafo brasileiro Milton Santos. Aliado ao entendimento da proposta de pesquisa foi trabalhado a categoria Paisagem como elemento base para a compreensão do objeto de estudo.  Metodologicamente, a pesquisa é organizada tendo como base o método dialético. Além da intensa pesquisa bibliográfica, foi feito um checklist com 17 questões, um levantamento funcional da Ilha de Santana, mediante o qual foram coletadas as diversas funções desse local, através do trabalho de campo e uso de imagens satélite, sendo relevante a produção de mapas reveladores sobre a área de pesquisa. Como resultado, percebe-se que no contexto atual da Ilha de Santana, a configuração da paisagem e do espaço carregam seus traços históricos e aliados às ações econômicas e socioculturais dão dinamicidade e transformações em sua paisagem e espaço. Isso fica evidente, por exemplo, quando as áreas são ocupadas por pessoas que estão buscando um local de morada, desse modo, acarretam um adensamento, juntamente com os problemas que o processo de urbanização provoca nos espaços sem uma infraestrutura que atendam os anseios da comunidade que ocupa esses espaços para morada. Portanto, são visíveis as alterações e mudanças na paisagem e espaço da Ilha de Santana.

Palavras-Chave: Espaço; Ilha de Santana; Paisagem; Transformações sócio-espaciais.

Data da defesa: 02/08/2022

Dissertação – Rômulo Alves de Vasconcelos.pdf

 

HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL E A OCUPAÇÃO NAS ÁREAS ÚMIDAS: ESTUDO DE CASO DO CONJUNTO MACAPABA I E II EM MACAPÁ/AP

Ma. Ana Valéria de Almeida Pinheiro

Orientadora: Profª. Drª. Daguinete Maria Chaves Brito

RESUMO: A política habitacional de interesse social visa promover moradias para a população de baixa renda e consequentemente a retirada das famílias das áreas consideradas impróprias para morar. Na cidade de Macapá, capital do Estado do Amapá, as áreas consideradas impróprias para habitar são denominadas áreas de ressacas, que se comportam como reservatórios naturais de água, sofrendo os efeitos das chuvas e das marés. Tendo como base o crescimento populacional e consequentemente a demanda por habitação independentemente do nível de renda, a ocupação dessas áreas é uma realidade cada vez mais constante. Dessa forma, a pesquisa foi desenvolvida com base no objetivo geral de analisar os efeitos territoriais ocasionados pela implementação da política habitacional de interesse social, a partir do estudo de caso do Conjunto Habitacional Macapaba I e II, que compreende no maior conjunto habitacional já construído na cidade, com mais de quatro mil unidades habitacionais destinadas a população de baixa renda, além de infraestruturas de serviço, esporte e lazer ofertados pelo poder público estadual. Para alcançar o objetivo abordou-se a metodologia descritiva, utilizando a técnica de pesquisa bibliográfica, documental, estudo de campo, levantamento fotográfico e diário de campo. O estudo se divide em três seções; habitação de interesse social, para que se tenha entendimento da gênese desse processo bem como ela ocorre no país; expansão urbana e as habitações palafiticas, expondo o processo de crescimento da cidade e a ocupação das áreas de ressacas no município; os efeitos territoriais no conjunto Macapaba pós ocupação, fazendo comparativo com as ressacas que foram atendidas pelo conjunto. Os resultados demonstram que as áreas de ressacas atendidas pelo conjunto habitacional foram efetivamente desocupadas, acarretando na recuperação da vegetação nativa dessas áreas.

Palavras-chave: Habitação; Moradia; Áreas Úmidas; Áreas de Risco; Ressacas

Data da Defesa: 26/05/2022

Dissertação Ana Valéria.

 

SEGREGAÇÃO SOCIOESPACIAL NA PRODUÇÃO DO URBANO: O CASO DA ÁREA DE RESSACA DO CANAL DO JANDIÁ, EM MACAPÁ – AP

Me. Antonio Carlos Rodrigues dos Santos

Orientador: Ricardo Ângelo Pereira Lima

RESUMO: Esta pesquisa tem como objetivo analisar a segregação socioespacial na produção do urbano macapaense, tomando a área ocupada da ressaca do Canal do Jandiá como estudo de caso, compreendendo o recorte temporal de 2011 a 2020, quando as ações do Estado tiveram maiores impactos sobre a segregação nesta área. Logo, os conceitos de urbanização, segregação urbana e produção do espaço urbano são basilares na compreensão dos arranjos espaciais das áreas úmidas, localmente conhecidas como “ressacas”, que são ocupadas pela população de baixa renda. A metodologia da pesquisa é de caráter interdisciplinar de cunho qualiquantitativo e envolveu estudos bibliográficos, documentais e empíricos. A pesquisa revelou que as intervenções do poder público nas áreas de ressaca em Macapá, especificamente no bairro Pacoval são parciais e, no caso da ressaca do Canal do Jandiá (parte integrante desse bairro), a população transferida para o conjunto Macapaba teve acesso à moradia, mas sem oferta suficiente de serviços e infraestrutura urbana que impactasse positivamente na sua qualidade de vida. Desse modo, as ações dos agentes públicos mantiveram o processo de produção de uma cidade marcada pela segregação socioespacial e o planejamento urbano tem se mostrado incapaz de atender as demandas sociais e ambientais na medida em que suas ações são pontuais e não sistêmicas, sobretudo nas áreas de ressaca.

Palavras-chave: Urbanização. Segregação. Áreas de Ressaca. Macapá.

Data da Defesa: 28/07/2022

Dissertação_Antonio_Carlos

 

A AMAZÔNIA LEGAL: OS PADRÕES ESPACIAIS DA INCIDÊNCIA DOS FOCOS DE CALOR ENTRE OS ANOS DE 2001 E 2020

Ma. Luana Cristina Sabatinga Rocha

Orientador: Prof. Dr. Alexandre Luiz Rauber

RESUMO: A presente pesquisa dedica-se a entender os focos de calor na Amazônia Legal, cujo objetivo geral desta dissertação é buscar compreender os padrões espaciais das incidências dos focos de calor nos Estados da Amazônia Legal. Em específico, busca-se quantificar os focos de calor registrados entre 2001 e 2020; mapear os focos de calor em Unidades de Conservação, Terra Indígenas, Assentamentos Rurais e em áreas de influência das rodovias federais, assim como compreender os padrões espaciais dos focos de calor. Outro interesse da pesquisa é analisar a correlação entre o desmatamento de corte raso e focos de calor. Considerando os padrões espaciais das incidências dos focos de calor e os atores sociais presentes na Amazônia Legal, tem-se como hipóteses de estudo que: a) Os Assentamentos Rurais e as Áreas de Influências das Rodovias constituem e representam as áreas com maior pressão antrópica e incidências de focos de calor; b) As Unidades de Conservação e Terras Indígenas constituem pelas suas características de uso as áreas que apresentam menor pressão antrópica e incidência de focos de calor. Nesta pesquisa, a região foi escolhida como categoria de análise geográfica fundamental para o entendimento da dinâmica da Amazônia Legal. Para os procedimentos metodológicos foram utilizados dados quantitativos e qualitativos, que consistiram na coleta e processamento de dados a partir de técnicas de Sensoriamento Remoto e Geoprocessamento. Foram utilizados os dados secundários do IBGE, INPE, EMBRAPA e de outras Instituições Governamentais para a caracterização da região amazônica, seus aspectos físico-geográficos e socioambientais. Para a geração dos mapas dos focos de calor em Unidades de Conservação, Terra Indígenas, Assentamentos Rurais e em áreas de influência das rodovias federais, foram utilizados dados do sensor MODIS, a bordo do Satélite de Referência AQUA, disponível no portal Banco de Dados de Queimadas do INPE, no período de 2001 e 2020, que aliados aos softwares TerraView e o ArcGis permitiram a geração de mapas temáticos, bem como compreender os padrões espaciais das incidências dos focos de calor nos Estados da Amazônia Legal e a incidência destes sobre os Atores Sociais. Como resultado, verificou-se que a partir dos padrões espaciais de incidência dos focos de calor na série histórica, estes foram predominantes na área de influência das rodovias federais, sendo a maior incidência dos focos na Amazônia Legal ocorridas nos Assentamentos Rurais, seguido pelas Terras Indígenas e com menor incidência nas Unidades de Conservação.

Palavras-chave: Amazônia; Unidades de Conservação; Assentamentos Rurais.

Data de Defesa: 29/07/2022

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SEGURANÇA ENERGÉTICA NA AMAZÔNIA: OS GARGALOS E LIMITES DA OFERTA DE ENERGIA ELÉTRICA NO AMAPÁ

Me. Alan Patrick Coimbra Melo

Orientador: Prof. Dr. Roni Mayer Lomba

RESUMO: A presente dissertação trata sobre o contexto de produção, transmissão e comercialização de energia no Amapá em um cenário recente de privatizações do setor elétrico e atendimento deficiente à sociedade. A intenção é tratar a segurança no âmbito do Setor Energético Brasileiro, mais especificamente do Amapá, tendo como plano de fundo o histórico processo de espoliação dos recursos da Amazônia, mediante a formação de uma estrutura de aproveitamento do potencial energético da região em que a produção é direcionada ao mercado consumidor mais rentável (indústria e grandes capitais) em detrimento da segurança energética da sociedade em geral. Esta pesquisa serve para alertar um cenário de risco induzido pela lógica do mercado presente no sistema energético brasileiro, que se revela de forma ainda mais agressiva na Amazônia, quando se percebe que a infraestrutura implementada na região tem como objetivo primordial possibilitar o escoamento da produção de energia sem criar um sistema elétrico seguro, eficiente e com equidade de acesso para o fornecimento de energia elétrica à população local. O principal questionamento desta pesquisa é entender qual a relação existente entre a segurança energética no Amapá e as políticas territoriais que orientam a expansão do atual modelo de produção de energia elétrica implementado na Amazônia? Adotou-se como hipótese o seguinte: que o desenvolvimento do setor elétrico é uma política territorial que não atende plenamente as necessidades da população local, tendo como plano de fundo um processo histórico de espoliação na Amazônia, determinando, inclusive, uma configuração do sistema elétrico do Amapá que prioriza a transmissão de energia para outras unidades federativas, em detrimento da segurança do fornecimento energético para a população local. Este cenário de insegurança tem como principal exemplo o apagão elétrico de novembro de 2020. Quanto aos procedimentos metodológicos utilizados nesta pesquisa, orientou-se a partir dos objetivos propostos, enquanto eixos de investigação, o seguinte percurso: i) pesquisa bibliográfica; ii) pesquisa documental; iii) pesquisa de campo (observação sistemática); e iv) análise e interpretação dos dados. O principal resultado desta pesquisa, foi a identificação de gargalos e limites operacionais, administrativos, técnicos e estruturais que juntos caracterizam a insegurança energética no Amapá, assim como definem um novo estágio no processo de desenvolvimento do setor elétrico amapaense.

Palavras-chave: Política Territorial. Sistema Energético. Espoliação. Amapá.

Data da Defesa: 08/07/2022

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CIDADE E GÊNERO: A PERSPECTIVA DAS CARTOGRAFIAS FEMININA NA VISIBILIDADE DE ESPAÇOS DO MEDO

Ma. Jesiane da Silva Barbosa

Orientador: Prof. Dr. Jodival Maurício da Costa

RESUMO: A presente dissertação de mestrado objetivou-se analisar os elementos sociais que engendram espaços do medo no cotidiano do gênero feminino, moradoras da cidade de Santana. Diversos elementos sociais contribuem para a produção do medo na cidade em uma perspectiva da mulher de forma material e simbólica. O objeto de pesquisa se revelou a partir da realização do grupo focal com colaboradoras moradoras na cidade de Santana-AP e, portanto, analisou-se as cartografias femininas produzidas por essas interlocutoras, como possibilidade de instrumento de representação e luta feminista pelo direito a cidade. Nesse sentido, evidenciou-se suas experiências, vivências e percepções de insegurança e medo, em socializar nos espaços públicos devido às diversas formas de violências que essas mulheres sofrem nestes espaços. Os resultados da pesquisa apontaram o machismo enquanto principal elemento de produção do medo na cidade; pois, este território se produz e reproduz seguindo princípios machistas que inferiorizam a mulher, às colocando em situação de vulnerabilidade a diversos tipos de violências nos espaços públicos.

Palavras-Chave: Espaços do medo. Gênero. Cartografia. Machismo.

Data da Defesa: 05/08/2022

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DESAFIOS PARA O USO DO TERRITÓRIO NA ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL DA FAZENDINHA, MACAPÁ/AP

Ma. Dayse Monteiro Maria

Orientadora: Profª. Drª. Daguinete Maria Chaves Brito

RESUMO: Esta pesquisa, apresenta uma discussão acerca da gestão e planejamento territorial da Área de Proteção Ambiental da Fazendinha, em Macapá-AP. Seu objetivo foi e analisar as implicações decorrentes da ausência de instrumentos de gestão e planejamento na unidade de conservação, como por exemplo, a ausência do plano de manejo. De modo específico, este estudo buscou caracterizar legal e teoricamente a gestão socioambiental das unidades de conservação brasileiras, com enfoque na Área de Proteção Ambiental da Fazendinha, no Amapá; identificar e conceituar as principais ferramentas de gestão de áreas protegidas e sua importância para a unidade e finalmente, analisar as problemáticas decorrentes da ausência de plano de manejo na Área de Proteção Ambiental da Fazendinha. Também, é de interesse desta investigação, embasar o estudo de acordo com as categorias de análise geográficas: Paisagem, Território e Lugar. Como hipótese para o problema identificado, destaca-se que, a partir de pesquisas é plausível considerar que a efetivação dos instrumentos de gestão territorial é efetiva na redução de impactos, a exemplo de outras realidades no Brasil em que esses instrumentos são bem consolidados e ajudam na promoção do desenvolvimento territorial sustentável por meio de direcionamento ao desenvolvimento de algumas atividades. O método científico utilizado nesta pesquisa, para a coleta de dados, foi o qualitativo, a partir dos procedimentos: pesquisa bibliográfica, pesquisa documental, observação não participante e entrevistas. A análise dos dados qualitativos foi realizada a partir da técnica de análise de conteúdo de Bardan, com auxílio do software Atlas Ti. Como principal resultado desta investigação, tem-se a identificação dos principais impactos socioambientais e socioeconômicos recorrentes na APA da Fazendinha, ocasionados principalmente pela ausência de instrumentos de gestão e planejamento territorial na unidade.

Palavras-chave: Área de Proteção Ambiental da Fazendinha. Unidades de Conservação. Gestão Ambiental. Planejamento Territorial.

Data da Defesa: 24/08/2022

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COMPLEXO PORTUÁRIO DE SANTANA, AMAPÁ, BRASIL: O USO E O EFEITO DE POLÍTICAS TERRITORIAIS

Ma. Jocianny Carla da Silva Sardinha

Orientador: Prof. Dr. Roni Mayer Lomba

RESUMO: Com a intensificação da globalização e as novas dinâmicas e escalas de acumulação, orquestradas pelos agentes hegemônicos do capital, dentro da lógica global de acumulação por espoliação, a Amazônia está inserida como mais um espaço de integração da economia mundializada e, por meio de políticas territoriais, executadas principalmente pelo Estado, vários sistemas de engenharias (hidrovias, ferrovias, rodovias e portos) são criados para a fluidez do capital e consolidação da região como fronteira de expansão agrícola. O Complexo Portuário de Santana – CPS está inserido dentro desta lógica, compondo os corredores logísticos de exportação do Arco Norte e o interesse e uso deste território começa a ser crescente pelas grandes empresas corporativas (a exemplo da inserção do porto da Caramuru Alimentos e o porto da Cianport, localizados no CPS). Impulsionada por estes elementos, esta dissertação tem como objetivo geral analisar de que forma as políticas territoriais portuárias reverberam sobre o território de Santana, levando em consideração seus usos e efeitos de 2013 a 2021. A metodologia adotada tem por base o método dialético, utilizando como suporte teórico o conceito de território (uso do território) e redes, trazendo também a discussão de políticas territoriais e ajustes espaciais. Quanto aos procedimentos metodológicos utilizados, esta pesquisa social consiste em: i) pesquisa bibliográfica; ii) pesquisa documental; iii) pesquisa de campo (observação sistemática e entrevista semiestruturada); e iv) organização e análise de dados. Por fim, os principais resultados obtidos desta pesquisa foram a constatação da: i) existência de uma sinergia no uso e efeitos de políticas territoriais nas escalas federal, estadual e municipal (decretos, leis, programas governamentais, planos estratégicos e grandes projetos), que por consequência geraram o processo de reordenamento territorial no CPS; ii) identificação dos principais agentes espaciais, suas redes de atuação e as formas particulares de uso do CPS, o que evidenciou uma expansão portuária significativa na Amazônia e no estado do Amapá de 2013 a 2021, a exemplo do Estado possuir apenas dois portos privados autorizados pela ANTAQ em 2013, passando para catorze em 2021; e de iii) conflitos relacionados à expansão do CPS, que convergem com a localização do bairro vizinho da CDSA, o Novo Horizonte, onde parte deste bairro está situado dentro da poligonal do Porto Organizado de Santana, bem como a expansão portuária para a zona rural do município de Santana, no Distrito da Ilha de Santana (com a autorização de instalação da empresa Cianport e Caramuru Alimentos), evidenciando uma reserva de terra por esses agentes econômicos, bem como um reordenamento territorial nesta ilha.

Palavras-Chave: Política territorial; Complexo portuário; Amazônia; Santana –AP.

Data da Defesa: 22/09/2022

Dissertação_Jocianny

 

A GEOGRAFIA E VIOLÊNCIA DE GÊNERO NO CAMPO: O ASSENTAMENTO DE REFORMA AGRÁRIA BOM JESUS DOS FERNANDES NO MUNICÍPIO DE TARTARUGALZINHO-AP EM QUESTÃO

Ma. Lana Patrícia de Matos dos Santos

Orientadora: Profª. Drª. Patrícia Rocha Chaves

RESUMO: A presente Dissertação intitulada A GEOGRAFIA E VIOLÊNCIA DE GÊNERO NO CAMPO: O Assentamento de Reforma Agrária Bom Jesus dos Fernandes no município de Tartarugalzinho-Ap em questão, teve como tema a violência de gênero no território camponês no Amapá e partiu do seguinte problema: Como se configura a violência de gênero no processo de territorialização dos Assentamentos de Reforma Agrária no Amapá? O objetivo geral foi analisar a configuração da violência de gênero no processo de territorialização do Assentamento de Reforma Agrária Bom Jesus dos Fernandes no Amapá. Neste sentido, os objetivos específicos são: analisar a apropriação do território a partir da categoria gênero e as territorialidades das mulheres camponesas; caracterizar a Violência de Gênero no território camponês do assentamento de reforma agrária Bom Jesus dos Fernandes, especificamente no que concerne à indissociabilidade de corpo e território. Os sujeitos de pesquisa foram as mulheres camponesas do assentamento de reforma agrária Bom Jesus Fernandes. O estudo revelou que a violência de gênero nesses territórios, é produto de uma colonialidade em que o racismo e o patriarcalismo são suas bases cofundantes, e os grupos subalternizados nesse processo, como é caso das populações do campo na Amazônia reproduzem essa colonialidade, produzindo no campo territórios de dominação masculina e a desvalorização não apenas da mulher, mas do feminino, nisso produzem também a desigualdade de gênero, que é a materialização das relações de poder, e o fenômeno da violência contra a mulher envolve uma complexa relação entre corpo, poder e cultura. Constatamos que as mulheres camponesas de Bom Jesus dos Fernandes são atingidas pela violência de gênero do capital rentista que invade o campo, do Estado que institucionaliza o machismo em suas organizações violando direitos básicos das mulheres do campo, desvalorizando e invisibilizando tanto o trabalho da mulher camponesa quanto a violência de gênero por elas sofridas, ou a violência doméstica, aquela que ocorre no âmbito familiar, classificadas internamente em violência sexual, moral, patrimonial, psicológica e física. Verificou-se também o desconhecimento dessa população feminina sobre as políticas de enfrentamento a violência doméstica no âmbito da saúde, e a inexistência de atendimento à mulher vítima de violência doméstica no posto médico do Assentamento.

Palavras-chave: Território. Violência de gênero. Campesinato. Amazônia.

Data da Defesa: 30/09/2022

Dissertação Lana Patrícia

 

A PRODUÇÃO CAPITALISTA DO TERRITORIO NO ENTORNO DA ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL DA FAZENDINHA EM MACAPÁ – AP

Ma. Hilda Helena da Silva

Orientadora: Profª Drª. Patrícia Rocha Chaves

RESUMO: Os modelos de ocupação que foram estabelecidos no território amazônico, e por consequência no amapaense, revelam as diferentes formas de apropriação e uso de seus territórios, consequência das relações de produção capitalistas ora estabelecida. A forma como a sociedade passa a se organizar, em função deste novo modo de produzir, são elementos norteadores, que permitem uma leitura histórica desse processo que reverbera na produção capitalista do território no entorno da Área de Proteção Ambiental da Fazendinha (APA). No Amapá, o uso das terras se apresenta sobre diferentes perspectivas. O viés ambiental, é um desses cenários, que ecoa na sociedade contemporânea, como urgente discurso de sobrevivência planetária. A criação de Áreas Legalmente Protegidas é na verdade, uma geopolítica governamental, afim de assegurar ao Estado, o domínio e controle de porções do território. A economia globalizada, adentra e consolida no território amapaense, uma nova relação social com terra, sustentada na posse de instrumentos jurídicos, garantindo ao capital, novas formas de expansão e obtenção de lucro, via propriedade fundiária da terra. Diante deste cenário, o uso da terra, se legitimou como estratégia na lógica capitalista, produzindo e/ou gerando movimentos de concentração da população em torno de áreas consideradas privilegiadas. Esta pesquisa, pretende refletir e analisar como ocorre o avanço das relações capitalistas de produção no entorno da APA da Fazendinha, pelo uso e apropriação dessa área. O conceito basilar que permeia essa pesquisa é o de território, por ser essa categoria que possibilita múltiplas leituras de compreensão das realidades socioterritoriais. As diferentes visões do território, oferecem importantes contribuições para compreendermos as transformações no território amapaense, embasadas nas discussões teóricas-conceituais de Gottmann (2012), Raffestin (1993), Moraes (2008), Calabi e Endovina (1973), Moraes e Costa (1987), Souza (2000) e Oliveira (1978, 2007 e 2003). Pela natureza do objeto de estudo da pesquisa, utilizou-se o Materialismo Histórico Dialético. A metodologia utilizada tem como base o levantamento bibliográfico, atividades de campo, que se desdobraram em registros fotográficos, análise qualitativa dos dados e produção de mapas temáticos. Como resultado, confirmou-se que a pressão urbana exercida no entorno da APA da Fazendinha, é reflexo do processo de urbanização pelo qual as cidades de Macapá e Santana vivenciam. Isso se deve a presença das incorporadoras, que nas últimas três décadas, a partir dos anos 1980 vem fomentando um processo de valorização de terras nestas cidades, promovendo um avanço populacional a desencadear ocupações desordenadas, subnormais e/ou espontânea, assim como, atividades potencialmente degradadoras, entre as quais, o desmatamento, destruição de habitats, deposito de lixo doméstico, queimadas, invasões que tendem a impactar a existência e manutenção desta unidade de conservação (UC).

Palavras-Chave: Relações capitalistas de produção; Uso da terra; Unidades de Conservação.

Data da Defesa: 15/12/2022

Dissertação_Hilda_Helena

 

POSSES E QUILOMBO EM CONFLITO NA REGIÃO DO IGARAPÉ DO PALHA NO MUNICÍPIO DE FERREIRA GOMES

Me. Fábio da Silva Ferreira

Orientadora: Profª. Drª. Patrícia Rocha Chaves

RESUMO: A região do Igarapé do Palha está situada à margem direita da BR-156 sentido Macapá – Ferreira Gomes. Essa região acompanha o curso d’água Igarapé do Palha que faz diversas curvas desde o Km-119 da BR-156 até sua foz no Rio Araguari. A partir do Km-119 tanto na margem esquerda quanto na margem direita do igarapé, há posseiros dispersos ocupando aquelas terras de forma mansa e pacífica. Na altura do Km-122 encontra-se a Comunidade São Raimundo no qual suas posses se estendem até as margens do igarapé, onde vários camponeses posseiros da mesma família praticam diversos cultivos e criação de animais para sua subsistência. Descendo o Igarapé do Palha, em direção à sua foz, lá encontra-se a Comunidade Quilombola Igarapé do Palha, que desde 2010 vem lutando pela titulação de suas terras. Acontece que a região do Igarapé do Palha é palco de intensos conflitos por terras, que no caso dos posseiros tanto os que vivem fora ou dentro da Comunidade São Raimundo nas margens do igarapé, são alvos da violência praticada pela empresa Amapá Florestal e Celulose S.A. (AMCEL), culminando na reintegração de posse quase em sua totalidade a favor da empresa. Quanto ao quilombo, os conflitos que se passam naquele território envolvem proprietários e especulador que se apropriaram de terras dentro da área do quilombo. Desse modo, podemos afirmar que do km 119 da BR -156 até a foz do Igarapé do Palha, no Rio Araguari, constitui-se uma região de conflitos. Nosso objetivo foi analisar de que forma se dão esses conflitos e quais são os sujeitos que praticam essa violência.

Palavras-chave: Conflitos. Empresas. Igarapé do Palha. Posseiros. Quilombolas.

Data da Defesa: 19/12/2022

Dissertação_Fabio_da_Silva_Ferreira

 

EXPANSÃO DA AGRICULTURA CAPITALISTA NO CERRADO DA MICRORREGIÃO DE MACAPÁ/AP:

TRANSFORMAÇÕES SOCIOTERRITORIAIS NA COMUNIDADE QUILOMBOLA DE CONCEIÇÃO DO MACACOARI

Me. Rubens Edeval Sarraf

Orientador: Prof. Dr. Roni Mayer Lomba

RESUMO: O estudo analisa os conflitos socioterritoriais provocados pela agricultura capitalista no século XXI, na Comunidade Quilombola de Conceição do Macacoari, Macapá, Amapá, a qual luta para manter o seu modo de vida frente às transformações acarretadas pela territorialização econômica no campo amapaense. A construção dessa pesquisa remete ao método dialético baseado na análise por meio da disputa de classe acerca da apropriação e uso das terras. Os questionamentos se apresentam na forma da pesquisa quali-quantitativa, visando analisar os conflitos socioterritoriais no município de Macapá, na comunidade de Conceição do Macacoari. Para responder a esses questionamentos foi feito um levantamento de dados sobre os fundamentos teóricos da agricultura capitalista, campesinato e movimentos socioterritoriais, que serviu como referência para o estudo explanatório descritivo. Foram utilizados dados primários por meio de entrevistas qualitativas (com moradores e povos do campo, com representantes dos movimentos sociais dos povos quilombolas e agentes da CPT-AP), registros de séries fotográficas e confecções de mapas, dados secundários de conflitos registrados nos relatórios sobre conflitos fundiários elaborados anualmente pela Comissão Pastoral da Terra. Aponta como principais resultados: a) entendeu-se sobre o surgimento da comunidade; b) compreendeu-se os problemas, inclusive os conflitos decorrentes das práticas econômicas no campo; c) identificaram-se os conflitos e os agentes de especulação imobiliária e suas práticas econômicas no campo; d) identificaram-se as alterações nas legislações fundiárias para a regularização de terras. Conclui que é importante resguardar os direitos dos povos quilombolas em relação as suas práticas de modos de vida que estão ameaçados, seja por grilagem ou por contaminação do ambiente pela agricultura capitalista. Finalizar o processo de regularização fundiária, além de garantir a posse da terra, permite aos moradores segurança jurídica, captação de recursos para desenvolver suas atividades e, assim, dar continuidades aos seus modos de vida e seus trabalhos com a terra visando seu desenvolvimento.

Palavras-chave: Amazônia Amapaense. Agricultura Capitalista. Campesinato. Conflitos socioterritoriais. Movimentos socioterritoriais.

Data da Defesa: 21/12/2022

Dissertação_Rubens_Sarraf

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>>>2021<<<

 

POTENCIALIDADES GEOTURÍSTICAS EM GEOMORFOSSÍTIOS NO MUNICÍPIO DO OIAPOQUE, AMAPÁ/BRASIL

Ma. Francinete Viana da Silva Corrêa
Orientador: Prof. Dr. Antonio José Teixeira Guerra

Resumo: A presente pesquisa foi realizada no município do Oiapoque (AP), no qual apresenta, em suas unidades de relevo, aspectos da geodiversidade com potencial geoturístico em geomorfossítios, importantes registros das ações evolutivas da paisagem e que permitem o desenvolvimento de diversas atividades humanas. Esse município está localizado no extremo norte do estado do Amapá, faz fronteira com a Guiana Francesa e está assentado em terrenos cristalinos do Pré-Cambriano. A paisagem local possui vários ambientes geológicos e geomorfológicos que são formados por afloramentos rochosos, quedas d ‘águas, ilhas e corredeiras. De acordo com o cenário apresentado, a pesquisa teve como finalidade identificar os geomorfossítios e analisar as suas potencialidades geoturísticas, com vistas à produção de um folder para o município do Oiapoque quando se pensa em desenvolvimento. Para alcançar o objetivo, a pesquisa adotou os seguintes  procedimentos metodológicos: (i) – atualização do referencial teórico-conceitual; (ii) – trabalhos de campo; (iii) – avaliação dos valores científico e turístico dos locais de interesse geomorfológico existentes na área de estudo, com base em critérios e parâmetros definidos por Pereira (2006); (iv) – construção do inventário da geodiversidade dos locais de interesse geomorfológico; e (v)- análise e tabulação dos dados por meio da construção de mapas, gráficos e tabelas. Os resultados proporcionaram, além da contribuição aos estudos e pesquisas em geodiversidade na Amazônia, a divulgação, valorização e geoconservação do meio abiótico. O folder geoturístico servirá como ferramenta para divulgar a geodiversidade local, proporcionando o desenvolvimento sustentável  através da divulgação e valorização do patrimônio geomorfológico, assim como a contemplação e educação.

Palavras-chave: Geoturismo; Oiapoque; Geodiversidade; Patrimônio geomorfológico.

Data da defesa: 06/12/2021

Dissertação – Francinete Viana da Silva Corrêa.pdf

 

ANÁLISE DA VARIABILIDADE CLIMÁTICA DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO OIAPOQUE POR SATÉLITE – TROPICAL RAINFALL MEASURING MISSION (TRMM) – 1998/2019

Me. Severino Pereira Mancio Filho
Orientador: Prof. Dr. José Mauro Palhares

Resumo: A variação dos elementos do clima resulta de uma atmosfera não estática podendo mudar de local no decorrer do tempo e escala. Os aspectos da precipitação na Amazônia e no Amapá têm influência no ciclo hidrológico. É um fator primordial para a vazão da bacia hidrográfica. Os produtos do satélite tropical rainfall measuring mission-TRMM e pluviómetros são utilizados para observar a variabilidade climática dentro de bacias hidrográficas obtendo resultados na compreensão da variabilidade e correlação com a hidrologia dos rios. Neste sentido, a pesquisa teve como objetivo analisar as características climáticas e a sua influência na dinâmica fluvial para a bacia hidrográfica do rio Oiapoque por meio do satélite TRMM. Analisar as características da dinâmica fluvial através dos dados fluviométricos, para a bacia hidrográfica. Entender a relação e a influência do clima na dinâmica fluvial. Afim de estabelecer um estudo preliminar dessa relação precipitação, eventos extremos e vazão. Desse modo foram utilizados uma série de 1981 até 2019 de dados de vazão e precipitação das estações pluviométricas e do TRMM, produto 3B43v7 de 1998 a 2019, a partir desses dados foram tratados estatisticamente utilizando métodos de comparação e correlação estatística. A variabilidade do total anual da precipitação é superior a 4.000mm, o fluxo hídrico da bacia do rio Oiapoque, na medida que os volumes de precipitação aumentam o volume da água da cota e vazão se elevam. Das análises efetuadas concluiu-se que as estimativas de precipitação do satélite TRMM possuem acurácia consistente para a bacia do Rio Oiapoque. A análise multitemporal da variabilidade climática fornecidas pelo produto 3B43v7, forneceu um parâmetro da espacialização das chuvas, bem satisfatório mostrando como os volumes de precipitação se comportam ao longo dos anos. Os resultados da correlação entre os dados mostraram uma boa concordância das variantes. As medições de precipitação e vazão estão ligadas ao deslocamento da Zona de Convergência Intertropical e os fenômenos do El Ninõ e La Ninã. Uma vantagem adicional das estimativas de precipitação por satélite é o preenchimento de lacunas em áreas onde não existem ou estações pluviométricas são esparsas umas das outras. O entendimento destes fatores em uma bacia hidrográfica é muito importante, por auxiliar no planejamento para gestão dos recursos hídricos.

Palavras-chave: Bacia hidrográfica; Satélite TRMM; Precipitação; Variabilidade climática.

Data da defesa: 10/12/2021

Dissertação – Severino Pereira Mancio Filho.pdf